Cartas da África : formas de resistência à ocupação e conquista colonial do sul de Moçambique no final do século XIX
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2019 |
Tipo de documento: | Trabalho de conclusão de curso |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Institucional da UFRGS |
Texto Completo: | http://hdl.handle.net/10183/206635 |
Resumo: | A historiografia oficial portuguesa do período em que acontece a invasão colonial do interior da África subsaariana se refere aos africanos e suas lideranças como sociedades desprovidas de cultura, selvagens, manipuláveis, incapazes de controlar seus destinos e ignorantes da verdadeira fé, que deveriam ser submetidos ao processo civilizador. Esta monografia tem a pretensão de articular o conceito de resistência a essa invasão sob a ótica de historiadores africanos. Para atingir esse objetivo, são apresentadas correspondências, pessoais ou oficiais, produzidas no contexto de um movimento bélico que envolveu toda a metade sul de Moçambique em 1895. Na abordagem dessas missivas, são demonstrados conceitos de resistência à invasão colonial que possam ser aplicados à leitura de documentos e à compreensão das dinâmicas que existiram naquele conflito. Com isso, busca-se reconhecer nas diversas lideranças nativas suas percepções e atitudes como agentes em seu tempo. Um dos objetivos desta abordagem é a identificação daquilo que não está registrado sobre as lideranças africanas, um tipo de reconhecimento indireto das qualidades daqueles a quem os europeus desejavam subjugar. O resultado obtido é a elaboração de uma proposta alternativa para o manuseio das diversas formas de registros efetuados pelos invasores, que tinham como objetivo legitimar o projeto colonialista enaltecendo suas próprias atitudes. Assim, conclui-se que esta forma de interpretação documental configura-se em uma oportunidade para o exercício de uma abordagem histórica mais completa, livre de preconceitos e capaz de identificar protagonismos africanos. |
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