Análise dos fatores envolvidos na adesão ao tratamento dietoterápico para pacientes da hemodiálise do HCPA

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Perazzolo, Larissa Leite
Data de Publicação: 2008
Tipo de documento: Trabalho de conclusão de curso
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UFRGS
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10183/16017
Resumo: A doença renal crônica é definida por alterações estruturais e funcionais no rim, com ou sem mudanças no ritmo de filtração glomerular, que se manifesta através de marcadores de lesão renal. A partir deste estudo, busca-se conhecer os fatores subjetivos que interferem na não adesão dietética de pacientes em hemodiálise de um Hospital-Escola de Porto Alegre. Procedimentos metodológicos: estudo quali-quantitativo de caráter exploratório descritivo com a utilização de uma abordagem quantitativa complementar para a seleção dos pacientes menos aderentes, realizada por meio de exames bioquímicos (potássio e fósforo séricos, coletados mensalmente) e do ganho de peso interdialítico (GPI) entre as sessões de hemodiálise. Foram analisados 26 pacientes enquadrados nos seguintes critérios de inclusão: diagnóstico de Doença Renal Crônica (DRC), estar em hemodiálise há mais de 12 meses, ter idade superior a 21 anos e inferior a 65 anos, não ter realizado transplante renal e estar clinicamente estável. Os pacientes foram submetidos a uma nova seleção de adesão, ou seja, aqueles não aderentes para nenhum ou somente um dos critérios de adesão dietética, participaram da entrevista semi-estruturada. Foram entrevistados 12 pacientes, quantidade em que houve a saturação de dados. Os resultados quantitativos apontaram uma alta aderência dietética para potássio e fósforo, ambos de 80,8%, porém o GPI apresentou uma aderência de apenas 46,2%. Através da análise exaustiva de conteúdo das entrevistas, foram detectadas três unidades de análise: 1ª) Restrições alimentares impostas pelo tratamento hemodialítico - dificuldades em mudar a rotina alimentar considerada adequada para os que não realizam hemodiálise, aprender a lidar com mudanças tão rigorosas e com a "imposição" que o tratamento os submete; 2ª) Perdas decorrentes que o tratamento acarreta (lutos) - sociais, econômicas e da rotina; 3ª) Autonomia na ingestão de alimentos - única "liberdade" da qual o paciente pode se apoderar, com a crença de que podem retornar à antiga alimentação porque a máquina faz a limpeza do sangue. O presente estudo traz a riqueza de um mundo interior dos pacientes com suas vivências de perdas e limitações, mundo este ainda muito pouco valorizado em nosso meio. Estes resultados preliminares podem auxiliar na construção de um perfil profissional dos nutricionistas que lidam com pacientes em hemodiálise, os quais devem fazer uma análise cuidadosa, individual e reorientar sua prática no sentido de ser um cuidador atento para os enormes sofrimentos, dificuldades e carências destes indivíduos, sendo um elemento de apoio, motivador e capaz de gerar maior capacidade de resiliência frente a uma doença que agride física e emocionalmente o paciente e toda a sua família.
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