A morte de Santa Cruz : os efeitos das informações falsas bolsonaristas sobre o luto e a memória

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Silva, Rafael Filter Santos da
Data de Publicação: 2020
Tipo de documento: Trabalho de conclusão de curso
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UFRGS
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10183/221673
Resumo: A produção de descrença na Comissão Nacional da Verdade (CNV) realizada pela cúpula do Poder Executivo sob as rédeas da família Bolsonaro gera efeitos na memória coletiva e no luto daqueles violentados diretamente pelo terrorismo de Estado. Levando isso em consideração, estabelecemos como objetivo primário deste trabalho compreender a relação entre informação falsa, memória e luto. Para esse fim, analisamos qualitativamente o conteúdo de reportagens em que Jair Bolsonaro vociferou contra a CNV e sobre a morte de Fernando Augusto de Santa Cruz Oliveira, comparando-as com o capítulo do Relatório da Comissão Nacional da Verdade sobre o assassinato de Santa Cruz. Para dar suporte ao objetivo primário, estipulamos como objetivo secundário entendermos que recurso argumentativo/linguístico lastreia a verdade do discurso bolsonarista. Desse modo, o primeiro capítulo dessa escrita traz uma breve história da Comissão Nacional da Verdade, concatenando com comentários acerca da política de esquecimento imposta pela Lei de Anistia de 1979. O segundo capítulo subdivide-se em três: primeiramente, aborda a tentativa de uso do cargo de Presidente da República por Jair Bolsonaro como instrumento para institucionalizar sua narrativa sobre a ditadura; segundamente, fala sobre a tentativa feita por Bolsonaro de impor suas supostas memórias como documentos portadores da verdade histórica que desmente a Comissão Nacional da Verdade e a Comissão Especial sobre Mortos e Desaparecidos Políticos; terceiramente, trata-se sobre a narrativa de Bolsonaro como instrumento de tortura que retraumatiza e obriga a família de Santa Cruz a retrabalhar seu luto frente a uma narrativa que busca produzir uma memória nacional que cultua a ditadura a partir da calúnia e do apelo à ignorância.
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