Política industrial brasileira pós-2003 : uma análise porteriana

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Mittelstadt, Davi Doneda
Data de Publicação: 2012
Tipo de documento: Trabalho de conclusão de curso
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UFRGS
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10183/69977
Resumo: A partir de 2003, com o lançamento da Política Industrial, Tecnológica e de Comércio Exterior (PITCE), a política industrial voltou a ser tratada como foco de governo, sendo considerada necessária para o crescimento econômico de longo prazo do país. Esta política sofreu duas revisões, com o lançamento em 2008 da Política de Desenvolvimento Produtivo (PDP) e do Plano Brasil Maior, em 2011. Tais políticas se diferem das empregadas durante o período de substituição de importações por se focarem na ampliação da competitividade industrial, e não na ampliação da capacidade produtiva per se. Este trabalho se propõe a analisar a consistência teórica destas políticas, assim como a consistência do seu diagnóstico da economia brasileira e a efetiva implementação das medidas propostas. Esta análise foi feita a partir da teoria neoschumpeteriana, sendo utilizado o “modelo do diamante”, proposto por Michael Porter, no qual existem quatro eixos em cima dos quais é criada a vantagem competitiva nacional, além das principais ações governamentais para promover a competitividade do país. Conclui-se que, de forma geral, as políticas são condizentes com o proposto pela teoria, tanto no seu diagnóstico como na sua implementação. Entretanto, aspectos como o incentivo à formação de grandes grupos empresariais se chocam com o proposto pela teoria neoschumpeteriana, podendo causar perda de dinamismo no longo prazo devido à menor concorrência. Ao mesmo tempo, nota-se uma progressiva perda do papel da política industrial como referência para as políticas de governo, evidenciada pela separação entre as políticas industrial e de inovação. Por fim, ressalta-se que muitas das medidas situadas no âmbito do Plano Brasil Maior apresentam propósitos de curto ou curtíssimo prazo, e em alguns casos são inconsistentes com o objetivo de desenvolvimento em um prazo maior.
id UFRGS-2_342c1096c56560d3e0af28b6222c419e
oai_identifier_str oai:www.lume.ufrgs.br:10183/69977
network_acronym_str UFRGS-2
network_name_str Repositório Institucional da UFRGS
repository_id_str
spelling Mittelstadt, Davi DonedaMartins, Marcilene Aparecida2013-04-04T01:42:39Z2012http://hdl.handle.net/10183/69977000875643A partir de 2003, com o lançamento da Política Industrial, Tecnológica e de Comércio Exterior (PITCE), a política industrial voltou a ser tratada como foco de governo, sendo considerada necessária para o crescimento econômico de longo prazo do país. Esta política sofreu duas revisões, com o lançamento em 2008 da Política de Desenvolvimento Produtivo (PDP) e do Plano Brasil Maior, em 2011. Tais políticas se diferem das empregadas durante o período de substituição de importações por se focarem na ampliação da competitividade industrial, e não na ampliação da capacidade produtiva per se. Este trabalho se propõe a analisar a consistência teórica destas políticas, assim como a consistência do seu diagnóstico da economia brasileira e a efetiva implementação das medidas propostas. Esta análise foi feita a partir da teoria neoschumpeteriana, sendo utilizado o “modelo do diamante”, proposto por Michael Porter, no qual existem quatro eixos em cima dos quais é criada a vantagem competitiva nacional, além das principais ações governamentais para promover a competitividade do país. Conclui-se que, de forma geral, as políticas são condizentes com o proposto pela teoria, tanto no seu diagnóstico como na sua implementação. Entretanto, aspectos como o incentivo à formação de grandes grupos empresariais se chocam com o proposto pela teoria neoschumpeteriana, podendo causar perda de dinamismo no longo prazo devido à menor concorrência. Ao mesmo tempo, nota-se uma progressiva perda do papel da política industrial como referência para as políticas de governo, evidenciada pela separação entre as políticas industrial e de inovação. Por fim, ressalta-se que