Estrutura do ictioplâncton no estuário do rio Tramandaí e na zona de surfe, Rio Grande do Sul

• Autor(a) principal: Ayala, Laura Guaragni
• Data de Publicação: 2024
• Tipo de documento: Trabalho de conclusão de curso
• Idioma: por
• Título da fonte: Repositório Institucional da UFRGS
• Texto Completo: http://hdl.handle.net/10183/272615
• topic: Peixes; Estuários; Ictioplâncton; Fatores abióticos; Tramandaí, Rio, Estuário do (RS); Ichthyoplankton; Spatio-temporal variation; Abiotic factors

O estuário do rio Tramandaí é considerado como uma área de berçário para vários organismos, incluindo a ictiofauna. A sobrevivência de ovos e larvas de peixes é essencial para o recrutamento das espécies, por isso, existe a necessidade de conhecer a comunidade ictioplanctônica desse estuário e os principais fatores que influenciam sua estrutura. Foram realizadas coletas mensais através de arrastos com rede de plâncton (300 µm) em três pontos no estuário do rio Tramandaí e dois pontos na zona de surfe em duas cidades do litoral norte do Rio Grande do Sul, no período de setembro de 2022 a agosto de 2023. As variáveis ambientais, salinidade, temperatura e pH foram aferidas in situ utilizando sonda multiparâmetro. Os resultados obtidos através da análise não paramétrica de Kruskal-Wallis mostraram que a densidade de ovos variou entre as estações e pontos de amostragem. Houve diferenças significativas na densidade de larvas entre os pontos, mas não entre as estações. No geral, tanto para as larvas quanto para os ovos, a primavera e o verão apresentaram as maiores densidades médias, sugerindo esse ser um período importante de reprodução. A maioria das larvas ocorreu no estuário, indicando sua relevância para o desenvolvimento dos estágios iniciais. No total, foram identificados 28 táxons, distribuídos em 13 famílias, 9 gêneros e 14 espécies. As famílias mais abundantes foram Gobiidae, Clupeidae e Atherinopsidae. O táxon com maior densidade média foi Microgobius meeki (167,10 larvas.100 m- 3). A riqueza e diversidade dos táxons foram semelhantes ao longo do ano e das áreas. A análise de redundância baseada em distância (db-RDA) mostrou que as famílias Sciaenidae e Clupeidae se correlacionaram com a salinidade. Enquanto as famílias Gobiidae, Engraulidae e Syngnathidae apresentaram relação positiva com a temperatura e pH. Os resultados sugerem que o gradiente de salinidade e variações na temperatura influenciaram a variação espaço-temporal de ovos e larvas, porém, outros aspectos, como a hidrodinâmica do estuário, devem ser levados em conta em futuros estudos na região.