A jornada heroica em Planeta Hulk : de vítima sacrificial à quebra-mundos

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Quevedo, Murilo Ariel de Araújo
Data de Publicação: 2016
Tipo de documento: Trabalho de conclusão de curso
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UFRGS
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10183/158000
Resumo: Desde suas primeiras publicações, histórias em quadrinhos em geral retratam, em diferentes escalas, a realidade em que estão inseridas. Muito influenciadas pelos gêneros pulp ou ficção científica, a violência esteve presente nas primeiras publicações tanto quanto se faz presente na sociedade. Com o passar dos anos, os quadrinhos foram mudando, atendendo a demandas sociais, mas a violência se manteve presente, em maior ou menor intensidade. Porém, pouco ainda é estudado sobre quadrinhos e, mais especificamente, sobre a violência que eles apresentam. De sua criação até os dias de hoje, muitos super-heróis surgiram, cada um com características diferentes, códigos de moral diferentes. Um desses é o Hulk, que é o alter ego do cientista Bruce Banner. Inspirado em Dr. Jekyll and Mr.Hyde (LEE, 1975), a transformação do cientista em monstro se dá quando ele se enraivece. E em muitas situações, o herói lutou contra seus companheiros, causou destruição em cidades, cego pela raiva que o motiva. Por conta disso, em uma dessas situações, ele foi exilado por alguns de seus companheiros, com o intuito de evitar uma destruição ainda maior. Essa é a trama de Planeta Hulk, saga que nos propomos a analisar. Espera-se, com esse estudo, verificar como os elementos do mito e da violência sacrificial se configuram na história em quadrinhos sendo amplamente consumidos por um público que reprime a violência. A ideia de usar um bode expiatório para purgar a violência é explorada por Girard, em A Violência e o Sagrado (GIRARD, 1990). Além disso, super-heróis funcionam como mitos contemporâneos (REYNOLDS, 2008), portanto para melhor estudarmos esta obra, utilizamos da teoria Girardiana da violência, da jornada do herói proposta por Campbell (CAMPBELL, 2008) e analisamos também os recursos gráficos da obra que corroboram com elementos da teoria de Girard e de Campbell. Percebemos, com este estudo, que nos identificamos com a obra por ela se tratar de um mito moderno que nos propicia a compensação de um sentimento violento, que recalcamos para melhor vivermos em sociedade.
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spelling Quevedo, Murilo Ariel de AraújoBrito Junior, Antonio Barros deVidal, Leonardo Poglia2017-05-16T02:28:09Z2016http://hdl.handle.net/10183/158000001019722Desde suas primeiras publicações, histórias em quadrinhos em geral retratam, em diferentes escalas, a realidade em que estão inseridas. Muito influenciadas pelos gêneros pulp ou ficção científica, a violência esteve presente nas primeiras publicações tanto quanto se faz presente na sociedade. Com o passar dos anos, os quadrinhos foram mudando, atendendo a demandas sociais, mas a violência se manteve presente, em maior ou menor intensidade. Porém, pouco ainda é estudado sobre quadrinhos e, mais especificamente, sobre a violência que eles apresentam. De sua criação até os dias de hoje, muitos super-heróis surgiram, cada um com características diferentes, códigos de moral diferentes. Um desses é o Hulk, que é o alter ego do cientista Bruce Banner. Inspirado em Dr. Jekyll and Mr.Hyde (LEE, 1975), a transformação do cientista em monstro se dá quando ele se enraivece. E em muitas situações, o herói lutou contra seus companheiros, causou destruição em cidades, cego pela raiva que o motiva. Por conta disso, em uma dessas situações, ele foi exilado por alguns de seus companheiros, com o intuito de evitar uma destruição ainda maior. Essa é a trama de Planeta Hulk, saga que nos propomos a analisar. Espera-se, com esse estudo, verificar como os elementos do mito e da violência sacrificial se configuram na história em quadrinhos sendo amplamente consumidos por um público que reprime a violência. A ideia de usar um bode expiatório para purgar a violência é explorada por Girard, em A Violência e o Sagrado (GIRARD, 1990). Além disso, super-heróis funcionam como mitos contemporâneos (REYNOLDS, 2008), portanto para melhor estudarmos esta obra, utilizamos da teoria Girardiana da violência, da jornada do herói proposta por Campbell (CAMPBELL, 2008) e analisamos também os recursos gráficos da obra que corroboram com elementos da teoria de Girard e de Campbell. Percebemos, com este estudo, que nos identificamos com a obra por ela se tratar de um mito moderno que nos propicia a compensação de um sentimento violento, que recalcamos para melhor vivermos em sociedade.Since the first publications of the genre, comics generally portray, in different degrees, the reality of the context they are part of. Because they were heavily influenced by pulp or science fiction, comics portrayed violence since the beginning, just as violence was present in society as well. Due to social reasons, comics underwent several changes as years passed, but violence remained present in the stories in different degrees. Nevertheless, the subject of comics or, specifically, the violence they contain is not widely researched. Since its origins, comics originated many super-heroes, and each one of them has different characteristics and moral codes. Hulk is one of these super-heroes, the alter ego of the scientist Bruce Banner. Inspired by Dr. Jekyll and Mr.Hyde (LEE, 1975), the transformation of the scientist into a monster happens whenever the scientist gets angry. In various occasions, blinded by rage, he fought his own partners and destroyed entire cities. Because of this, Hulk was exiled to a distant planet by some of his comrades, in order to avoid even greater destruction. This is the plot of Planet Hulk, the story we analyze here. We intend to verify how elements of myth and sacrificial violence are used in the structure of comics, which are widely consumed by a public that tends to repress violence. Girard, in Violence and the Sacred (GIRARD, 1990), explores the idea of using a scapegoat to purge violence. Furthermore, super-heroes function as contemporary myths (REYNOLDS, 2008); therefore, for the analysis of the story, we use Girard’s theory of violence and Campbell’s theory of the hero’s journey (CAMPBELL, 2008); also, we analyze graphic resources of the comics that support elements from Girard’s and Campbell’s theories. After the analysis, we argue that we can identify with the story because it is a modern myth that creates a mechanism of compensation for violent feelings that we tend to repress to preserve social harmony.application/pdfporHistória em quadrinhos : CríticaSuper-heróiViolência na literaturaComicsSacrificial violenceHeroes’ journeyPlanet HulkMarvelA jornada heroica em Planeta Hulk : de vítima sacrificial à quebra-mundosinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/bachelorThesisUniversidade Federal do Rio Grande do SulInstituto de LetrasPorto Alegre, BR-RS2016Letras: Português e Inglês: Licenciaturagraduaçãoinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Institucional da UFRGSinstname:Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)instacron:UFRGSORIGINAL001019722.pdf001019722.pdfTexto completoapplication/pdf3196244http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/158000/1/001019722.pdf5bee5842189be3462c17fe934cdb8ad9MD51TEXT001019722.pdf.txt001019722.pdf.txtExtracted Texttext/plain119866http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/158000/2/001019722.pdf.txt6cb19fda4c21fcb8a7772ca70d6f52c2MD52THUMBNAIL001019722.pdf.jpg001019722.pdf.jpgGenerated Thumbnailimage/jpeg961http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/158000/3/001019722.pdf.jpg5013fcba551e15f27c9f5261d7a9ab64MD5310183/1580002018-10-29 09:29:14.476oai:www.lume.ufrgs.br:10183/158000Repositório de PublicaçõesPUBhttps://lume.ufrgs.br/oai/requestopendoar:2018-10-29T12:29:14Repositório Institucional da UFRGS - Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)false
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