muitas das medidas situadas no âmbito do Plano Brasil Maior apresentam propósitos de curto ou curtíssimo prazo, e em alguns casos são inconsistentes com o objetivo de desenvolvimento em um prazo maior.In 2003, when was released the Industrial, Technologic and Foreign Trade Policy, the industrial policy returned as a primary government goal, being considered necessary to the economic growth in the long-term. This policy suffered two major reformulations: in 2008, when was released the Productive Development Policy and in 2011, with the Bigger Brazil Plan. These policies differ from the ones employed during the import substitution process for focusing on the increase of the industrial competitiveness, rather than promote the increase of the productive capacity per se. This paper purposes to analyze the theoretical consistency of these policies, as well as the consistency of its diagnostic of the Brazilian economy and the effective implementation of the proposed measures. This analysis was made based on the neoschumpeterian theory, using the “diamond model”, proposed by Michael Porter, in which there are four axes on which is created the national competitive advantage, besides the main government actions to promote the country competitiveness. Is concluded that, in general, the policies agree with the theory, both on its diagnostic and on its implementation. However, aspects such as the incentives to the formation of big entrepreneurial groups clash with the neoschumpeterian theory, and may cause loss of dynamism in the long-term due to less competition. At the same time, is noticed a progressive loss of the reference role of the industrial policy, evidenced by the separation of the industrial and innovation policies. At last, many of the measures comprised in the Bigger Brazil Plan show short-term purposes, and in some cases are inconsistent with the goal of a long-term development.application/pdfporEconomia industrialPolítica industrialDesenvolvimento industrialBrasilIndustrial policyIndustrialTechnologic and foreign trade policyProductive development policyBigger Brazil planPolítica industrial brasileira pós-2003 : uma análise porterianainfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/bachelorThesisUniversidade Federal do Rio Grande do SulFaculdade de Ciências EconômicasPorto Alegre, BR-RS2012Ciências Econômicasgraduaçãoinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Institucional da UFRGSinstname:Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)instacron:UFRGSTEXT000875643.pdf.txt000875643.pdf.txtExtracted Texttext/plain191983http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/69977/2/000875643.pdf.txt122238661db783857ca77c3a57619e77MD52ORIGINAL000875643.pdf000875643.pdfTexto completoapplication/pdf1292110http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/69977/1/000875643.pdf820cfb0a1272215b309c3121315c74bbMD51THUMBNAIL000875643.pdf.jpg000875643.pdf.jpgGenerated Thumbnailimage/jpeg1109http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/69977/3/000875643.pdf.jpg88bdd9f5af28d824dea15263cb3bfca3MD5310183/699772018-10-15 08:17:34.261oai:www.lume.ufrgs.br:10183/69977Repositório de PublicaçõesPUBhttps://lume.ufrgs.br/oai/requestopendoar:2018-10-15T11:17:34Repositório Institucional da UFRGS - Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)false
dc.title.pt_BR.fl_str_mv Política industrial brasileira pós-2003 : uma análise porteriana
title Política industrial brasileira pós-2003 : uma análise porteriana
spellingShingle Política industrial brasileira pós-2003 : uma análise porteriana
Mittelstadt, Davi Doneda
Economia industrial
Política industrial
Desenvolvimento industrial
Brasil
Industrial policy
Industrial
Technologic and foreign trade policy
Productive development policy
Bigger Brazil plan
title_short Política industrial brasileira pós-2003 : uma análise porteriana
title_full Política industrial brasileira pós-2003 : uma análise porteriana
title_fullStr Política industrial brasileira pós-2003 : uma análise porteriana
title_full_unstemmed Política industrial brasileira pós-2003 : uma análise porteriana
title_sort Política industrial brasileira pós-2003 : uma análise porteriana
