Burguesia gaúcha, nas páginas da Revista democracia e empresa, frente à institucionalização da ditadura civil-militar (1964-1968)
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2014 |
Tipo de documento: | Trabalho de conclusão de curso |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Institucional da UFRGS |
Texto Completo: | http://hdl.handle.net/10183/116372 |
Resumo: | O trabalho trata da primeira fase de institucionalização da ditadura civil-militar, compreendida entre os anos de 1964 e 1968. Buscamos discutir a participação de setores da sociedade civil nesse processo, através da análise da revista Democracia e Empresa, produzida de 1962 até 1971 pelo IPESUL. Depois de apresentar as linhas gerais defendidas pela revista, buscamos compreender o posicionamento expresso nesta sobre as transformações econômicas impostas ao estado do Rio Grande do Sul, para, em seguida, discutir a função da revista como formadora de consenso intra-classe, unificando setores distintos da burguesia gaúcha. A busca de referências na história econômica nos proporcionou condições de uma análise mais representativa do discurso produzido, que indicava para a importância fundamental do Estado como agente da economia. Percebemos diferenças no conteúdo dos artigos publicados, o que nos indica certa tensão e disputa analisamos. Isso é mais evidente após o golpe de 1964, quando os elementos comuns de aproximação passam a se enfraquecer e urge a construção de um projeto de sociedade. Dreifuss nos ajuda a evidenciar que os grupos mais influentes e poderosos, articulados nos IPES do Rio de Janeiro e de São Paulo, tiveram grande participação nesse momento, impondo um projeto que vinham desenvolvendo a anos, sob a influência do capitalismo multinacional e associado. Por outro lado, a burguesia que não tinha tanta proximidade com esse projeto buscou expressar certa resistência, mas que não poderia ter a pressão necessária. Falou mais alto a acomodação conservadora, que Florestan Fernandes nos ajuda a avaliar ser um elemento comum às classes dominantes nacionais, que unem-se contra a maioria da população, para manter o caráter dependente de seu desenvolvimento econômico. Por isso, a revista é compreendida como um mecanismo de formação de consciência de classe, que tem um claro caráter político e prático, que é defender a estabilidade social. |
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