Rastreamento pré-natal de anormalidades cardíacas : papel da ultra-sonografia obstétrica de rotina

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Bacaltchuk, Tzvi
Data de Publicação: 2001
Outros Autores: Antunes, Paula Barros, Zielinsky, Paulo
Tipo de documento: Artigo
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UFRGS
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10183/61992
Resumo: Objetivo: avaliar o papel da ultra-sonografia obstétrica de rotina no rastreamento pré-natal de cardiopatias congênitas ou arritmias graves e os fatores envolvidos na sua acurácia. Métodos: a amostra foi constituída de 77 neonatos ou lactentes internados no Instituto de Cardiologia do Rio Grande do Sul no período de maio a outubro de 2000, com diagnóstico pós-natal confirmado de cardiopatia estrutural ou arritmia grave, que tinham sido submetidos, durante a vida fetal, a pelo menos uma ultra-sonografia obstétrica após a 18a semana de gestação. Após consentimento informado, um questionário padronizado foi aplicado. As variáveis categóricas (tipo de cardiopatia e a acessibilidade ecográfica para o diagnóstico, alteração do ritmo cardíaco, número de gestações, paridade, abortamentos prévios, estado civil das gestantes, tipo de parto, área de internação hospitalar, sexo, tipo de serviço onde foi realizado o pré-natal, indicação da ultra-sonografia obstétrica, número de ultra-sonografias realizadas, tipo de serviço onde foi realizada a ultra-sonografia obstétrica, local onde foi realizada a ultra-sonografia obstétrica, renda familiar, escolaridade materna e escolaridade paterna) foram comparadas pelo teste do χ2 ou pelo teste exato de Fisher e um modelo de regressão logística foi utilizado para determinar variáveis independentes eventualmente envolvidas na suspeita pré-natal de cardiopatia. Resultados: em 19 pacientes (24,7%), a ultra-sonografia obstétrica foi capaz de levantar suspeita de anormalidades estruturais ou de arritmias. Ao serem consideradas apenas as cardiopatias congênitas, esta taxa foi de 19,2% (14/73). Em 73,7% dos pacientes com suspeita de anormalidades cardíacas durante a ultra-sonografia obstétrica, as cardiopatias suspeitadas eram acessíveis ao corte de 4 câmaras isolado. Observou-se que 26,3% das crianças com suspeita pré-natal de cardiopatia apresentaram arritmias durante o estudo ecográfico, ao passo que apenas 3,4% dos pacientes sem suspeita pré-natal apresentaram alterações do ritmo (p=0,009). Constituíram fatores comparativos significantes entre o grupo com suspeita pré-natal e o sem suspeita a paridade (p=0,029), o parto cesáreo (p=0,006), a internação em unidade de tratamento intensivo (p=0,046) e a escolaridade paterna (p=0,014). À análise multivariada, apenas a presença de alteração do ritmo cardíaco durante a ultra-sonografia obstétrica mostrou-se como variável independente associada à suspeita pré-natal de anormalidade cardíaca. Conclusões: a ultra-sonografia obstétrica de rotina ainda tem sido subutilizada no rastreamento pré-natal de cardiopatias congênitas. O treinamento dirigido dos ultrasonografistas e a conscientização do meio obstétrico e da própria população podem ser os instrumentos para aumentar a eficácia deste método.
