O lugar do tratamento psicológico na vida cotidiana : produção de sentido e quadros de referência em relatos orais
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2010 |
Tipo de documento: | Trabalho de conclusão de curso |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Institucional da UFRGS |
Texto Completo: | http://hdl.handle.net/10183/26846 |
Resumo: | Este trabalho trata da relação entre vida cotidiana e tratamento psicológico por meio de relatos obtidos através de entrevistas semi-estruturadas com jovens adultos pertencentes à classe média que vivem em Porto Alegre, Rio Grande do Sul. Ao abordar pela fala as experiências de certos sujeitos em psicoterapia e psicanálise, pretendi compreender o lugar dessas práticas sociais na produção de significado sobre o passado vivido e na atribuição de sentidos ao viver. Ancorado na perspectiva de José de Souza Martins para tratar da vida cotidiana, procurei realizar confluências e aproximações entre Alfred Schutz, Erving Goffman e Harold Garfinkel, por um lado e Henri Lefebvre, por outro – além de indicações de Lévi- Strauss sobre a eficácia simbólica do processo psicanalítico. As noções proporcionadas pela correlação entre esses autores possibilitaram interpretações sobre os relatos de maneira a referir o falado às ocultações próprias do processo social no qual a experiência cotidiana é atravessada por ausências de domínio simbólico, alienações e reformulações de sentido. Através da análise dos relatos, foi possível revelar conexões entre sofrimentos e contradições vividas através de formas de compreensão da experiência de acordo com o papel da terapia na constituição de uma remodelação dos meios para a significação. Partindo do objetivo de entender a relevância da terapia na vida de pessoas comuns, pude compreendê-la enquanto uma prática relativamente deslocada do cotidiano, tornadose mediação na constituição de sínteses interpretativas sobre o que se vive através da promoção de quadros de referência distintos daqueles forjados no seio da cotidianidade. A reordenação simbólica produzida pela construção conjunta entre paciente e terapeuta de chaves interpretativas se deve à articulação entre dados da experiência pessoal originalmente desencontrados. Cabe ressaltar que o efeito da terapia, paralelo a sua eficácia, conduz a novas formas de enquadramentos que permanecem reverberando sobre a práxis ao estruturarem a vida cotidiana mesmo entre aqueles que já abandonaram o tratamento. |
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