Evolução metamórfica e estrutural do Complexo Bossoroca

• Autor(a) principal: Schorr, Bruna de Aguiar
• Data de Publicação: 2024
• Tipo de documento: Trabalho de conclusão de curso
• Idioma: por
• Título da fonte: Repositório Institucional da UFRGS
• Texto Completo: http://hdl.handle.net/10183/272036
• topic: Contact metamorphism; Progressive deformation; Bossoroca complex; São Sepé granitic complex

O Complexo Bossoroca (CB), na porção oeste do Escudo Sul-riograndense, é constituído por uma associação metavulcanosedimentar. O complexo compreende as sequências Arroio Lajeadinho e Campestre, esta última composta por rochas metavulcânicas, metavulcanoclásticas e metassedimentares deformadas e metamorfizadas em condições de baixo grau, predominantemente em fácies xisto verde. Devido a carência de estudos sobre o CB, o objetivo do trabalho é caracterizar o arcabouço estrutural do complexo e modelar as condições de pressão e temperatura do metamorfismo de contato causado pela intrusão do Complexo Granítico São Sepé (CGSS). Para tais objetivos foi essencial a análise petrográfica e a determinação das assembleias minerais nas diferentes porções do CB, próxima e distal do contato com o CGSS. A metodologia para a caracterização das estruturas foi trabalho de campo com coleta de dados estruturais e posterior tratamento destes em softwares gráficos. Para a estimativa das condições do metamorfismo de contato foi realizada amostragem, petrografia, geoquímica de rocha total e química mineral para modelagem geotermobarométrica através de métodos tradicionais e pseudosseções. Os resultados da geologia estrutural mostram que o CB, na parte preservada dos efeitos termais do CGSS, apresenta duas fases de dobramentos que constituem uma progressão de deformação. Esta envolve uma fase de dobras recumbentes F1 que gera a foliação metamórfica S1, seguida por uma segunda fase de dobras normais abertas F2. O trabalho de campo juntamente com a petrografia indica que as rochas próximas ao contato com o CGSS são metavulcânicas e metapelitos, de médio grau, na fácies anfibolito, com evidências de metamorfismo de contato, bem como a ausência de trama e estruturas. Já as rochas da porção distal do granito são metapiroclásticas de baixo grau, na fácies xisto verde, com estruturas bem desenvolvidas indicando tectônica de empurrão para SW. As modelagens termodinâmicas estimaram condições de pressão e temperatura para o metamorfismo de contato entre 3,4-4,6 kba e 560-600 °C através de pseudoseção de metapelito, e entre 8,2-10 kbar e 651-693 °C através de geotermobarometria hornblenda- plagioclásio em uma metavulcânica. Estes dados, integrados com informações da bibliografia, sugerem uma trajetória de exumação da porção da crosta da parte norte do Bloco São Gabriel.