Na luta com os peregrinos : uma etnografia experimental com a população em situação de rua de Porto Alegre

• Autor(a) principal: Leite, Pedro Ferreira
• Data de Publicação: 2016
• Tipo de documento: Trabalho de conclusão de curso
• Idioma: por
• Título da fonte: Repositório Institucional da UFRGS
• Texto Completo: http://hdl.handle.net/10183/157073
• topic: Antropologia social; Etnografia; Pessoas em situação de rua; Moradores de rua; Porto Alegre (RS); Population status of your; Pilgrims; Homelessness; Anthropology of the street; Struggle for rights

Este trabalho é um dos efeitos de uma relação etnográfica intensa e continuada com dois coletivos da população em situação de rua de Porto Alegre, o Movimento Nacional da População de Rua do Rio Grande do Sul(MNPR/RS) e o jornal Boca de Rua. Minha inserção se deu a partir de um projeto de extensão universitária, num contexto de implementação de políticas públicas e luta por reconhecimento de tal segmento populacional como “sujeitos de direitos”. Nesta monografia, trarei num primeiro momento, uma reflexão inicial sobre o contexto que propiciou às pessoas que habitam as ruas como espaço de moradia e sobrevivência se mobilizar politicamente na luta por seus direitos, e não ser somente alvo de caridade e criminalização. Sustento que esse contexto guarda estreita relação com o processo de construção das representações sociais sobre tal segmento, da Idade Média à Modernidade, e sua criminalização pelos códigos penais brasileiros no contexto racista do final da escravatura. A partir de um relato etnográfico de caráter experimental, descreverei minha inserção em campo para situar os diferentes agentes, instituições e discursos que interagem no campo de disputas que constitui a população em situação de rua como uma questão social relevante Discuto minha aproximação com os dois coletivos, e como, no decorrer dessa relação, acabei sento afetado pela luta por direitos das população de rua e pelos vínculos construídos com os peregrinos – expressão usada pelos colaboradores dessa pesquisa para se autodefinir positivamente – o que modificou minha atuação em campo e me possibilitou problematizar: os complexos processos reflexivos desses sujeitos para se relacionar com alteridades outras, que proponho ser interpretado como uma antropologia da rua; e suas práticas cotidianas de luta política, para além dos espaços de mobilização social organizados e de interlocução com instituições e agentes do Estado – que constituem os objetos da presente pesquisa.