Passando a limpo a Amazônia através da literatura de viagem : ensinando modos de ver
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2010 |
Outros Autores: | |
Tipo de documento: | Artigo |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Institucional da UFRGS |
Texto Completo: | http://hdl.handle.net/10183/106711 |
Resumo: | Este trabalho discorre sobre os modos como a floresta Amazônica foi produzida no início do século XX pela literatura de viagem de Euclides da Cunha. O artigo debruça-se, sobretudo, sobre o conjunto de motivações da viagem euclidiana à floresta. Argumenta-se que naquela época se instituiu a necessidade de inscrever a floresta Amazônica no mundo como um ambiente desencantado, caótico, bárbaro e selvagem. Era preciso apagar, ou passar a limpo, uma literatura de viagem do século XIX que marcara a floresta como um lugar idílico, tranquilo e encantado. Dessa forma, uma das intenções do texto é apontar uma descontinuidade entre a literatura de viagem do século XIX (sobretudo aquela que sofrera fortes contaminações românticas da “estética do sublime”) e a literatura sobre a Amazônia que Euclides da Cunha inaugura relativamente aos modos de ver a floresta. Os textos de Euclides da Cunha sobre a Amazônia são vistos no artigo como pedagógicos, por nos ensinarem como, no início do século XX, a floresta foi configurada e como os sujeitos que lá viviam foram constituídos e posicionados, por exemplo, relativamente à raça. Com inspiração nos estudos culturais que assumem perspectivas pósmodernas, busca-se entender as significações atribuídas à floresta e, também, aos processos que posicionam de modos específicos os sujeitos que nela habitam, como resultantes de configurações tecidas na história e na cultura. |
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Guimarães, Leandro BelinasoWortmann, Maria Lúcia Castagna2014-11-12T02:13:16Z20100104-7469http://hdl.handle.net/10183/106711000933844Este trabalho discorre sobre os modos como a floresta Amazônica foi produzida no início do século XX pela literatura de viagem de Euclides da Cunha. O artigo debruça-se, sobretudo, sobre o conjunto de motivações da viagem euclidiana à floresta. Argumenta-se que naquela época se instituiu a necessidade de inscrever a floresta Amazônica no mundo como um ambiente desencantado, caótico, bárbaro e selvagem. Era preciso apagar, ou passar a limpo, uma literatura de viagem do século XIX que marcara a floresta como um lugar idílico, tranquilo e encantado. Dessa forma, uma das intenções do texto é apontar uma descontinuidade entre a literatura de viagem do século XIX (sobretudo aquela que sofrera fortes contaminações românticas da “estética do sublime”) e a literatura sobre a Amazônia que Euclides da Cunha inaugura relativamente aos modos de ver a floresta. Os textos de Euclides da Cunha sobre a Amazônia são vistos no artigo como pedagógicos, por nos ensinarem como, no início do século XX, a floresta foi configurada e como os sujeitos que lá viviam foram constituídos e posicionados, por exemplo, relativamente à raça. Com inspiração nos estudos culturais que assumem perspectivas pósmodernas, busca-se entender as significações atribuídas à floresta e, também, aos processos que posicionam de modos específicos os sujeitos que nela habitam, como resultantes de configurações tecidas na história e na cultura.This work discusses the ways that Amazon forest was produced in the early 20th century by the travel lite rature of Euclides da Cunha. The article focuses, mostly, on the set of motivations of Euclidean forest travel. It is argued that at that time, was settled a need to include the Amazon forest in the world as a disenchanted environment, chaotic, barbarian and savage. It was necessary, however, to delete or “register cleaner”, the travel literature of the 19th century that pointed the forest as an idyllic, tranquil and charming place. Thus, one of the intentions of the article is to point out a discontinuity between 19th century’s travel literature (especially the one that suffered strong contamination of the “aesthetics of the sublime”) and the literature on the Amazon that Euclides da Cunha opens to the ways of seeing the forest. The texts of Euclides da Cunha on Amazon are seen in this article as pedagogical, for teaching us how, in the early 20th century, the forest was configured and how the subjects who lived there were constituted and positioned, for example, related to race. With inspiration in cultural studies that assume post-modern perspectives, it seeks to understand the meanings attributed to the forest and also, to the processes that place, in specific ways, the subjects who inhabit there as a result of settings woven history and culture.application/pdfporEspaço pedagógico. Passo Fundo, RS. Vol. 17, n. 2 (jul./dez. 2010) p. 306-318LiteraturaViagemAmazôniaEstudos culturaisCunha, Euclides da 1866-1909.Cultural studiesAmazonCultural pedagogyPassando a limpo a Amazônia através da literatura de viagem : ensinando modos de verWriting Amazonia out through travel literature : teaching ways of seeinginfo:eu-repo/semantics/articleinfo:eu-repo/semantics/otherinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Institucional da UFRGSinstname:Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)instacron:UFRGSORIGINAL000933844.pdf000933844.pdfTexto completoapplication/pdf100823http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/106711/1/000933844.pdfd3d59d7f060eadbf3d0b0001e15ea3ebMD51TEXT000933844.pdf.txt000933844.pdf.txtExtracted Texttext/plain39856http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/106711/2/000933844.pdf.txtb087bb03a627927ff4de47df8b683471MD52THUMBNAIL000933844.pdf.jpg000933844.pdf.jpgGenerated Thumbnailimage/jpeg1900http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/106711/3/000933844.pdf.jpg99676985dbadb826caa489d10a16eae9MD5310183/1067112018-10-22 07:45:34.225oai:www.lume.ufrgs.br:10183/106711Repositório de PublicaçõesPUBhttps://lume.ufrgs.br/oai/requestopendoar:2018-10-22T10:45:34Repositório Institucional da UFRGS - Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)false |
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