Perspectivas periféricas na literatura em língua portuguesa : o caso do conto e do rap em Angola

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Almeida, Bruna Borges de
Data de Publicação: 2016
Tipo de documento: Trabalho de conclusão de curso
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UFRGS
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10183/156931
Resumo: Este trabalho parte de estudos sobre o colonialismo que o abordam como um processo histórico inserido no projeto epistemológico da Modernidade europeia (Mignolo, 2003), que instituiu hierarquias de poder em escala global entre as nações “descobridoras” e os territórios “descobertos”. Tais estruturas de poder se mantêm na atualidade, embora o processo de dominação política e administrativa do colonialismo tenha dado lugar às independências dos territórios colonizados e a formações de Estados-nação no chamado terceiro mundo, o que faz permanecer uma condição de colonialidade, segundo Aníbal Quijano (2000). Dessa forma, a partir do reconhecimento de que o colonialismo moldou discursos – e esses discursos ainda se constroem na condição da colonialidade – que o legitimassem tanto nas ciências como nas artes, este estudo busca compreender como se manifestam os discursos anticoloniais literários na periferia do colonialismo português tomando o contexto angolano como foco. Para tanto, adota-se uma perspectiva teórica interdisciplinar e é estudado o espaço literário (Brandão, 2013), enquanto representação e focalização em obras de literatura angolana que trazem o musseque, bairro periférico, como espaço central da narrativa, quais sejam: Estórias do Musseque (1980 [1976]), de Jofre Rocha; Luuanda (2004 [1963]), de Luandino Vieira; Filhos da Pátria (2008), de João Melo; Trincheira de ideias (2002), e Proibido Ouvir Isto (2011), de MC Kappa. Observar tais obras permite que se tenha uma amostragem, em forma de panorama, a respeito de como o musseque aparece na literatura angolana e de como ele favorece a insurgência de discursos que se opõem à situação colonial instaurada em Angola pelos portugueses.
id UFRGS-2_228262c5714222d2af4cb2ace67dbba0
oai_identifier_str oai:www.lume.ufrgs.br:10183/156931
network_acronym_str UFRGS-2
network_name_str Repositório Institucional da UFRGS
repository_id_str
spelling Almeida, Bruna Borges deTettamanzy, Ana Lúcia Liberato2017-04-20T02:34:22Z2016http://hdl.handle.net/10183/156931001016235Este trabalho parte de estudos sobre o colonialismo que o abordam como um processo histórico inserido no projeto epistemológico da Modernidade europeia (Mignolo, 2003), que instituiu hierarquias de poder em escala global entre as nações “descobridoras” e os territórios “descobertos”. Tais estruturas de poder se mantêm na atualidade, embora o processo de dominação política e administrativa do colonialismo tenha dado lugar às independências dos territórios colonizados e a formações de Estados-nação no chamado terceiro mundo, o que faz permanecer uma condição de colonialidade, segundo Aníbal Quijano (2000). Dessa forma, a partir do reconhecimento de que o colonialismo moldou discursos – e esses discursos ainda se constroem na condição da colonialidade – que o legitimassem tanto nas ciências como nas artes, este estudo busca compreender como se manifestam os discursos anticoloniais literários na periferia do colonialismo português tomando o contexto angolano como foco. Para tanto, adota-se uma perspectiva teórica interdisciplinar e é estudado o espaço literário (Brandão, 2013), enquanto representação e focalização em obras de literatura angolana que trazem o musseque, bairro periférico, como espaço central da narrativa, quais sejam: Estórias do Musseque (1980 [1976]), de Jofre Rocha; Luuanda (2004 [1963]), de Luandino Vieira; Filhos da Pátria (2008), de João Melo; Trincheira de ideias (2002), e Proibido Ouvir Isto (2011), de MC Kappa. Observar tais obras permite que se tenha uma amostragem, em forma de panorama, a respeito de como o musseque aparece na literatura