id UFRGS-2_3749a4c80dae56116556dda25b5b212a
oai_identifier_str oai:www.lume.ufrgs.br:10183/61992
network_acronym_str UFRGS-2
network_name_str Repositório Institucional da UFRGS
repository_id_str
spelling Bacaltchuk, TzviAntunes, Paula BarrosZielinsky, Paulo2012-12-21T01:35:16Z20010100-7203http://hdl.handle.net/10183/61992000333567Objetivo: avaliar o papel da ultra-sonografia obstétrica de rotina no rastreamento pré-natal de cardiopatias congênitas ou arritmias graves e os fatores envolvidos na sua acurácia. Métodos: a amostra foi constituída de 77 neonatos ou lactentes internados no Instituto de Cardiologia do Rio Grande do Sul no período de maio a outubro de 2000, com diagnóstico pós-natal confirmado de cardiopatia estrutural ou arritmia grave, que tinham sido submetidos, durante a vida fetal, a pelo menos uma ultra-sonografia obstétrica após a 18a semana de gestação. Após consentimento informado, um questionário padronizado foi aplicado. As variáveis categóricas (tipo de cardiopatia e a acessibilidade ecográfica para o diagnóstico, alteração do ritmo cardíaco, número de gestações, paridade, abortamentos prévios, estado civil das gestantes, tipo de parto, área de internação hospitalar, sexo, tipo de serviço onde foi realizado o pré-natal, indicação da ultra-sonografia obstétrica, número de ultra-sonografias realizadas, tipo de serviço onde foi realizada a ultra-sonografia obstétrica, local onde foi realizada a ultra-sonografia obstétrica, renda familiar, escolaridade materna e escolaridade paterna) foram comparadas pelo teste do χ2 ou pelo teste exato de Fisher e um modelo de regressão logística foi utilizado para determinar variáveis independentes eventualmente envolvidas na suspeita pré-natal de cardiopatia. Resultados: em 19 pacientes (24,7%), a ultra-sonografia obstétrica foi capaz de levantar suspeita de anormalidades estruturais ou de arritmias. Ao serem consideradas apenas as cardiopatias congênitas, esta taxa foi de 19,2% (14/73). Em 73,7% dos pacientes com suspeita de anormalidades cardíacas durante a ultra-sonografia obstétrica, as cardiopatias suspeitadas eram acessíveis ao corte de 4 câmaras isolado. Observou-se que 26,3% das crianças com suspeita pré-natal de cardiopatia apresentaram arritmias durante o estudo ecográfico, ao passo que apenas 3,4% dos pacientes sem suspeita pré-natal apresentaram alterações do ritmo (p=0,009). Constituíram fatores comparativos significantes entre o grupo com suspeita pré-natal e o sem suspeita a paridade (p=0,029), o parto cesáreo (p=0,006), a internação em unidade de tratamento intensivo (p=0,046) e a escolaridade paterna (p=0,014). À análise multivariada, apenas a presença de alteração do ritmo cardíaco durante a ultra-sonografia obstétrica mostrou-se como variável independente associada à suspeita pré-natal de anormalidade cardíaca. Conclusões: a ultra-sonografia obstétrica de rotina ainda tem sido subutilizada no rastreamento pré-natal de cardiopatias congênitas. O treinamento dirigido dos ultrasonografistas e a conscientização do meio obstétrico e da própria população podem ser os instrumentos para aumentar a eficácia deste método.Purpose: to evaluate the role of routine obstetrical ultrasound scan in suspecting the presence of fetal congenital heart diseases and severe arrhythmias, as well as the factors involved in its accuracy. Methods: the sample was made up of 77 neonates and infants hospitalized at the Institute of Cardiology of Rio Grande do Sul from May to October of 2000, with confirmed postnatal diagnosis of structural heart disease or severe arrhythmia, whose mothers had been submitted to at least one obstetrical ultrasound scan after 18 weeks of gestation. After informed consent, a customized standard questionnaire was used. Categorical variables were compared using χ2 test or Fisher’s exact test and a logistic regression model was used to determine independent variables possibly involved in the prenatal suspicion of cardiac abnormalities. Results: in 19 patients (24.6%), obstetrical ultrasound was able to rise prenatal suspicion of structural or rhythm abnormalities. Considering only congenital heart diseases, this prevalence was 19.2% (14/73). In 73.7% of these cases, the cardiac disorder was accessible by the four-chamber view alone. Arrhythmias during obstetrical scan were observed in 26.3 of the babies with prenatal suspicion of a heart abnormality, while