A (in)constitucionalidade do arbitramento de fiança por autoridade policial à luz da reserva absoluta de jurisdição
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2021 |
Tipo de documento: | Trabalho de conclusão de curso |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Institucional da UFRGS |
Texto Completo: | http://hdl.handle.net/10183/237780 |
Resumo: | O presente estudo busca fazer uma análise acerca da (in)constitucionalidade do arbitramento da fiança, enquanto medida cautelar pessoal, pela Autoridade Policial, tendo em vista a incidência da Reserva Absoluta de Jurisdição quando do exame de direitos fundamentais contrapostos no momento da autuação do flagrante. Para isso, em um primeiro momento, faz-se uma regressão histórica sobre os métodos de resolução de conflito e suas aplicações ao longo da civilização ocidental. Ainda, apresenta-se a noção de jurisdição e das reservas atribuídas ao Poder Judiciário, de modo a verificar a compatibilidade entre os atributos inerentes à função judicial e o conteúdo dos direitos fundamentais. Por fim, recupera-se o instituto da fiança no ordenamento jurídico brasileiro, desde as Ordenações Manuelinas até a vigência da Lei 12.403/11, que inseriu a fiança no rol de medidas cautelares diversas à prisão. Assim, considerando a natureza atribuída pelo legislador ao instituto da fiança, a saber, medida cautelar pessoal voltada à restrição do direito à liberdade, é possível concluir pela inconstitucionalidade do arbitramento, por parte da Autoridade Policial, de uma medida que visa à mitigação de um direito fundamental. Nesse sentido, o princípio da Separação de Poderes positivado na Constituição Federal/88, o regime de República Federativa, assim como a estrutura normativa desejada para a segurança de direitos fundamentais não concebem o arbitramento por uma autoridade que não goze da jurisdição atribuída ao Poder Judiciário, deflagrando a necessária incidência da Reserva Absoluta de Jurisdição. |
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Paim, Matheus ScorsattoAndrade, Mauro Fonseca2022-04-26T04:43:33Z2021http://hdl.handle.net/10183/237780001138723O presente estudo busca fazer uma análise acerca da (in)constitucionalidade do arbitramento da fiança, enquanto medida cautelar pessoal, pela Autoridade Policial, tendo em vista a incidência da Reserva Absoluta de Jurisdição quando do exame de direitos fundamentais contrapostos no momento da autuação do flagrante. Para isso, em um primeiro momento, faz-se uma regressão histórica sobre os métodos de resolução de conflito e suas aplicações ao longo da civilização ocidental. Ainda, apresenta-se a noção de jurisdição e das reservas atribuídas ao Poder Judiciário, de modo a verificar a compatibilidade entre os atributos inerentes à função judicial e o conteúdo dos direitos fundamentais. Por fim, recupera-se o instituto da fiança no ordenamento jurídico brasileiro, desde as Ordenações Manuelinas até a vigência da Lei 12.403/11, que inseriu a fiança no rol de medidas cautelares diversas à prisão. Assim, considerando a natureza atribuída pelo legislador ao instituto da fiança, a saber, medida cautelar pessoal voltada à restrição do direito à liberdade, é possível concluir pela inconstitucionalidade do arbitramento, por parte da Autoridade Policial, de uma medida que visa à mitigação de um direito fundamental. Nesse sentido, o princípio da Separação de Poderes positivado na Constituição Federal/88, o regime de República Federativa, assim como a estrutura normativa desejada para a segurança de direitos fundamentais não concebem o arbitramento por uma autoridade que não goze da jurisdição atribuída ao Poder Judiciário, deflagrando a necessária incidência da Reserva Absoluta de Jurisdição.This study seeks for an analysis about the (un)constitutionality of the arbitration of bail, while personal precautionary measure, by the Police Authority, bearing in mind the incidence of the Absolute Jurisdiction Reserve when examining fundamental rights opposed in the moment of the flagrant notice. For this, in a first moment, it is made a historical regression about the method of conflict resolution and its applications throughout the western civilization. Furthermore, it is presented the notion of jurisdiction and the reservation attributed to the Judiciary, in order to verify the compatibility between the attributes inherent to the judicial function and the content of fundamental rights. Finally, the institution of bail in the Brazilian Legal system is recovered, since the Manuelina Ordinations until the validity of Law 12.403/11, which included bail in the list of precautionary measures other than prison. Thus, considering the nature attributed by the legislator to the bail institute, namely, personal precautionary measure aimed to restriction of the right of freedom, it is possible to conclude by the incompatibility of the arbitration, on the part of the Police Authority, of a measure that aims to mitigate a fundamental right. Therefore, the principle of Separation of Powers affirmed on the Federal Constitution/88, the Federative Republic regime, as well as the normative structure intended for the security of fundamental rights do not conceive the arbitration by an authority that does not experience of the jurisdiction attributed to the Judiciary, setting of the necessary incidence of the Absolute Jurisdiction Reserve. Keywordsapplication/pdfporFiança penal : BrasilPolícia : BrasilJurisdiçãoAbsolute jurisdiction reserveBail arbitrationFundamental rightsRight of freedomA (in)constitucionalidade do arbitramento de fiança por autoridade policial à luz da reserva absoluta de jurisdiçãoinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/bachelorThesisUniversidade Federal do Rio Grande do SulFaculdade de DireitoPorto Alegre, BR-RS2021Ciências Jurídicas e Sociaisgraduaçãoinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Institucional da UFRGSinstname:Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)instacron:UFRGSTEXT001138723.pdf.txt001138723.pdf.txtExtracted Texttext/plain156759http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/237780/2/001138723.pdf.txtdd907ee83c37b51aa830344b0e1ac6a5MD52ORIGINAL001138723.pdfTexto completoapplication/pdf1128750http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/237780/1/001138723.pdfe1a149e74bdd4a3edeeb1b9f32cb1661MD5110183/2377802022-04-28 04:42:34.353896oai:www.lume.ufrgs.br:10183/237780Repositório de PublicaçõesPUBhttps://lume.ufrgs.br/oai/requestopendoar:2022-04-28T07:42:34Repositório Institucional da UFRGS - Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)false |
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