A percepção de esforço no treinamento de força

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Tiggemann, Carlos Leandro
Data de Publicação: 2010
Outros Autores: Pinto, Ronei Silveira, Kruel, Luiz Fernando Martins
Tipo de documento: Artigo
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UFRGS
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10183/72034
Resumo: A percepção de esforço (PE) é definida por Robertson e Noble como sendo a intensidade subjetiva de esforço, tensão, desconforto e/ou fadiga que são experimentados durante os exercícios físicos aeróbicos e de força. Sua aplicabilidade é bastante grande, tendo como ponto principal a mensuração do esforço físico. Um mesmo padrão neurofisiológico, através da integração dos comandos feedforward-feedback poderia explicar a PE(2). Diferentes escalas (RPE, CR10, VAS, OMNI) foram elaboradas e têm sido aplicadas em estudos que investigaram diferentes exercícios e populações, apresentando fortes correlações com importantes variáveis fisiológicas. Inúmeros estudos têm sido desenvolvidos, principalmente na última década, buscando verifi- car o comportamento da PE em relação às diferentes variáveis do treinamento de força (TF). Em relação à variável carga, maiores cargas produzem maiores PE, mesmo quando volumes ou o número de repetições diferenciados é utilizado, apresentando altas e significativas correlações entre a PE e diferentes cargas. Esfor- ços máximos (repetições máximas) causam uma similar PE, independente do número de repetições. Ainda, quanto maior a carga utilizada, menor a variabilidade das respostas da PE entre os sujeitos. A PE aumenta conforme o crescimento do número de repetições realizadas na série, para uma mesma carga, parecendo não existir diferenças na PE entre homens e mulheres. Outras variáveis do TF ainda merecem ser investigadas, não sendo possível apresentar dados conclusivos sobre o comportamento da PE quando estas variáveis são avaliadas. Contudo, os estudos apresentados até então têm indicado que as contrações excêntricas e maiores velocidades de execução indicam uma menor PE, enquanto que a ordem, a quantidade e o tipo de exercícios indicam ter pouca ou nenhuma influência. Quanto ao nível de treinamento dos sujeitos, mais estudos são necessários, sendo contraditórios os dados apresentados até então pela literatura. Possivelmente, a grande dificuldade destes estudos não está na aplicação da PE em si, mas sim, no isolamento de cada uma das variáveis do TF. Seguindo-se os protocolos similares aos utilizados nos estudos, respeitando o controle das variáveis do TF, parece ser possível a utilização da PE na modulação da intensidade no TF.
id UFRGS-2_1cdd971999b66c0ac08ae0fffa2c09d4
oai_identifier_str oai:www.lume.ufrgs.br:10183/72034
network_acronym_str UFRGS-2
network_name_str Repositório Institucional da UFRGS
repository_id_str
spelling Tiggemann, Carlos LeandroPinto, Ronei SilveiraKruel, Luiz Fernando Martins2013-05-29T01:46:36Z20101517-8692http://hdl.handle.net/10183/72034000753264A percepção de esforço (PE) é definida por Robertson e Noble como sendo a intensidade subjetiva de esforço, tensão, desconforto e/ou fadiga que são experimentados durante os exercícios físicos aeróbicos e de força. Sua aplicabilidade é bastante grande, tendo como ponto principal a mensuração do esforço físico. Um mesmo padrão neurofisiológico, através da integração dos comandos feedforward-feedback poderia explicar a PE(2). Diferentes escalas (RPE, CR10, VAS, OMNI) foram elaboradas e têm sido aplicadas em estudos que investigaram diferentes exercícios e populações, apresentando fortes correlações com importantes variáveis fisiológicas. Inúmeros estudos têm sido desenvolvidos, principalmente na última década, buscando verifi- car o comportamento da PE em relação às diferentes variáveis do treinamento de força (TF). Em relação à variável carga, maiores cargas produzem maiores PE, mesmo quando volumes ou o número de repetições diferenciados é utilizado, apresentando altas e significativas correlações entre a PE e diferentes cargas. Esfor- ços máximos (repetições máximas) causam uma similar PE, independente do número de repetições. Ainda, quanto maior a carga utilizada, menor a variabilidade das respostas da PE entre os sujeitos. A PE aumenta conforme o crescimento do número de repetições realizadas na série, para uma mesma carga, parecendo não existir diferenças na PE entre homens e mulheres. Outras variáveis do TF ainda merecem ser investigadas, não sendo possível apresentar dados conclusivos sobre o comportamento da PE quando estas variáveis são avaliadas. Contudo, os estudos apresentados até então têm indicado que as contrações excêntricas e maiores velocidades de execução indicam uma menor PE, enquanto que