author Mittelstadt, Davi Doneda
author_facet Mittelstadt, Davi Doneda
author_role author
dc.contributor.author.fl_str_mv Mittelstadt, Davi Doneda
dc.contributor.advisor1.fl_str_mv Martins, Marcilene Aparecida
contributor_str_mv Martins, Marcilene Aparecida
dc.subject.por.fl_str_mv Economia industrial
Política industrial
Desenvolvimento industrial
Brasil
topic Economia industrial
Política industrial
Desenvolvimento industrial
Brasil
Industrial policy
Industrial
Technologic and foreign trade policy
Productive development policy
Bigger Brazil plan
dc.subject.eng.fl_str_mv Industrial policy
Industrial
Technologic and foreign trade policy
Productive development policy
Bigger Brazil plan
description A partir de 2003, com o lançamento da Política Industrial, Tecnológica e de Comércio Exterior (PITCE), a política industrial voltou a ser tratada como foco de governo, sendo considerada necessária para o crescimento econômico de longo prazo do país. Esta política sofreu duas revisões, com o lançamento em 2008 da Política de Desenvolvimento Produtivo (PDP) e do Plano Brasil Maior, em 2011. Tais políticas se diferem das empregadas durante o período de substituição de importações por se focarem na ampliação da competitividade industrial, e não na ampliação da capacidade produtiva per se. Este trabalho se propõe a analisar a consistência teórica destas políticas, assim como a consistência do seu diagnóstico da economia brasileira e a efetiva implementação das medidas propostas. Esta análise foi feita a partir da teoria neoschumpeteriana, sendo utilizado o “modelo do diamante”, proposto por Michael Porter, no qual existem quatro eixos em cima dos quais é criada a vantagem competitiva nacional, além das principais ações governamentais para promover a competitividade do país. Conclui-se que, de forma geral, as políticas são condizentes com o proposto pela teoria, tanto no seu diagnóstico como na sua implementação. Entretanto, aspectos como o incentivo à formação de grandes grupos empresariais se chocam com o proposto pela teoria neoschumpeteriana, podendo causar perda de dinamismo no longo prazo devido à menor concorrência. Ao mesmo tempo, nota-se uma progressiva perda do papel da política industrial como referência para as políticas de governo, evidenciada pela separação entre as políticas industrial e de inovação. Por fim, ressalta-se que muitas das medidas situadas no âmbito do Plano Brasil Maior apresentam propósitos de curto ou curtíssimo prazo, e em alguns casos são inconsistentes com o objetivo de desenvolvimento em um prazo maior.
publishDate 2012
dc.date.issued.fl_str_mv 2012
dc.date.accessioned.fl_str_mv 2013-04-04T01:42:39Z
dc.type.status.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/publishedVersion
dc.type.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/bachelorThesis
format bachelorThesis
status_str publishedVersion
dc.identifier.uri.fl_str_mv http://hdl.handle.net/10183/69977
dc.identifier.nrb.pt_BR.fl_str_mv 000875643
url http://hdl.handle.net/10183/69977
identifier_str_mv 000875643
dc.language.iso.fl_str_mv por
language por
dc.rights.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/openAccess
eu_rights_str_mv openAccess
dc.format.none.fl_str_mv application/pdf
dc.source.none.fl_str_mv reponame:Repositório Institucional da UFRGS
instname:Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)
instacron:UFRGS
instname_str Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)
instacron_str UFRGS
institution UFRGS
reponame_str Repositório Institucional da UFRGS
collection Repositório Institucional da UFRGS
bitstream.url.fl_str_mv http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/69977/2/000875643.pdf.txt
http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/69977/1/000875643.pdf
http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/69977/3/000875643.pdf.jpg
bitstream.checksum.fl_str_mv 122238661db783857ca77c3a57619e77
820cfb0a1272215b309c3121315c74bb
88bdd9f5af28d824dea15263cb3bfca3
bitstream.checksumAlgorithm.fl_str_mv MD5
MD5
MD5
repository.name.fl_str_mv Repositório Institucional da UFRGS - Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)
repository.mail.fl_str_mv
_version_ 1801224443497807872