Análise de resultados da tipagem sanguínea antes e após a implantação da técnica de semiautomação

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Liu, Isabela Parussini
Data de Publicação: 2012
Tipo de documento: Trabalho de conclusão de curso
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UFRGS
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10183/72412
Resumo: A tipagem sanguínea consiste na determinação dos grupos sanguíneos, que se caracterizam pela presença ou ausência de determinados antígenos na membrana eritrocitária. As técnicas mais conhecidas de tipagem sanguínea utilizam lâmina, tubo ou, mais recentemente, microplacas comerciais. Na prática transfusional, é necessário que haja compatibilidade principalmente no que diz respeito aos sistemas ABO e RhD, a fim de evitar reações que podem culminar com a morte do receptor. Sabe-se que resultados duvidosos e inconclusivos encontrados na determinação de grupos sanguíneos podem estar relacionados a diferentes fatores, tais como subgrupos de A (principalmente o fenótipo A2) e o fenótipo D-fraco, ambos causados por alterações nos genes que codificam esses antígenos, levando a alterações na expressão dos mesmos. A técnica de semiautomação implantada no Banco de Sangue do Hospital de Clínicas de Porto Alegre (HCPA) utiliza microplacas e equipamentos semiautomáticos interligados, capazes de conferir maior segurança e padronização ao processo de tipagem. Nesse contexto, os principais objetivos do trabalho foram analisar a técnica de semiautomação do Banco de Sangue do HCPA em relação à ocorrência de resultados duvidosos ou inconclusivos associados aos sistemas ABO e Rh, e à ocorrência de fenótipos variantes, como D-fraco e A2, associados a esses resultados. Ainda, faremos uma análise comparativa dos mesmos aspectos com a técnica manual anterior. Para tanto, todas as amostras provenientes dos doadores de sangue e plaquetas do Banco de Sangue do HCPA, durante um período de seis meses, foram submetidas ao processo de tipagem sanguínea semiautomatizada em microplacas para os sistemas ABO e RhD. Foram analisadas todas as amostras que apresentaram resultado discrepante associado a um ou ambos sistemas sanguíneos. O mesmo foi realizado para as amostras tipadas durante os seis meses imediatamente anteriores à implantação da semiautomação. Para resolver os casos de discrepância no sistema ABO (ocorrido na microplaca ou na lâmina), nos quais as provas direta e reversa eram discordantes, foi utilizada a técnica em tubo. Em todas as amostras RhD negativas eram realizadas a pesquisa do fenótipo D-fraco em cartões gel-teste, para esclarecer se essa amostra era de fato negativa ou apenas fracamente positiva. Para resolver as amostras discrepantes, nas quais a tipagem RhD resulta negativa (em microplaca ou em tubo), mas no gel-teste resulta fracamente positiva, foi utilizada outra técnica em cartão gel-teste para confirmação. No total, encontrou-se uma taxa de discrepância ABO de 0,25%. Observou-se um aumento na ocorrência de discrepância ABO na técnica de semiautomação (TSA) em comparação à técnica manual (TM) (p<0.0005). Desses casos, 15% apresentaram fenótipo A2. A principal reação que motivou dúvida na microplaca foi a reversa de A. As situações discrepantes relacionadas ao sistema Rh, totalizaram 0,18%. Não houve diferença significativa na ocorrência desses casos entre TM e TSA (p=1.0). Observou-se um aumento na ocorrência do fenótipo D-fraco pela TSA em comparação à TM (p<0.0005). Concluímos que a semiautomação, apesar de apresentar maior número de discrepâncias, apresenta consideráveis vantagens, como a possibilidade do interfaceamento. O aumento nas discrepâncias ABO encontradas pela TSA, provavelmente, não levaria ao aumento de tipagens errôneas, não tendo grande impacto no resultado final. Ainda, observamos que, pela TSA, um maior número de doadores foi classificado como D-fraco, comparado à TM.
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