angolana e de como ele favorece a insurgência de discursos que se opõem à situação colonial instaurada em Angola pelos portugueses.Este trabajo se basa en los estudios sobre el colonialismo que lo presentan como un proceso histórico insertado en el proyecto epistemológico de la Modernidad europea (Mignolo, 2003), que instituyó jerarquías de poder en escala global entre las naciones “descubridoras” y los territorios “descubiertos”. Dichas estructuras de poder se mantienen en la actualidad, aunque el proceso de dominación política y administrativa del colonialismo haya dado lugar a las independencias de los territorios colonizados y a la formación de estados-nación en lo llamado tercer mundo, lo que hace permanecer una condición de colonialidad, según Aníbal Quijano (2000). De esa manera, a partir del reconocimiento de que el colonialismo moldó discursos – y esos discursos aún se construyen en la condición de la colonialidad – que lo legitimaran tanto en las ciencias como en las artes, este estudio busca comprender cómo se manifiestan discursos anticoloniales literarios en la periferia del colonialismo portugués teniendo en cuenta el contexto angolano. Para ello, se adopta una perspectiva teórica interdisciplinar y se estudia el espacio literario (Brandão, 2013) en cuanto representación y focalización en obras de literatura angolana que traen el musseque, barrio periférico, como espacio central de la narrativa, son ellos: Estórias do Musseque (1980 [1976]), de Jofre Rocha; Luuanda (2004 [1963]), de Luandino Vieira; Filhos da Pátria (2008), de João Melo; Trincheira de ideias (2002) y Proibido Ouvir Isto (2011), de MC Kappa. Observar dichas obras permite que se tenga una muestra en forma de panorama respecto a cómo el musseque aparece en la literatura angolana y cómo él favorece la insurgencia de discursos que se oponen a la situación colonial instaurada en Angola por los portugueses.application/pdfporRap (Música)Literatura angolana : ContoMussequeRapPerspectivas periféricas na literatura em língua portuguesa : o caso do conto e do rap em Angolainfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/bachelorThesisUniversidade Federal do Rio Grande do SulInstituto de LetrasPorto Alegre, BR-RS2016Letras: Licenciaturagraduaçãoinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Institucional da UFRGSinstname:Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)instacron:UFRGSORIGINAL001016235.pdf001016235.pdfTexto completoapplication/pdf3012626http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/156931/1/001016235.pdfa1039155d8a9798d9ceb0d71493ed38fMD51TEXT001016235.pdf.txt001016235.pdf.txtExtracted Texttext/plain128326http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/156931/2/001016235.pdf.txt540fc09d5451985e16eb9f0f47c5aa2cMD52THUMBNAIL001016235.pdf.jpg001016235.pdf.jpgGenerated Thumbnailimage/jpeg1027http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/156931/3/001016235.pdf.jpgeef6ba6d26a1ccf46d5897aefd776237MD5310183/1569312022-02-22 04:55:05.435246oai:www.lume.ufrgs.br:10183/156931Repositório de PublicaçõesPUBhttps://lume.ufrgs.br/oai/requestopendoar:2022-02-22T07:55:05Repositório Institucional da UFRGS - Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)false
dc.title.pt_BR.fl_str_mv Perspectivas periféricas na literatura em língua portuguesa : o caso do conto e do rap em Angola
title Perspectivas periféricas na literatura em língua portuguesa : o caso do conto e do rap em Angola
spellingShingle Perspectivas periféricas na literatura em língua portuguesa : o caso do conto e do rap em Angola
Almeida, Bruna Borges de
Rap (Música)
Literatura angolana : Conto
Musseque
Rap
title_short Perspectivas periféricas na literatura em língua portuguesa : o caso do conto e do rap em Angola
title_full Perspectivas periféricas na literatura em língua portuguesa : o caso do conto e do rap em Angola
title_fullStr Perspectivas periféricas na literatura em língua portuguesa : o caso do conto e do rap em Angola
