A estudante e a professora fugitiva... um encontro necessário
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2012 |
Outros Autores: | |
Tipo de documento: | Artigo |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Institucional da UFRGS |
Texto Completo: | http://hdl.handle.net/10183/173433 |
Resumo: | A palavra-chave é encontro, ou, talvez sua estranha intenção: a impossibilidade de expressar uma experiência que certos modos de classificação, ou uma tradição, impedem de ver o que é. Experiência que resiste ao acabado e inicia um processo de reconhecimento para dar lugar à expressão de seus vazios. Como criar esse percurso que se apodera de singularidades que a constituem? Deparamos-nos com a expressão de um ser em potência: toda vez que se tenta apreendê-lo, ele se deixa unir novamente por aquilo que não tinha nada em comum, impelindo-me à criação. Expressa a necessidade de compreender os caminhos pelos quais alcancei a revelação dos pensamentos indizíveis que permitiram apreender como se engendram em nossa experiência. Descolando-se do plano da educação, seus procedimentos dirigem-se ao exterior, em direção a outros planos, além do humano, passando por um plano de experiências interiores; recolhem vestígios atemporais da nossa experiência e os agrupa de tal maneira que se explicam por meios pouco confessáveis, complicando-se na expressão. Dado o desenvolvimento singular da revelação que surge com a necessidade da expressão, só mais tarde é que pude entender: o que parecia falta de sentido era justamente o sentido. É complexo descrever o que nos aconteceu. Mas foi justamente na frustração de tentar capturar o aprendizado que conseguimos de alguma forma compreendê-lo, embora não soubéssemos inicialmente traduzir essa compreensão em palavras: aí nasceram os pensamentos indizíveis. Tenho sempre comigo a sensação de que sua concepção está comprometida, donde surge um tal de desconforto, cada vez que tentamos enquadrá-los em uma explicação. Embora toda explicação exista neles e deles dependa de tal maneira que não pode ser concebida sem eles, contanto que venha depois. No instante em que surge a necessidade de dar a conhecer, esta se constitui em si mesma em um objetivo concreto. Deixo aqui palavras inspiradas em experiências mal sucedidas e encontros subseqüentes. |
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Bampi, Lisete ReginaTelichevesky, Miriam2018-03-17T02:31:21Z20121984-5987http://hdl.handle.net/10183/173433000885008A palavra-chave é encontro, ou, talvez sua estranha intenção: a impossibilidade de expressar uma experiência que certos modos de classificação, ou uma tradição, impedem de ver o que é. Experiência que resiste ao acabado e inicia um processo de reconhecimento para dar lugar à expressão de seus vazios. Como criar esse percurso que se apodera de singularidades que a constituem? Deparamos-nos com a expressão de um ser em potência: toda vez que se tenta apreendê-lo, ele se deixa unir novamente por aquilo que não tinha nada em comum, impelindo-me à criação. Expressa a necessidade de compreender os caminhos pelos quais alcancei a revelação dos pensamentos indizíveis que permitiram apreender como se engendram em nossa experiência. Descolando-se do plano da educação, seus procedimentos dirigem-se ao exterior, em direção a outros planos, além do humano, passando por um plano de experiências interiores; recolhem vestígios atemporais da nossa experiência e os agrupa de tal maneira que se explicam por meios pouco confessáveis, complicando-se na expressão. Dado o desenvolvimento singular da revelação que surge com a necessidade da expressão, só mais tarde é que pude entender: o que parecia falta de sentido era justamente o sentido. É complexo descrever o que nos aconteceu. Mas foi justamente na frustração de tentar capturar o aprendizado que conseguimos de alguma forma compreendê-lo, embora não soubéssemos inicialmente traduzir essa compreensão em palavras: aí nasceram os pensamentos indizíveis. Tenho sempre comigo a sensação de que sua concepção está comprometida, donde surge um tal de desconforto, cada vez que tentamos enquadrá-los em uma explicação. Embora toda explicação exista neles e deles dependa de tal maneira que não pode ser concebida sem eles, contanto que venha depois. No instante em que surge a necessidade de dar a conhecer, esta se constitui em si mesma em um objetivo concreto. Deixo aqui palavras inspiradas em experiências mal sucedidas e encontros subseqüentes.Encounter is the keyword or, perhaps, its strange intention: the impossibility of expressing an experience that certain classification modes, or traditions, hinder us from seeing. It is the experience that resists the accomplished and begins a recognition process which gives way to the expression of its voids. How to create the trail that seizes the singularities that constitute it? We are confronted with the expression of a being in potency: