O eu catador : reciclando humanidades, ressignificando resíduos e compartilhando a cultura social da reciclagem
Autor(a) principal: | |
---|---|
Data de Publicação: | 2022 |
Tipo de documento: | Trabalho de conclusão de curso |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Institucional da UFRGS |
Texto Completo: | http://hdl.handle.net/10183/236502 |
Resumo: | A partir das vivências enquanto catador de materiais recicláveis, membro da comissão nacional do Movimento Nacional dos Catadores de Materiais Recicláveis (MNCR), semianalfabeto até os 34 anos de idade, algo comum a esta categoria, escrevo esta autoetnografia, baseada nas experiências compartilhadas sobre luzes de teorias sociais, buscando contribuir para a academia e sociedade, principalmente para as/os catadoras/res de materiais recicláveis. Segundo o Banco Mundial (2014), no mundo, mais de 15 milhões de catadoras/es trabalham coletando, separando e encaminhando materiais recicláveis para a reciclagem, destes, 4 milhões estão presentes na América Latina e 800 mil no Brasil (MNCR. 2014). Legislações nacionais, colocam a categoria como principal ator da cadeia produtiva da reciclagem, entretanto, milhares ainda permanecem às ruas e lixões a céu aberto, sobrevivendo com as sobras das riquezas produzidas, com aquilo que já perdeu seu valor e que geram imensuráveis prejuízos econômicos e ambientais, os quais nas mãos das catadoras/es, ganham outro significado, gerando renda e proteção ambiental. Os dados do Anuário da Reciclagem (2020) revelam que mulheres e negras/os são maioria na catação, uma dura realidade que reflete cor e gênero deste importante trabalho, sendo que 75% da categoria sobrevive de forma insalubre, exercendo seu trabalho majoritariamente nas ruas e lixões do planeta. No ano de 2001, uma parte significativa da categoria, 1700 catadoras/es criam durante o 1º Congresso Nacional dos Catadores de Materiais Recicláveis, o MNCR, o qual passa a representar a categoria no Brasil e no Mundo, discutindo, propondo e conquistando políticas públicas que melhoram a qualidade de vida das/os catadoras/es, bem como, contribuem para a defesa da natureza e para a economia das cidades. Através de pesquisa documental e minha própria vivência enquanto catador, ativo, mobilizador e organizador de catadoras/es, representante da categoria, apresento nesta autoetnografia, um olhar de dentro sobre a importância da/o catadora/r de materiais recicláveis, desafios da categoria e a ressignificação dos resíduos. |
id |
UFRGS-2_28d71e2deba4c427bf380b175dbb5047 |
---|---|
oai_identifier_str |
oai:www.lume.ufrgs.br:10183/236502 |
network_acronym_str |
UFRGS-2 |
network_name_str |
Repositório Institucional da UFRGS |
repository_id_str |
|
spelling |
Cardoso, AlexandroSegata, Jean2022-04-02T05:04:19Z2022http://hdl.handle.net/10183/236502001139120A partir das vivências enquanto catador de materiais recicláveis, membro da comissão nacional do Movimento Nacional dos Catadores de Materiais Recicláveis (MNCR), semianalfabeto até os 34 anos de idade, algo comum a esta categoria, escrevo esta autoetnografia, baseada nas experiências compartilhadas sobre luzes de teorias sociais, buscando contribuir para a academia e sociedade, principalmente para as/os catadoras/res de materiais recicláveis. Segundo o Banco Mundial (2014), no mundo, mais de 15 milhões de catadoras/es trabalham coletando, separando e encaminhando materiais recicláveis para a reciclagem, destes, 4 milhões estão presentes na América Latina e 800 mil no Brasil (MNCR. 2014). Legislações nacionais, colocam a categoria como principal ator da cadeia produtiva da reciclagem, entretanto, milhares ainda permanecem às ruas e lixões a céu aberto, sobrevivendo com as sobras das riquezas produzidas, com aquilo que já perdeu seu valor e que geram imensuráveis prejuízos econômicos e ambientais, os quais nas mãos das catadoras/es, ganham outro significado, gerando renda e proteção ambiental. Os dados do Anuário da Reciclagem (2020) revelam que mulheres e negras/os são maioria na catação, uma dura realidade que reflete cor e gênero deste importante trabalho, sendo que 75% da categoria sobrevive de forma insalubre, exercendo seu trabalho majoritariamente nas ruas e lixões do planeta. No ano de 2001, uma parte significativa da categoria, 1700 catadoras/es criam durante o 1º Congresso Nacional dos Catadores de Materiais Recicláveis, o MNCR, o qual passa a representar a categoria no Brasil e no Mundo, discutindo, propondo e conquistando políticas públicas que melhoram a qualidade de vida das/os catadoras/es, bem como, contribuem para a defesa da natureza e para a economia das cidades. Através de