only 3.4% of the patients without prenatal suspicion showed a rhythm alteration (p=0.009). Significant differences between the groups with and without prenatal suspicion of cardiac abnormalities were observed in relation to parity (p=0.029), delivery by cesarean section (p=0.006), need for intensive care (p=0.046) and school education level of the father (p=0.014). At multivariate analysis, only the presence of a rhythm alteration during ultrasound scan was shown to be an independent variable associated with prenatal suspicion of cardiac abnormalities. Conclusions: routine obstetrical ultrasound has been underused in prenatal screening of congenital heart diseases. Adequate training and making obstetricians and the population a ware of the problem may be instruments for increasing the efficacy of routine obstetrical ultrasound in rising the suspicion of fetal cardiac abnormalities.application/pdfporRevista brasileira de ginecologia & obstetrícia. Rio de Janeiro. Vol. 23, n. 9 (out. 2001), p. 553-558Diagnóstico pré-natalCardiopatias congênitasCoração fetalUltrasonographyFetal heartCongenital defectsIntrauterine diagnosisRastreamento pré-natal de anormalidades cardíacas : papel da ultra-sonografia obstétrica de rotinaPrenatal screening of cardiac abnormalities : the role of routine obstetrical ultrasoundinfo:eu-repo/semantics/articleinfo:eu-repo/semantics/otherinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Institucional da UFRGSinstname:Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)instacron:UFRGSORIGINAL000333567.pdf000333567.pdfTexto completoapplication/pdf35989http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/61992/1/000333567.pdf8626a6c11b23a675e223e8156ba5e8f7MD51TEXT000333567.pdf.txt000333567.pdf.txtExtracted Texttext/plain27765http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/61992/2/000333567.pdf.txt046ce2103492cc5dda8474fcfd1e6bfbMD52THUMBNAIL000333567.pdf.jpg000333567.pdf.jpgGenerated Thumbnailimage/jpeg1743http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/61992/3/000333567.pdf.jpg8bd0d465d238127582bb1a2360d83797MD5310183/619922023-06-16 03:31:54.75303oai:www.lume.ufrgs.br:10183/61992Repositório de PublicaçõesPUBhttps://lume.ufrgs.br/oai/requestopendoar:2023-06-16T06:31:54Repositório Institucional da UFRGS - Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)false
dc.title.pt_BR.fl_str_mv Rastreamento pré-natal de anormalidades cardíacas : papel da ultra-sonografia obstétrica de rotina
dc.title.alternative.en.fl_str_mv Prenatal screening of cardiac abnormalities : the role of routine obstetrical ultrasound
title Rastreamento pré-natal de anormalidades cardíacas : papel da ultra-sonografia obstétrica de rotina
spellingShingle Rastreamento pré-natal de anormalidades cardíacas : papel da ultra-sonografia obstétrica de rotina
Bacaltchuk, Tzvi
Diagnóstico pré-natal
Cardiopatias congênitas
Coração fetal
Ultrasonography
Fetal heart
Congenital defects
Intrauterine diagnosis
title_short Rastreamento pré-natal de anormalidades cardíacas : papel da ultra-sonografia obstétrica de rotina
title_full Rastreamento pré-natal de anormalidades cardíacas : papel da ultra-sonografia obstétrica de rotina
title_fullStr Rastreamento pré-natal de anormalidades cardíacas : papel da ultra-sonografia obstétrica de rotina
title_full_unstemmed Rastreamento pré-natal de anormalidades cardíacas : papel da ultra-sonografia obstétrica de rotina
title_sort Rastreamento pré-natal de anormalidades cardíacas : papel da ultra-sonografia obstétrica de rotina
author Bacaltchuk, Tzvi
author_facet Bacaltchuk, Tzvi
Antunes, Paula Barros
Zielinsky, Paulo
author_role author
author2 Antunes, Paula Barros
Zielinsky, Paulo
author2_role author
author
dc.contributor.author.fl_str_mv Bacaltchuk, Tzvi
Antunes, Paula Barros
Zielinsky, Paulo
dc.subject.por.fl_str_mv Diagnóstico pré-natal
Cardiopatias congênitas
Coração fetal
topic Diagnóstico pré-natal
Cardiopatias congênitas
Coração fetal
Ultrasonography
Fetal heart
Congenital defects
Intrauterine diagnosis
dc.subject.eng.fl_str_mv Ultrasonography
Fetal heart
Congenital defects
Intrauterine diagnosis
