Desigualdades na cobertura vacinal em crianças de 12 a 23 meses de idade na Guiné-Bissau em 2006 e 2014

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Silva, Yanick Adolfo Leal Correia
Data de Publicação: 2019
Tipo de documento: Trabalho de conclusão de curso
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UFRGS
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10183/202667
Resumo: Introdução: A melhoria do bem-estar de uma população, que é o principal objetivo de um processo de desenvolvimento, pressupõe a identificação e a determinação correta das suas necessidades. A vacinação é uma das medidas mais efetivas para prevenir mortes e doenças evitáveis e pode ser considerada uma das estratégias mais importantes no nível mundial para redução da mortalidade infantil, indicador que traduz o nível de desenvolvimento de uma nação. As desigualdades de acesso às vacinas são uma barreira para a sua universalização, devendo, por isso, ser constantemente monitoradas. Objetivo: Analisar a cobertura vacinal em crianças menores de 12 e 23 meses de idade na Guiné-Bissau, estratificada por nível de riqueza, área de moradia, região geográfica e sexo da criança, em 2006 e 2014. Metodologia: Foi realizado um estudo descritivo transversal, a partir da base de dados do Centro Internacional de Equidade em Saúde (International Center for Equity in Health), situado em Pelotas, Rio Grande do Sul. Foi conduzido um estudo de prevalências e análise da evolução temporal com dados oriundos de inquéritos do tipo Multiple Indicator Cluster Surveys (MICS), desenvolvidos pelo UNICEF desde os anos 90. As prevalências de cobertura vacinal completa (CVC) foram estimadas, com seus respectivos intervalos de confiança, em cada ponto no tempo, considerando as ponderações necessárias em relação ao delineamento dos inquéritos, assim incluindo efeito de conglomerado, para permitir a geração de estimativas representativas da população nacional. A seguir, as prevalências de cobertura vacinal foram analisadas de forma estratificada, segundo sexo da criança, área de moradia e níveis de riqueza da população, também em cada ponto no tempo. Para a análise por quintis de riqueza, foram calculados os índices compostos Slope Index of Inequality (SII) e Concentration Index (CIX). As análises foram realizadas utilizando o pacote estatístico Stata (versão 15). Resultados: De 2006 a 2014, houve um aumento na CVC em nível nacional de 51,1% para 69,5%. Quanto ao sexo da criança, existe uma diferença percentual insignificante entre 2006 e 2014, com discreta predominância do sexo feminino. No que diz respeito à área de residência, houve aumento da cobertura vacinal e diminuição da diferença urbano-rural em pontos percentuais, muito embora ainda persista uma diferença de 3,5 pontos percentuais em 2014, favorável à população da área urbana. Em relação ao nível de riqueza, nota-se maior cobertura entre os mais ricos, no entanto o aumento da cobertura foi maior entre os mais pobres, o que explica uma diminuição da desigualdade de 2006 a 2014, expressa pela diminuição do SII de 24,3 para 11,1. Conclusões: Este estudo revelou a persistência de desigualdades no acesso à vacinação relacionadas ao nível de riqueza e à área de residência, apesar de importantes avanços na cobertura e da redução da magnitude das desigualdades ao longo do período estudado. Assim, certos grupos populacionais, nomeadamente os habitantes da zona rural e os do quintil mais pobre, em 2014, ainda estavam sem acesso a uma ação tão básica de saúde quanto a imunização. Estudos como este, que podem ser reproduzidos utilizando dados de outros países, são fundamentais como subsídio para elaborar e implementar políticas e ações de saúde voltadas para toda a população sob a ótica da equidade.
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