a ordem, a quantidade e o tipo de exercícios indicam ter pouca ou nenhuma influência. Quanto ao nível de treinamento dos sujeitos, mais estudos são necessários, sendo contraditórios os dados apresentados até então pela literatura. Possivelmente, a grande dificuldade destes estudos não está na aplicação da PE em si, mas sim, no isolamento de cada uma das variáveis do TF. Seguindo-se os protocolos similares aos utilizados nos estudos, respeitando o controle das variáveis do TF, parece ser possível a utilização da PE na modulação da intensidade no TF.Perceived exertion (PE) is defined by Robertson and Noble(1) as the subjective intensity of effort, strain, discomfort and/or fatigue experienced during both aerobic and resistance exercise. Its application is fairly wide and has as main focus the measurement of physical exertion. The same neuro-physiological pattern, through the integration of feedforward-feedback commands could explain PE(2). Different scales (RPE, CR10, VAS, OMNI) were developed and have been applied in studies that investigated different exercises and populations, showing high correlations with important physiological variables. Several studies have been developed, especially in the last decade, in order to verify the PE behavior concerning different variables of the strength training (ST ). Regarding the load variable, the results showed that higher loads produce greater PE, even when different volumes or number of repetitions are used, with high and significant correlations between PE and different loads. Maximum efforts (repetition maximum) cause a similar PE, regardless of the number of repetitions. Moreover, the higher the load used, the lower the responses variability of the PE among subjects. PE increases according to the number of repetitions performed in the sets for the same load, with no differences in PE being shown between men and women. Further ST variables must be inves- tigated and it is not possible to provide conclusive data on the PE performance when these variables are evaluated. However, the studies presented until the present moment, have indicated that eccentric contrac- tions and higher performance speeds indicate lower PE, while order, amount and type of exercises show little or no influence. Further studies should be conducted about the trainability status of the subjects, and contradictory data were found so far by the literature. Possibly, the major difficulty of these studies is not the PE application per se, but the isolation of each ST variable. As long as protocols similar to those used in the studies, respecting the control of the ST variables are used, the use of PE in modulating the intensity in ST seems possible.application/pdfporRevista brasileira de medicina do esporte, São Paulo: SBME. Vol. 16, n. 4 (jul./ago. 2010), p. 301-309Treinamento de forçaFisiologia do exercícioRatings perceived exertionStrength trainingResistance exerciseA percepção de esforço no treinamento de forçaPerceived exertion in strength training info:eu-repo/semantics/articleinfo:eu-repo/semantics/otherinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Institucional da UFRGSinstname:Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)instacron:UFRGSORIGINAL000753264.pdf000753264.pdfTexto completoapplication/pdf282054http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/72034/1/000753264.pdfddb2f903ef4325e536617aa6f5d88919MD51TEXT000753264.pdf.txt000753264.pdf.txtExtracted Texttext/plain69604http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/72034/2/000753264.pdf.txt6c2f5c958f0d3a60a60a70db0d650dcdMD52THUMBNAIL000753264.pdf.jpg000753264.pdf.jpgGenerated Thumbnailimage/jpeg1601http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/72034/3/000753264.pdf.jpg07905988994a3bcdde2aeca4dc8e1875MD5310183/720342018-10-09 09:11:50.956oai:www.lume.ufrgs.br:10183/72034Repositório de PublicaçõesPUBhttps://lume.ufrgs.br/oai/requestopendoar:2018-10-09T12:11:50Repositório Institucional da UFRGS - Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)false
dc.title.pt_BR.fl_str_mv A percepção de esforço no treinamento de força
dc.title.alternative.en.fl_str_mv Perceived exertion in strength training
title A percepção de esforço no treinamento de força
spellingShingle A percepção de esforço no treinamento de força
Tiggemann, Carlos Leandro
Treinamento de força
Fisiologia do exercício
Ratings perceived exertion
Strength training
Resistance exercise
title_short A percepção de esforço no treinamento de força
title_full A percepção de esforço no treinamento de força
title_fullStr A percepção de esforço no treinamento de força
title_full_unstemmed A percepção de esforço no treinamento de força
title_sort A percepção de esforço no treinamento de força
