O nicho trófico de duas espécies simpátricas de Aegla Leach (Crustacea, Aeglidae) no tributário da bacia hidrográfica do Rio Pelotas, Rio Grande do Sul, Brasil
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Data de Publicação: | 2004 |
Outros Autores: | |
Tipo de documento: | Artigo |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Institucional da UFRGS |
Texto Completo: | http://hdl.handle.net/10183/87722 |
Resumo: | Os anomuros de Aeglidae são restritos às águas doces da região subtropical e temperada da América do Sul. Entre as mais de 60 espécies conhecidas da ciência, algumas são simpátricas, destacando-se Aegla camargoi Buckup & Rossi, 1977 e Aegla leptodactyla Buckup & Rossi, 1977, que ocorrem na região serrana do Rio Grande do Sul, Brasil. A interação das duas espécies simpátricas, especificamente o compartilhamento dos recursos alimentares, ainda permanece desconhecido. Nesta investigação, a alimentação natural, a largura e a sobreposição de nicho trófico das espécies são estudadas e comparadas. Os animais foram coletados sazonalmente, em intervalos de 6 por 24 horas. Em laboratório, foi analisado o conteúdo estomacal, utilizando as técnicas do método dos pontos, da classificação do grau de repleção estomacal, da freqüência de ocorrência e o índice alimentar. A largura de nicho de cada espécie foi estimada, segundo o Índice de Levins. Para estimar a sobreposição de nicho, utilizaram-se duas medidas de sobreposição, de Pianka e de Schoener. As duas espécies alimentam-se preferencialmente de macrófitas, e insetos imaturos das ordens Ephemeroptera, Trichoptera, Coleoptera e Diptera, entre outros itens. A estimativa de repleção estomacal indicou que as duas espécies alimentam-se em todos os horários, sem diferenças entre as estações do ano. A largura do nicho trófico de cada espécie revelou pequenas variações sazonais. A sobreposição de nicho trófico entre as duas espécies ocorre em todas as estações do ano. Os resultados sugerem que as espécies são omnívoras generalistas, partilhando os recursos disponíveis no ambiente. |
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Souza, Thais Castro deBond-Buckup, Georgina2014-02-26T01:51:30Z20040101-8175http://hdl.handle.net/10183/87722000865036Os anomuros de Aeglidae são restritos às águas doces da região subtropical e temperada da América do Sul. Entre as mais de 60 espécies conhecidas da ciência, algumas são simpátricas, destacando-se Aegla camargoi Buckup & Rossi, 1977 e Aegla leptodactyla Buckup & Rossi, 1977, que ocorrem na região serrana do Rio Grande do Sul, Brasil. A interação das duas espécies simpátricas, especificamente o compartilhamento dos recursos alimentares, ainda permanece desconhecido. Nesta investigação, a alimentação natural, a largura e a sobreposição de nicho trófico das espécies são estudadas e comparadas. Os animais foram coletados sazonalmente, em intervalos de 6 por 24 horas. Em laboratório, foi analisado o conteúdo estomacal, utilizando as técnicas do método dos pontos, da classificação do grau de repleção estomacal, da freqüência de ocorrência e o índice alimentar. A largura de nicho de cada espécie foi estimada, segundo o Índice de Levins. Para estimar a sobreposição de nicho, utilizaram-se duas medidas de sobreposição, de Pianka e de Schoener. As duas espécies alimentam-se preferencialmente de macrófitas, e insetos imaturos das ordens Ephemeroptera, Trichoptera, Coleoptera e Diptera, entre outros itens. A estimativa de repleção estomacal indicou que as duas espécies alimentam-se em todos os horários, sem diferenças entre as estações do ano. A largura do nicho trófico de cada espécie revelou pequenas variações sazonais. A sobreposição de nicho trófico entre as duas espécies ocorre em todas as estações do ano. Os resultados sugerem que as espécies são omnívoras generalistas, partilhando os recursos disponíveis no ambiente.Freshwater anomurans of the Aeglidae are restricted to tropical and temperate South America. Some of the more than 60 known species are sympatric, among them Aegla camargoi (Buckup & Rossi, 1977) and Aegla leptodactyla (Buckup & Rossi, 1977), occur in the mountainous region of Rio Grande do Sul, the southernmost Brazilian state. The interactions between these two sympatric