Espaços virtuais moventes das escolas ocupadas de Porto Alegre : o apoio mútuo como base da inteligência coletiva

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Costa, Luciano Bedin da
Data de Publicação: 2017
Outros Autores: Santos, Manuella Silva dos
Tipo de documento: Artigo
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UFRGS
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10183/159341
Resumo: Este artigo analisa o movimento de ocupação escolar a partir dos espaços virtuais. No período de maio a junho de 2016 foram ocupadas 41 escolas estaduais na cidade de Porto Alegre. O movimento foi uma estratégia de resistência coletiva ao sucateamento e à desvalorização da educação pública por parte do Estado. Entre as escolas ocupadas, 40 delas utilizaram o Facebook como ferramenta de organização, de cooperação e de divulgação junto à sociedade. Para dimensionar o uso das redes neste movimento, foram coletadas informações das páginas virtuais de todas as escolas envolvidas, assim como o número e a qualidade das “curtidas” e dos compartilhamentos respectivamente. Os espaços virtuais possuem um caráter multiplicador e viral, propagando, de maneira rápida e direta, as informações aos seus usuários. Tem-se, portanto, uma poderosa rede de informações que constitui o que Pierre Lévy chama de inteligência coletiva, em que os sujeitos envolvidos reinventam as relações e as formas de aprendizagem. Nessas páginas os estudantes atuam de acordo com suas demandas, construindo relações horizontais com a comunidade virtual que, por meio de compartilhamentos e de interações, colaboram com a manutenção e a ampliação das ocupações. As trocas de conhecimento são mantidas pelo que Piotr Kropotkin designa como apoio mútuo: redes de colaboração espontânea que extrapolam fronteiras institucionalizadas. Uma vez que estabelecidas, estas relações alteram os territórios conhecidos, ultrapassando barreiras e limites geográficos. Para além de uma mera ferramenta de comunicação, esses espaços virtuais tornam-se dispositivos à constituição e ao fortalecimento de uma inteligência política coletiva; tão imprescindíveis, quanto os movimentos operados pelos estudantes no interior das escolas.
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Tem-se, portanto, uma poderosa rede de informações que constitui o que Pierre Lévy chama de inteligência coletiva, em que os sujeitos envolvidos reinventam as relações e as formas de aprendizagem. Nessas páginas os estudantes atuam de acordo com suas demandas, construindo relações horizontais com a comunidade virtual que, por meio de compartilhamentos e de interações, colaboram com a manutenção e a ampliação das ocupações. As trocas de conhecimento são mantidas pelo que Piotr Kropotkin designa como apoio mútuo: redes de colaboração espontânea que extrapolam fronteiras institucionalizadas. Uma vez que estabelecidas, estas relações alteram os territórios conhecidos, ultrapassando barreiras e limites geográficos. Para além de uma mera ferramenta de comunicação, esses espaços virtuais tornam-se dispositivos à constituição e ao fortalecimento de uma inteligência política coletiva; tão imprescindíveis, quanto os movimentos operados pelos estudantes no interior das escolas.This article analyzes the movement of school occupations through virtual spaces. On the period from may to june 2016, 41 state schools were occupied by the community in the city of Porto Alegre. This movement was an act of collective defiance against the decay and depreciation of public education by the State. Forty of the occupied schools utilized Facebook as a tool of organization and cooperation with, and propagation to, society. To measure the importance of the use of social networking in these movements, data from the pages of all involved schools was collected, as well as the number and quantity of ‘likes’ and ‘shares’. These virtual spaces have a disseminative and viral character, rapidly spreading information to their users by direct means. As such, here we find a powerful information network that Pierre Lévy would refer to as ‘Collective Intelligence’, where the involved subjects restructure their relations and their learning methods. In these pages, students act according to their own whims, building horizontal relations with the virtual community, that through ‘shares’ and interactions benefit the maintenance and growth of the occupations. The exchanges of knowledge are held together by what Piotr Kropotkin calls ‘Mutual Support’, networks of spontaneous cooperation that ignore barriers and geographical limits. Well beyond a simple tool of communication, these virtual spaces become devices for the organization and empowerment of a collective political intelligence, just as vital as the actions coordinated by students inside the schools.Este artículo analiza el movimiento de ocupación de escuelas desde los espacios virtuales. En el periodo de mayo a junio fueron ocupadas 41 escuelas de Porto Alegre como estrategia de resistencia colectiva al desguace y a la desvaloración de la educación pública por parte del Estado. Cuarenta de las escuelas ocupadas utilizaron el Facebook como herramienta de organización, cooperación y divulgación junto a la sociedad. Fueron colectados datos de las páginas virtuales de todas las escuelas involucradas, así como el número y calidad de los “me gusta” y compartimientos. Los espacios virtuales poseen un carácter multiplicador y viral que propaga de forma rápida y directa las informaciones a sus usuarios. Así se tiene una poderosa red de informaciones que constituyen lo que Pierre Lévy llama de inteligencia colectiva, donde los sujetos involucrados reinventan las relaciones y formas de aprendizaje. En estas páginas los estudiantes actúan de acuerdo con sus propias demandas construyendo relaciones horizontales con la comunidad virtual, que por medio de compartimientos e interacciones, colaboran con el mantenimiento y ampliación de las ocupaciones. Los intercambios de conocimientos son mantenidos por lo que Piotr Kropotkin designa como apoyo mutuo, redes de colaboración espontanea que sobrepasan fronteras institucionalizadas. Una vez establecidas, estas relaciones alteran los territorios conocidos, ultrapasando barreras y límites geográficos. Más allá de una simple herramienta de comunicación, los espacios virtuales se convierten en dispositivos para constitución y fortalecimiento de una inteligencia política colectiva tan imprescindibles cuanto los movimientos operados por los estudiantes en el interior de las escuelas.application/pdfporETD: Educação Temática Digital. Campinas. Vol. 19, n.1 (jul./set. 2017), p. 49-72Educação políticaCidadaniaExercise of citizenshipMutual learningPolitical educationEl ejercicio de la ciudadaníaEl aprendizaje mutuoEducación políticaEspaços virtuais moventes das escolas ocupadas de Porto Alegre : o apoio mútuo como base da inteligência coletivaThe mobilizing virtual spaces of the occupied schools in Porto Alegre : mutual support as the basis of collective intelligenceEspacios virtuales que se mueven de las escuelas ocupadas de Porto Alegre : el apoyo mutuo como base de la inteligencia colectivainfo:eu-repo/semantics/articleinfo:eu-repo/semantics/otherinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Institucional da UFRGSinstname:Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)instacron:UFRGSORIGINAL001015674.pdf001015674.pdfTexto completoapplication/pdf1577795http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/159341/1/001015674.pdf82055899863a65eb8b003fd6240fd89bMD51TEXT001015674.pdf.txt001015674.pdf.txtExtracted Texttext/plain56916http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/159341/2/001015674.pdf.txt3ded4fa87c5a75c6887eb8f8085ffd6aMD52THUMBNAIL001015674.pdf.jpg001015674.pdf.jpgGenerated Thumbnailimage/jpeg2060http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/159341/3/001015674.pdf.jpg91da6c68b71cc4529092b42e87d15d69MD5310183/1593412023-02-02 05:48:35.841151oai:www.lume.ufrgs.br:10183/159341Repositório de PublicaçõesPUBhttps://lume.ufrgs.br/oai/requestopendoar:2023-02-02T07:48:35Repositório Institucional da UFRGS - Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)false
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