pesquisa documental e minha própria vivência enquanto catador, ativo, mobilizador e organizador de catadoras/es, representante da categoria, apresento nesta autoetnografia, um olhar de dentro sobre a importância da/o catadora/r de materiais recicláveis, desafios da categoria e a ressignificação dos resíduos.This ethnography is rooted in my experience as recyclables collector and member of brazil’s National Recyclables Collectors Movement (MNCR), semiliterate until the age of 34, which is something common to this occupation. This work is based on shared experiences guided by social theories, and intends to contribute to academic thought and society, especially recyclables collectors. According to the World Bank (2014), there are 15 millions recyclables collectors working around the world: collecting, segregating and transporting materials for recycling. Four million of these workers are in Latin America and 800 thousand in Brazil (MNCR, 2014). National laws designate recyclables collectors as the primary agent in the recycling supply chain, though thousands remain in the streets and in landfills - surviving from the leftovers of society’ wealth.This way, that which has lost its value and causes immeasurable economic and everonmental damage gains another meaning at the hands of the collectors, generating income and environmental protetion. Data from the Recycling Yearbook (2020) reveals that most recycling work is performed by women and Black people, a hard reality which reflects the racial and gendered nature of this important work, with 75% of the workers surviving in unhealthy conditions in the streets and landfills. In 2001, 1700 recyclables collectors - a major portion of the sector - established the National Movement during the 1st National Congress of Recyclables Collectors, representing the sector in Brazil and worldwide, discussing and making proposals to achieve public policies to improve the quality of life for recyclables collectors and contribute to environmental and economic protection in cities. Through documentary research and my own experience as a recyclables collector who is active in mobilizing recyclables collectors, and a representative of the class, I present in this ethnography a view from the inside about the importance of recyclables collectors, the challenges we face, and the resignification of waste.application/pdfporAutoetnografiaCatadoresMateriais recicláveisCadeia produtivaPolíticas públicasCubaRecyclable collectorsSocial culture of recyclingWaste ressignificationPerformative autoethnographyO eu catador : reciclando humanidades, ressignificando resíduos e compartilhando a cultura social da reciclageminfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/bachelorThesisUniversidade Federal do Rio Grande do SulInstituto de Filosofia e Ciências HumanasPorto Alegre, BR-RS2022Ciências Sociais: Bachareladograduaçãoinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Institucional da UFRGSinstname:Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)instacron:UFRGSTEXT001139120.pdf.txt001139120.pdf.txtExtracted Texttext/plain234094http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/236502/2/001139120.pdf.txt7d9f7fa0a8f1549bc1dfc69ba63a06f4MD52ORIGINAL001139120.pdfTexto completoapplication/pdf1896547http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/236502/1/001139120.pdfb3bc5b1f5da2b56fee767545c322d0cbMD5110183/2365022023-04-29 03:50:55.113043oai:www.lume.ufrgs.br:10183/236502Repositório de PublicaçõesPUBhttps://lume.ufrgs.br/oai/requestopendoar:2023-04-29T06:50:55Repositório Institucional da UFRGS - Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)false |
dc.title.pt_BR.fl_str_mv |
O eu catador : reciclando humanidades, ressignificando resíduos e compartilhando a cultura social da reciclagem |
title |
O eu catador : reciclando humanidades, ressignificando resíduos e compartilhando a cultura social da reciclagem |
spellingShingle |
O eu catador : reciclando humanidades, ressignificando resíduos e compartilhando a cultura social da reciclagem Cardoso, Alexandro Autoetnografia Catadores Materiais recicláveis Cadeia produtiva Políticas públicas Cuba Recyclable collectors Social culture of recycling Waste ressignification Performative autoethnography |
title_short |
O eu catador : reciclando humanidades, ressignificando resíduos e compartilhando a cultura social da reciclagem |
title_full |
O eu catador : reciclando humanidades, ressignificando resíduos e compartilhando a cultura social da reciclagem |
title_fullStr |
O eu catador : reciclando humanidades, ressignificando resíduos e compartilhando a cultura social da reciclagem |
title_full_unstemmed |