title_full_unstemmed Perspectivas periféricas na literatura em língua portuguesa : o caso do conto e do rap em Angola
title_sort Perspectivas periféricas na literatura em língua portuguesa : o caso do conto e do rap em Angola
author Almeida, Bruna Borges de
author_facet Almeida, Bruna Borges de
author_role author
dc.contributor.author.fl_str_mv Almeida, Bruna Borges de
dc.contributor.advisor1.fl_str_mv Tettamanzy, Ana Lúcia Liberato
contributor_str_mv Tettamanzy, Ana Lúcia Liberato
dc.subject.por.fl_str_mv Rap (Música)
Literatura angolana : Conto
topic Rap (Música)
Literatura angolana : Conto
Musseque
Rap
dc.subject.spa.fl_str_mv Musseque
Rap
description Este trabalho parte de estudos sobre o colonialismo que o abordam como um processo histórico inserido no projeto epistemológico da Modernidade europeia (Mignolo, 2003), que instituiu hierarquias de poder em escala global entre as nações “descobridoras” e os territórios “descobertos”. Tais estruturas de poder se mantêm na atualidade, embora o processo de dominação política e administrativa do colonialismo tenha dado lugar às independências dos territórios colonizados e a formações de Estados-nação no chamado terceiro mundo, o que faz permanecer uma condição de colonialidade, segundo Aníbal Quijano (2000). Dessa forma, a partir do reconhecimento de que o colonialismo moldou discursos – e esses discursos ainda se constroem na condição da colonialidade – que o legitimassem tanto nas ciências como nas artes, este estudo busca compreender como se manifestam os discursos anticoloniais literários na periferia do colonialismo português tomando o contexto angolano como foco. Para tanto, adota-se uma perspectiva teórica interdisciplinar e é estudado o espaço literário (Brandão, 2013), enquanto representação e focalização em obras de literatura angolana que trazem o musseque, bairro periférico, como espaço central da narrativa, quais sejam: Estórias do Musseque (1980 [1976]), de Jofre Rocha; Luuanda (2004 [1963]), de Luandino Vieira; Filhos da Pátria (2008), de João Melo; Trincheira de ideias (2002), e Proibido Ouvir Isto (2011), de MC Kappa. Observar tais obras permite que se tenha uma amostragem, em forma de panorama, a respeito de como o musseque aparece na literatura angolana e de como ele favorece a insurgência de discursos que se opõem à situação colonial instaurada em Angola pelos portugueses.
publishDate 2016
dc.date.issued.fl_str_mv 2016
dc.date.accessioned.fl_str_mv 2017-04-20T02:34:22Z
dc.type.status.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/publishedVersion
dc.type.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/bachelorThesis
format bachelorThesis
status_str publishedVersion
dc.identifier.uri.fl_str_mv http://hdl.handle.net/10183/156931
dc.identifier.nrb.pt_BR.fl_str_mv 001016235
url http://hdl.handle.net/10183/156931
identifier_str_mv 001016235
dc.language.iso.fl_str_mv por
language por
dc.rights.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/openAccess
eu_rights_str_mv openAccess
dc.format.none.fl_str_mv application/pdf
dc.source.none.fl_str_mv reponame:Repositório Institucional da UFRGS
instname:Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)
instacron:UFRGS
instname_str Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)
instacron_str UFRGS
institution UFRGS
reponame_str Repositório Institucional da UFRGS
collection Repositório Institucional da UFRGS
bitstream.url.fl_str_mv http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/156931/1/001016235.pdf
http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/156931/2/001016235.pdf.txt
http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/156931/3/001016235.pdf.jpg
bitstream.checksum.fl_str_mv a1039155d8a9798d9ceb0d71493ed38f
540fc09d5451985e16eb9f0f47c5aa2c
eef6ba6d26a1ccf46d5897aefd776237
bitstream.checksumAlgorithm.fl_str_mv MD5
MD5
MD5
repository.name.fl_str_mv Repositório Institucional da UFRGS - Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)
repository.mail.fl_str_mv
_version_ 1801224527016886272