“Justo preço” e escolástica “mendicante" : a análise do comércio segundo Tomás de Aquino e Pedro de João Olivi (Século XIII)

• Autor(a) principal: Fleck, Luiz Otávio Carneiro
• Data de Publicação: 2015
• Tipo de documento: Trabalho de conclusão de curso
• Idioma: por
• Título da fonte: Repositório Institucional da UFRGS
• Texto Completo: http://hdl.handle.net/10183/132358
• topic: Tomás, de Aquino, Santo, 1225?-1274; Olivi, Pierre Jean, 1248?-1298?; Escolástica; Comércio; Mendicância; Universidade; Thirteenth century; Scholastic; Mendicant orders; University

O período que vai do século XI ao XIII se caracterizou, dentre outros aspectos, pela intensificação da urbanização na cristandade Ocidental, com o surgimento e revitalização de conglomerados urbanos. Nesse contexto, uma nova visão de mundo emergiu, nessa sociedade, relacionada ao âmbito urbano e a monetarização da economia. Desse imaginário, derivam novas concepções sobre tempo, trabalho, riqueza e pobreza. Estas mudanças afetam não só o âmbito temporal, mas a Igreja também. Essa passa a ter que lidar com as novas dinâmicas econômicas e sociais, atuando em diversas frentes para garantir a manutenção de seu papel de detentora da “palavra”, e por conseguinte das “certezas”. Neste trabalho, analisamos uma das frentes de atuação da Igreja no âmbito urbano: as “ordens mendicantes”. Nosso interesse está voltado para a atuação dos “mendicantes” nas universidades, da qual analisamos os discursos de membros da Igreja sobre as relações econômicas a que foram contemporâneos. Para isso, utilizamos a Questão 77, da Suma Teológica de Tomás de Aquino, da Ordem dos Pregadores, e o Tratado sobre as compras e vendas de Pedro de João Olivi, da Ordem dos Frades Menores. Nesses “guias para um bom comércio”, podemos ler as concepções acerca do comércio, e como os dois teólogos buscam reabilitar a atividade do mercador. Além desses dois escritos escolásticos, utilizamos a bula Exiit qui seminat, de Nicolau III, para demonstrar como os ideais, valores e os problemas de cada ordem influenciavam na escrita dos “mendicantes”.