species, especially sharing of food resources, is still largely unknown; this is the reason this study was done. Samples of each species were collected at 6 and 12 hour intervals during spring, summer, autumn and winter. The degree of fullness of their stomachs was calculated by the point method, frequency of occurrence of different types of food debris and feeding index. The breadth of the niche was estimated for each species using Levins’ Index and the niche overlap with Pianka’s and Schoener’s methods. Both species fed principally on macrophytes and immature insects of Ephemeroptera, Trichoptera, Coleoptera and Diptera. They feed anytime of the day with no seasonal differences. Although the breadth of the trophic niche of each species showed small seasonal variations, the trophic niches of the two species overlapped during all seasons. These results suggest that these species are generalist omnivores and share food resources available in the environment.application/pdfporRevista Brasileira de Zoologia. Vol. 21, n. 4 (dez. 2004), p. 805-813DecápodesAegla leptodactylaAegla carmagoiPelotas, Rio, Bacia (RS e SC)Coexistent speciesDecapodadietniche overlapO nicho trófico de duas espécies simpátricas de Aegla Leach (Crustacea, Aeglidae) no tributário da bacia hidrográfica do Rio Pelotas, Rio Grande do Sul, BrasilThe trophic niche of two sympatric Aegla Leach species (Crustacea, Aeglidae) in a tributary of hydrographic basin of Pelotas River, Rio Grande do Sul Brazil info:eu-repo/semantics/articleinfo:eu-repo/semantics/otherinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Institucional da UFRGSinstname:Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)instacron:UFRGSORIGINAL000865036.pdf000865036.pdfTexto completoapplication/pdf115065http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/87722/1/000865036.pdfb13475a147cdd3fa6a62e3725486fe3fMD51TEXT000865036.pdf.txt000865036.pdf.txtExtracted Texttext/plain41478http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/87722/2/000865036.pdf.txta218c37ea8b13468d03440713f444171MD52THUMBNAIL000865036.pdf.jpg000865036.pdf.jpgGenerated Thumbnailimage/jpeg1956http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/87722/3/000865036.pdf.jpgd5bfb28b4ec903d6a4c1157570d3a262MD5310183/877222018-10-18 08:07:28.048oai:www.lume.ufrgs.br:10183/87722Repositório InstitucionalPUBhttps://lume.ufrgs.br/oai/requestlume@ufrgs.bropendoar:2018-10-18T11:07:28Repositório Institucional da UFRGS - Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)false |
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Os anomuros de Aeglidae são restritos às águas doces da região subtropical e temperada da América do Sul. Entre as mais de 60 espécies conhecidas da ciência, algumas são simpátricas, destacando-se Aegla camargoi Buckup & Rossi, 1977 e Aegla leptodactyla Buckup & Rossi, 1977, que ocorrem na região serrana do Rio Grande do Sul, Brasil. A interação das duas espécies simpátricas, especificamente o compartilhamento dos recursos alimentares, ainda permanece desconhecido. Nesta investigação, a alimentação natural, a largura e a sobreposição de nicho trófico das espécies são estudadas e comparadas. Os animais foram coletados sazonalmente, em intervalos de 6 por 24 horas. Em laboratório, foi analisado o conteúdo estomacal, utilizando as técnicas do método dos pontos, da classificação do grau de repleção estomacal, da freqüência de ocorrência e o índice alimentar. A largura de nicho de cada espécie foi estimada, segundo o Índice de Levins. Para estimar a sobreposição de nicho, utilizaram-se duas medidas de sobreposição, de Pianka e de Schoener. As duas espécies alimentam-se preferencialmente de macrófitas, e insetos imaturos das ordens Ephemeroptera, Trichoptera, Coleoptera e Diptera, entre outros itens. A estimativa de repleção estomacal indicou que as duas espécies alimentam-se em todos os horários, sem diferenças entre as estações do ano. A largura do nicho trófico de cada espécie revelou pequenas variações sazonais. A sobreposição de nicho trófico entre as duas espécies ocorre em todas as estações do ano. Os resultados sugerem que as espécies são omnívoras generalistas, partilhando os recursos disponíveis no ambiente. |
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