description Objetivo: avaliar o papel da ultra-sonografia obstétrica de rotina no rastreamento pré-natal de cardiopatias congênitas ou arritmias graves e os fatores envolvidos na sua acurácia. Métodos: a amostra foi constituída de 77 neonatos ou lactentes internados no Instituto de Cardiologia do Rio Grande do Sul no período de maio a outubro de 2000, com diagnóstico pós-natal confirmado de cardiopatia estrutural ou arritmia grave, que tinham sido submetidos, durante a vida fetal, a pelo menos uma ultra-sonografia obstétrica após a 18a semana de gestação. Após consentimento informado, um questionário padronizado foi aplicado. As variáveis categóricas (tipo de cardiopatia e a acessibilidade ecográfica para o diagnóstico, alteração do ritmo cardíaco, número de gestações, paridade, abortamentos prévios, estado civil das gestantes, tipo de parto, área de internação hospitalar, sexo, tipo de serviço onde foi realizado o pré-natal, indicação da ultra-sonografia obstétrica, número de ultra-sonografias realizadas, tipo de serviço onde foi realizada a ultra-sonografia obstétrica, local onde foi realizada a ultra-sonografia obstétrica, renda familiar, escolaridade materna e escolaridade paterna) foram comparadas pelo teste do χ2 ou pelo teste exato de Fisher e um modelo de regressão logística foi utilizado para determinar variáveis independentes eventualmente envolvidas na suspeita pré-natal de cardiopatia. Resultados: em 19 pacientes (24,7%), a ultra-sonografia obstétrica foi capaz de levantar suspeita de anormalidades estruturais ou de arritmias. Ao serem consideradas apenas as cardiopatias congênitas, esta taxa foi de 19,2% (14/73). Em 73,7% dos pacientes com suspeita de anormalidades cardíacas durante a ultra-sonografia obstétrica, as cardiopatias suspeitadas eram acessíveis ao corte de 4 câmaras isolado. Observou-se que 26,3% das crianças com suspeita pré-natal de cardiopatia apresentaram arritmias durante o estudo ecográfico, ao passo que apenas 3,4% dos pacientes sem suspeita pré-natal apresentaram alterações do ritmo (p=0,009). Constituíram fatores comparativos significantes entre o grupo com suspeita pré-natal e o sem suspeita a paridade (p=0,029), o parto cesáreo (p=0,006), a internação em unidade de tratamento intensivo (p=0,046) e a escolaridade paterna (p=0,014). À análise multivariada, apenas a presença de alteração do ritmo cardíaco durante a ultra-sonografia obstétrica mostrou-se como variável independente associada à suspeita pré-natal de anormalidade cardíaca. Conclusões: a ultra-sonografia obstétrica de rotina ainda tem sido subutilizada no rastreamento pré-natal de cardiopatias congênitas. O treinamento dirigido dos ultrasonografistas e a conscientização do meio obstétrico e da própria população podem ser os instrumentos para aumentar a eficácia deste método.
publishDate 2001
dc.date.issued.fl_str_mv 2001
dc.date.accessioned.fl_str_mv 2012-12-21T01:35:16Z
dc.type.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/article
info:eu-repo/semantics/other
dc.type.status.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/publishedVersion
format article
status_str publishedVersion
dc.identifier.uri.fl_str_mv http://hdl.handle.net/10183/61992
dc.identifier.issn.pt_BR.fl_str_mv 0100-7203
dc.identifier.nrb.pt_BR.fl_str_mv 000333567
identifier_str_mv 0100-7203
000333567
url http://hdl.handle.net/10183/61992
dc.language.iso.fl_str_mv por
language por
dc.relation.ispartof.pt_BR.fl_str_mv Revista brasileira de ginecologia & obstetrícia. Rio de Janeiro. Vol. 23, n. 9 (out. 2001), p. 553-558
dc.rights.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/openAccess
eu_rights_str_mv openAccess
dc.format.none.fl_str_mv application/pdf
dc.source.none.fl_str_mv reponame:Repositório Institucional da UFRGS
instname:Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)
instacron:UFRGS
instname_str Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)
instacron_str UFRGS
institution UFRGS
reponame_str Repositório Institucional da UFRGS
collection Repositório Institucional da UFRGS
bitstream.url.fl_str_mv http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/61992/1/000333567.pdf
http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/61992/2/000333567.pdf.txt
http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/61992/3/000333567.pdf.jpg
bitstream.checksum.fl_str_mv 8626a6c11b23a675e223e8156ba5e8f7
046ce2103492cc5dda8474fcfd1e6bfb
8bd0d465d238127582bb1a2360d83797
bitstream.checksumAlgorithm.fl_str_mv MD5
MD5
MD5
repository.name.fl_str_mv Repositório Institucional da UFRGS - Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)
repository.mail.fl_str_mv
_version_ 1815447483317223424