Pesquisa de parasitoses gastrointestinais em aves marinhas e migratórias do litoral do Rio Grande do Sul

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Wartchow, Bárbara Schiller
Data de Publicação: 2017
Tipo de documento: Trabalho de conclusão de curso
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UFRGS
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10183/178264
Resumo: O protozoário Cryptosporidium é um parasita entérico, transmitido principalmente via fecal-oral, por água e alimentos contaminados. Apesar da criptosporidiose ocorrer mundialmente, muitos aspectos de sua epidemiologia permanecem incompreendidos. Seres humanos, animais domésticos e fauna selvagem potencialmente contribuem para a disseminação do parasito pelas águas. É uma das principais protozooses em aves, se manifestando tanto no trato digestivo como no respiratório, afetando um grande número de espécies. Entre as espécies e genótipos de Cryptosporidium identificados em aves, alguns são potencialmente zoonóticos. A epidemiologia de espécies zoonóticas do parasito em animais selvagens vem cada vez mais ganhando relevância. As aves migratórias, por sua ampla distribuição e capacidade de deslocamento, além da característica de formar grandes colônias, se tornam importantes disseminadoras de patógenos. O objetivo deste trabalho foi investigar a presença de oocistos de Cryptosporidium spp. nas amostras fecais e de outros parasitos gastrointestinais em 35 aves marinhas e migratórias no litoral do Rio Grande do Sul, pertencentes a seis espécies: pinguim-de-Magalhães (Spheniscus magellanicus), pardela-preta (Procellaria aequinoctialis), petrel-gigante (Macronectes giganteus), bobo-pequeno (Puffinus puffinus), mandrião-antártico (Catharacta antarctica) e tesourão (Fregata magnificens). Os tratos gastrointestinais foram analisados macroscopicamente e as fezes foram coletadas diretamente do intestino das aves. As amostras foram processadas, usando a coloração de Ziehl-Neelsen para pesquisa de oocistos de Cryptosporidium spp. Este trabalho não detectou a presença de infecção por este protozoário. Entretanto, a presença dos parasitos não pode ser descartada devido ao pequeno número de amostras e a alta probabilidade de falso-negativos da metodologia de diagnóstico. À avaliação do trato gastrointestinal foi possível constatar que 100% dos pinguins-de-Magalhães estavam infectados por pelo menos uma espécie de helminto. Também foi constatada parasitose gastrointestinal em três espécimes de pardela-preta, dois de petrel-gigante e no único espécime de bobo-pequeno. Seis aves (17,14%) haviam ingerido materiais sintéticos, tais como artefatos de pesca e os polímeros polietileno de alta densidade (PEAD), polietileno de baixa densidade (PEBD) e polipropileno (PP). O consumo de materiais de origem antrópica sinaliza a interferência humana nos oceanos e traz preocupação a respeito da conservação destas espécies migratórias e seu habitat.
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As aves migratórias, por sua ampla distribuição e capacidade de deslocamento, além da característica de formar grandes colônias, se tornam importantes disseminadoras de patógenos. O objetivo deste trabalho foi investigar a presença de oocistos de Cryptosporidium spp. nas amostras fecais e de outros parasitos gastrointestinais em 35 aves marinhas e migratórias no litoral do Rio Grande do Sul, pertencentes a seis espécies: pinguim-de-Magalhães (Spheniscus magellanicus), pardela-preta (Procellaria aequinoctialis), petrel-gigante (Macronectes giganteus), bobo-pequeno (Puffinus puffinus), mandrião-antártico (Catharacta antarctica) e tesourão (Fregata magnificens). Os tratos gastrointestinais foram analisados macroscopicamente e as fezes foram coletadas diretamente do intestino das aves. As amostras foram processadas, usando a coloração de Ziehl-Neelsen para pesquisa de oocistos de Cryptosporidium spp. Este trabalho não detectou a presença de infecção por este protozoário. Entretanto, a presença dos parasitos não pode ser descartada devido ao pequeno número de amostras e a alta probabilidade de falso-negativos da metodologia de diagnóstico. À avaliação do trato gastrointestinal foi possível constatar que 100% dos pinguins-de-Magalhães estavam infectados por pelo menos uma espécie de helminto. Também foi constatada