each time one tries to apprehend it, it allows itself to be bonded again by that something which it had nothing in common with, thrusting us into creation. It expresses the necessity of comprehending the ways by which unspeakable thoughts were revealed, allowing the apprehension of how they are generated in our experience. Departing from the educational plane, their procedures direct themselves to the outside, towards other planes which transcend the human, passing through planes of interior experience; they gather timeless traces of our experience and group them in a way such that they explain themselves by few respectable measures, entangling themselves in the expression. Given the singular evolution of the disclosure that comes with the necessity of expression, we could only understand later: what seemed a lack of sense was actually the sense. It is complex to describe what happened to us. But it was precisely in the frustration of trying to capture learning that we could actually comprehend it in some way, although we did not initially know how to translate such comprehension into words: unspeakable thoughts were born. I always have the feeling that their creation is threatened each time we try to frame them in an explanation. A certain discomfort emerges from such threats. Nevertheless every explanation exists within them and depends on them in a way that cannot be conceived without them, provided that it happens afterwards. The instant that the necessity to give way to knowing emerges, it constitutes itself in a concrete objective.Here we lay down words inspired in ill-succeeded experiences and subsequent encounters.La palabra clave es encuentro, o, tal vez, su extraña intención: la imposibilidad de expresar una experiencia que ciertos modos de clasificación, o una tradición, impiden ver qué es en lo medular. Experiencia que resiste a lo acabado e inicia un proceso de reconocimiento para dar lugar a la expresión de sus vacíos. ¿Cómo crear ese recorrido que se apodera de singularidades que la constituyen? Nos deparamos con la expresión de un ser en potencia: toda vez que se intenta aprehenderlo, él se deja unir nuevamente por aquello que no tenía nada en común, impeliéndome a la creación. Expresa la necesidad de comprender los caminos por los cuales alcancé la revelación de los pensamientos inefables que permitieron aprehender cómo se engendran en nuestra experiencia. Despegándose del plano de la educación, sus procedimientos se dirigen a lo exterior, en dirección a otros planos más allá de lo humano, pasando por un planode experiencias interiores; recogen vestigios atemporales de nuestra experiencia y los agrupa de tal manera que se explican por medios poco confesables, que se complican en la expresión. Dado el desarrollo singular de la revelación que surge con la necesidad de la expresión, sólo después lo pude entender: lo que parecía falta de sentido era justamente el sentido. Es complejo describir lo que nos sucedió. Pero fue justamente en la frustración de intentar capturar el aprendizaje que conseguimos de alguna forma comprenderlo, a pesar de que no supiésemos inicialmente traducir esa comprensión en palabras: ahí nacieron los pensamientos inefables. Me acompaña siempre la sensación de que su concepción está comprometida, donde surge un cierto desasosiego, cada vez que intentamos encasillarlo en una explicación. Apesar de que toda explicación exista en ellos y de ellos dependa de tal modo que no puede ser concebida sin ellos, con tanto que venga después. En el instante que surge la necesidad de dar a conocer, ésta se constituye en sí misma en un objetivo concreto. Dejo aquí palabras, inspiradas en experiencias mal sucedidas y encuentros subsiguientes.application/pdfporChildhood & philosophy : international council for inquiry with children. Rio de Janeiro. Vol. 8, n. 16 (jul./dez. 2012), p. 459-476ProfessorExperiênciaSentidoExpressãoEncounterExperienceCreationThoughtExpressionA estudante e a professora fugitiva... um encontro necessárioinfo:eu-repo/semantics/articleinfo:eu-repo/semantics/otherinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Institucional da UFRGSinstname:Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)instacron:UFRGSORIGINAL000885008.pdf000885008.pdfTexto completoapplication/pdf228370http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/173433/1/000885008.pdfe8580c57316e120290ac869fc8cd755aMD51TEXT000885008.pdf.txt000885008.pdf.txtExtracted Texttext/plain43151http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/173433/2/000885008.pdf.txtc8cb68f0bb126b6fa545c25036b792acMD5210183/1734332020-07-01 03:37:55.241807oai:www.lume.ufrgs.br:10183/173433Repositório InstitucionalPUBhttps://lume.ufrgs.br/oai/requestlume@ufrgs.bropendoar:2020-07-01T06:37:55Repositório Institucional da UFRGS - Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)false |
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