author Tiggemann, Carlos Leandro
author_facet Tiggemann, Carlos Leandro
Pinto, Ronei Silveira
Kruel, Luiz Fernando Martins
author_role author
author2 Pinto, Ronei Silveira
Kruel, Luiz Fernando Martins
author2_role author
author
dc.contributor.author.fl_str_mv Tiggemann, Carlos Leandro
Pinto, Ronei Silveira
Kruel, Luiz Fernando Martins
dc.subject.por.fl_str_mv Treinamento de força
Fisiologia do exercício
topic Treinamento de força
Fisiologia do exercício
Ratings perceived exertion
Strength training
Resistance exercise
dc.subject.eng.fl_str_mv Ratings perceived exertion
Strength training
Resistance exercise
description A percepção de esforço (PE) é definida por Robertson e Noble como sendo a intensidade subjetiva de esforço, tensão, desconforto e/ou fadiga que são experimentados durante os exercícios físicos aeróbicos e de força. Sua aplicabilidade é bastante grande, tendo como ponto principal a mensuração do esforço físico. Um mesmo padrão neurofisiológico, através da integração dos comandos feedforward-feedback poderia explicar a PE(2). Diferentes escalas (RPE, CR10, VAS, OMNI) foram elaboradas e têm sido aplicadas em estudos que investigaram diferentes exercícios e populações, apresentando fortes correlações com importantes variáveis fisiológicas. Inúmeros estudos têm sido desenvolvidos, principalmente na última década, buscando verifi- car o comportamento da PE em relação às diferentes variáveis do treinamento de força (TF). Em relação à variável carga, maiores cargas produzem maiores PE, mesmo quando volumes ou o número de repetições diferenciados é utilizado, apresentando altas e significativas correlações entre a PE e diferentes cargas. Esfor- ços máximos (repetições máximas) causam uma similar PE, independente do número de repetições. Ainda, quanto maior a carga utilizada, menor a variabilidade das respostas da PE entre os sujeitos. A PE aumenta conforme o crescimento do número de repetições realizadas na série, para uma mesma carga, parecendo não existir diferenças na PE entre homens e mulheres. Outras variáveis do TF ainda merecem ser investigadas, não sendo possível apresentar dados conclusivos sobre o comportamento da PE quando estas variáveis são avaliadas. Contudo, os estudos apresentados até então têm indicado que as contrações excêntricas e maiores velocidades de execução indicam uma menor PE, enquanto que a ordem, a quantidade e o tipo de exercícios indicam ter pouca ou nenhuma influência. Quanto ao nível de treinamento dos sujeitos, mais estudos são necessários, sendo contraditórios os dados apresentados até então pela literatura. Possivelmente, a grande dificuldade destes estudos não está na aplicação da PE em si, mas sim, no isolamento de cada uma das variáveis do TF. Seguindo-se os protocolos similares aos utilizados nos estudos, respeitando o controle das variáveis do TF, parece ser possível a utilização da PE na modulação da intensidade no TF.
publishDate 2010
dc.date.issued.fl_str_mv 2010
dc.date.accessioned.fl_str_mv 2013-05-29T01:46:36Z
dc.type.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/article
info:eu-repo/semantics/other
dc.type.status.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/publishedVersion
format article
status_str publishedVersion
dc.identifier.uri.fl_str_mv http://hdl.handle.net/10183/72034
dc.identifier.issn.pt_BR.fl_str_mv 1517-8692
dc.identifier.nrb.pt_BR.fl_str_mv 000753264
identifier_str_mv 1517-8692
000753264
url http://hdl.handle.net/10183/72034
dc.language.iso.fl_str_mv por
language por
dc.relation.ispartof.pt_BR.fl_str_mv Revista brasileira de medicina do esporte, São Paulo: SBME. Vol. 16, n. 4 (jul./ago. 2010), p. 301-309
dc.rights.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/openAccess
eu_rights_str_mv openAccess
dc.format.none.fl_str_mv application/pdf
dc.source.none.fl_str_mv reponame:Repositório Institucional da UFRGS
instname:Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)
instacron:UFRGS
instname_str Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)
instacron_str UFRGS
institution UFRGS
reponame_str Repositório Institucional da UFRGS
collection Repositório Institucional da UFRGS
bitstream.url.fl_str_mv http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/72034/1/000753264.pdf
http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/72034/2/000753264.pdf.txt
http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/72034/3/000753264.pdf.jpg
bitstream.checksum.fl_str_mv ddb2f903ef4325e536617aa6f5d88919
6c2f5c958f0d3a60a60a70db0d650dcd
07905988994a3bcdde2aeca4dc8e1875
bitstream.checksumAlgorithm.fl_str_mv MD5
MD5
MD5
repository.name.fl_str_mv Repositório Institucional da UFRGS - Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)
repository.mail.fl_str_mv
_version_ 1801224792340168704