parasitose gastrointestinal em três espécimes de pardela-preta, dois de petrel-gigante e no único espécime de bobo-pequeno. Seis aves (17,14%) haviam ingerido materiais sintéticos, tais como artefatos de pesca e os polímeros polietileno de alta densidade (PEAD), polietileno de baixa densidade (PEBD) e polipropileno (PP). O consumo de materiais de origem antrópica sinaliza a interferência humana nos oceanos e traz preocupação a respeito da conservação destas espécies migratórias e seu habitat.Cryptosporidium is an enteric parasite that is transmitted via the fecal-oral route, water and food. Cryptosporidiosis is a worldwide disease and there are still many research gaps in epidemiologic understanding. Humans, wildlife and domestic livestock all potentially contribute with Cryptosporidium to surface waters. It is one of the main protozoan infections in birds. It manifests as either a respiratory or a digestive illness, and it affects a very large number of avian species. Among the species and various genotypes of Cryptosporidium identified in birds, some are potentially zoonotic. The epidemiology of zoonotic species of Cryptosporidium in wildlife is of increasing importance. The mobility of migratory birds, together with their distribution and ability to form large colonies, makes them potentially suitable to spread pathogens. The aim of this study was to investigate the presence of Cryposporidium spp. oocysts in faeces samples and helminths on gastrointestinal tracts of 35 marine and migratory birds in coast of Rio Grande do Sul, on six species: Magellanic Penguin (Spheniscus magellanicus), White-chinned Petrel (Procellaria aequinoctialis), Southern Giant-Petrel (Macronectes giganteus), Manx Shearwater (Puffinus puffinus), Brown Skua (Catharacta antarctica) and Magnificent Frigatebird (Fregata magnificens). The faeces were collected directly from bird’s intestines, and the complete gastrointestinal tracts were macroscopically examined. The faeces samples were processed using the Ziehl-Neelsen method for detection of Cryptosporidium spp. oocysts. This study does not detect the presence of these organisms in the species studied. However, their presence cannot be completely excluded due the small number of samples and the high probability of false negatives in this diagnosis method. Additionally, 100% of Magellanic Penguins were infected by at least one helminth specie. Also three White-chinned Petrel, two Southern Giant-Petrel and the only one Manx Shearwater were infected. Six birds (17,14%) showed signs of ingestion of synthetic materials, such as fishing supplies and the plastics high density polyethylene (HDPE), low density polyethylene (LDPE) and polypropylene (PP). The consumption of manufactured materials highlights the degradation of the oceans and is an important concern for migratory and endangered species conservation.application/pdfporDoenças parasitáriasCryptosporidiumHelmintosAves marinhasLitoral, Região (RS)WildlifePublic healthSeabirdsPesquisa de parasitoses gastrointestinais em aves marinhas e migratórias do litoral do Rio Grande do Sulinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/bachelorThesisUniversidade Federal do Rio Grande do SulFaculdade de VeterináriaPorto Alegre, BR-RS2017/2Medicina Veterináriagraduaçãoinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Institucional da UFRGSinstname:Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)instacron:UFRGSORIGINAL001066890.pdf001066890.pdfTexto completoapplication/pdf761293http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/178264/1/001066890.pdf1989825c0e523569a1de9a5fcf0f1fdfMD51TEXT001066890.pdf.txt001066890.pdf.txtExtracted Texttext/plain109137http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/178264/2/001066890.pdf.txt7b5cc0af379c89b300e560ac7007701aMD52THUMBNAIL001066890.pdf.jpg001066890.pdf.jpgGenerated Thumbnailimage/jpeg1049http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/178264/3/001066890.pdf.jpgb41f8179c80c06db3a8b60fe15354aceMD5310183/1782642023-01-29 05:59:28.741256oai:www.lume.ufrgs.br:10183/178264Repositório de PublicaçõesPUBhttps://lume.ufrgs.br/oai/requestopendoar:2023-01-29T07:59:28Repositório Institucional da UFRGS - Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)false
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