O eu catador : reciclando humanidades, ressignificando resíduos e compartilhando a cultura social da reciclagem |
title_sort |
O eu catador : reciclando humanidades, ressignificando resíduos e compartilhando a cultura social da reciclagem |
author |
Cardoso, Alexandro |
author_facet |
Cardoso, Alexandro |
author_role |
author |
dc.contributor.author.fl_str_mv |
Cardoso, Alexandro |
dc.contributor.advisor1.fl_str_mv |
Segata, Jean |
contributor_str_mv |
Segata, Jean |
dc.subject.por.fl_str_mv |
Autoetnografia Catadores Materiais recicláveis Cadeia produtiva Políticas públicas Cuba |
topic |
Autoetnografia Catadores Materiais recicláveis Cadeia produtiva Políticas públicas Cuba Recyclable collectors Social culture of recycling Waste ressignification Performative autoethnography |
dc.subject.eng.fl_str_mv |
Recyclable collectors Social culture of recycling Waste ressignification Performative autoethnography |
description |
A partir das vivências enquanto catador de materiais recicláveis, membro da comissão nacional do Movimento Nacional dos Catadores de Materiais Recicláveis (MNCR), semianalfabeto até os 34 anos de idade, algo comum a esta categoria, escrevo esta autoetnografia, baseada nas experiências compartilhadas sobre luzes de teorias sociais, buscando contribuir para a academia e sociedade, principalmente para as/os catadoras/res de materiais recicláveis. Segundo o Banco Mundial (2014), no mundo, mais de 15 milhões de catadoras/es trabalham coletando, separando e encaminhando materiais recicláveis para a reciclagem, destes, 4 milhões estão presentes na América Latina e 800 mil no Brasil (MNCR. 2014). Legislações nacionais, colocam a categoria como principal ator da cadeia produtiva da reciclagem, entretanto, milhares ainda permanecem às ruas e lixões a céu aberto, sobrevivendo com as sobras das riquezas produzidas, com aquilo que já perdeu seu valor e que geram imensuráveis prejuízos econômicos e ambientais, os quais nas mãos das catadoras/es, ganham outro significado, gerando renda e proteção ambiental. Os dados do Anuário da Reciclagem (2020) revelam que mulheres e negras/os são maioria na catação, uma dura realidade que reflete cor e gênero deste importante trabalho, sendo que 75% da categoria sobrevive de forma insalubre, exercendo seu trabalho majoritariamente nas ruas e lixões do planeta. No ano de 2001, uma parte significativa da categoria, 1700 catadoras/es criam durante o 1º Congresso Nacional dos Catadores de Materiais Recicláveis, o MNCR, o qual passa a representar a categoria no Brasil e no Mundo, discutindo, propondo e conquistando políticas públicas que melhoram a qualidade de vida das/os catadoras/es, bem como, contribuem para a defesa da natureza e para a economia das cidades. Através de pesquisa documental e minha própria vivência enquanto catador, ativo, mobilizador e organizador de catadoras/es, representante da categoria, apresento nesta autoetnografia, um olhar de dentro sobre a importância da/o catadora/r de materiais recicláveis, desafios da categoria e a ressignificação dos resíduos. |
publishDate |
2022 |
dc.date.accessioned.fl_str_mv |
2022-04-02T05:04:19Z |
dc.date.issued.fl_str_mv |
2022 |
dc.type.status.fl_str_mv |
info:eu-repo/semantics/publishedVersion |
dc.type.driver.fl_str_mv |
info:eu-repo/semantics/bachelorThesis |
format |
bachelorThesis |
status_str |
publishedVersion |
dc.identifier.uri.fl_str_mv |
http://hdl.handle.net/10183/236502 |
dc.identifier.nrb.pt_BR.fl_str_mv |
001139120 |
url |
http://hdl.handle.net/10183/236502 |
identifier_str_mv |
001139120 |
dc.language.iso.fl_str_mv |
por |
language |
por |
dc.rights.driver.fl_str_mv |
info:eu-repo/semantics/openAccess |
eu_rights_str_mv |
openAccess |
dc.format.none.fl_str_mv |
application/pdf |
dc.source.none.fl_str_mv |
reponame:Repositório Institucional da UFRGS instname:Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) instacron:UFRGS |
instname_str |
Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) |
instacron_str |
UFRGS |
institution |
UFRGS |
reponame_str |
Repositório Institucional da UFRGS |
collection |
Repositório Institucional da UFRGS |
bitstream.url.fl_str_mv |
http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/236502/2/001139120.pdf.txt http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/236502/1/001139120.pdf |
bitstream.checksum.fl_str_mv |
7d9f7fa0a8f1549bc1dfc69ba63a06f4 b3bc5b1f5da2b56fee767545c322d0cb |
bitstream.checksumAlgorithm.fl_str_mv |
MD5 MD5 |
repository.name.fl_str_mv |
Repositório Institucional da UFRGS - Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) |
repository.mail.fl_str_mv |
|
_version_ |
1801224625580933120 |