Práticas inesperadas na sala de parto
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2013 |
Tipo de documento: | Trabalho de conclusão de curso |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Institucional da UFRGS |
Texto Completo: | http://hdl.handle.net/10183/152823 |
Resumo: | Introdução: A experiência do parto traz consigo a bagagem de conhecimentos de cada mulher suscitando a curiosidade de saber o quê pode ser entendido como inesperado e diferente para ela. A partir das narrativas relacionadas ao parto e nascimento, sobre práticas que as participantes consideraram inesperadas, buscou-se produzir textos possíveis de categorização e análise. A questão que norteou esta pesquisa foi: como as mulheres chegaram a pensar a situação relatada como uma experiência inesperada? Para respondê-la traçou-se um objetivo geral que foi “analisar práticas relatadas como inesperadas por usuárias em situação de parto a partir de ferramentas como verdade e poder disponibilizadas por Michel Foucault’ e objetivos específicos, quais sejam: “identificar práticas experienciadas por usuárias em situação de parto de um Hospital Universitário de Porto Alegre – RS, consideradas inesperada” e “relacionar as práticas relatadas como inesperadas com práticas preconizadas pela Organização Mundial da Saúde – OMS e Ministério da Saúde do Brasil sobre o parto e nascimento. Metodologia: Estudo descritivo-exploratório, de abordagem qualitativa. Foram entrevistadas 20 puérperas internadas na Unidade de Internação Obstétrica - UIO do HCPA, na cidade de Porto Alegre/RS no mês de outubro de 2013, com idade superior a 18 anos. As entrevistas foram realizadas em período compreendido entre 12 e 36 horas de após parto vaginal ou cesáreo e foram encerradas utilizando-se o critério de saturação de dados. Utilizou-se um Termo de Consentimento Livre e Esclarecido que foi assinado pela participante ao concordar com a entrevista. Estas foram gravadas em meio eletrônico e transcritas para fins de análise. Concluídas as transcrições, as informações foram categorizadas conforme as Boas práticas de atenção ao parto e nascimento (OMS, 1996). Resultados: Para atender ao objetivo proposto procurou-se identificar na listagem da OMS quais as que se enquadrariam às informações fornecidas pelas entrevistadas. Este exercício nos ajudou a formular algumas reflexões sobre o modo como pensamos, vivemos e nos relacionamos com outras pessoas e conosco mesmos e como aquilo que é poderia ser diferente. Permitiu um certo distanciamento daquilo que é preconizado como possibilidades de melhorar a forma de parir a partir do ordenamento indicado pela OMS. As práticas inesperadas referidas pelas participantes são tomadas como enunciações de poder e verdade e tornam-se inesperadas por serem situações diferentes ou que fogem ao seu conhecimento. Do relato de práticas consideradas inesperadas pelas participantes da pesquisa, foi possível relacioná-los com 13 práticas preconizadas pela OMS de uma listagem de 68 práticas, as quais estão distribuídas em quatro categorias. Dentre as práticas relatadas como inesperadas pelas mulheres, estão: as dores, visualização da placenta, corte do cordão umbilical realizado pelo pai, cateterização da bexiga, realização e não realização da episiotomia, uso do fórceps no parto, o parto ter sido cesáreo ou normal, o contato pele a pele, utilização de ocitocina, falta de informações sobre o parto, amniotomia precoce e a realização de toques vaginais. Conclusão: Estas práticas inesperadas podem instigar a produção de novas práticas de cuidado como novas pedagogias direcionadas tanto às mulheres na situação de trabalho de parto e parto com segurança, como aos prestadores de cuidado para que possam auxiliar na produção de uma população mais saudável e “autônoma”. Com este estudo pode-se produzir uma categoria de práticas que são, neste momento, denominadas "inesperadas". |
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