Avaliação da dor em crianças com paralisia cerebral grave e relação entre características clínicas e demográficas

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Silva, Francine Avila da
Data de Publicação: 2012
Tipo de documento: Trabalho de conclusão de curso
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UFRGS
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10183/55160
Resumo: A paralisia cerebral (PC) é atribuída a distúrbios do desenvolvimento cerebral fetal ou infantil. Refere-se a um grupo de condições crônicas comuns relacionadas à anormalidade do tônus postural e movimento, acompanhadas de alterações de percepção, sensação, cognição, convulsões, entre outras. O dano cerebral na patologia é permanente e não progressivo, todavia, as manifestações clínicas podem evoluir. A avaliação da dor em crianças incapazes de se comunicar é complexa, já que elas dependem exclusivamente da avaliação dos cuidadores. Os objetivos do estudo foram verificar a associação entre a presença de dor e as características demográficas e clínicas em crianças com PC grave e identificar a correlação entre uma escala específica para avaliação de dor o Inventário de Comportamentos da Dor na Deficiência Neurológica (ICDDN) com outra escala genérica, a Escala Análogo Visual (EAV). Trata-se de uma pesquisa de delineamento transversal de análise de um banco de dados já existente coletado de pacientes com PC, institucionalizados na Casa do Menino Jesus de Praga (CMJP). A presença de dor e sua intensidade foram mensuradas por cuidadores, por meio das escalas ICDDN e EAV. O total da amostra foi de 40 crianças, 22 (55%) do sexo masculino, com média de idade de 16,8 (DP=8,80) anos. A incontinência urinária e fecal foi apresentada pela totalidade da amostra, 29 (72%) crianças apresentaram dificuldade de deglutição, sendo que 12 se alimentavam por sonda nasoenteral e 10 via gastrostomia. Em relação aos procedimentos atuais, 23 crianças (57%) realizavam fisioterapia respiratória e 25 (62%) fisioterapia motora. A medicação mais utilizada foi anticonvulsivantes, em 30 (35%) das crianças. O resultado da avaliação de dor pelos cuidadores foi ICDDN mediana de 5 (3,25 a 9) e EAV de 0. Foi encontrada correlação significativa moderada entre as duas escalas (r=0,610; p<0,001). Apenas 4 (10%) crianças foram identificadas com dor por seus cuidadores (ICDDN ≥ 14). Não foi possível verificar associação entre as características demográficas e clínicas e presença de dor devido pequeno número de crianças com pontuação acima de 14. Embora um dos objetivos do estudo não tenha sido atingido devido ao tamanho amostral, os resultados evidenciaram que as características clínicas e demográficas das crianças com PC são semelhantes às descritas em estudos prévios. No entanto, a escala ICDDN, que é específica para em crianças que não se comunicam, apresentou correlação com a escala EAV, considerada genérica e pode ser útil para avaliação de comportamento de dor em PC. Novos estudos que incluam o uso da ICDDN por profissionais da saúde em pacientes com PC internados em hospitais ainda precisam ser desenvolvidos.
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