Influência das alterações endócrinas na reprodução da égua

• Autor(a) principal: Gerling, Mariana Fries
• Data de Publicação: 2022
• Tipo de documento: Trabalho de conclusão de curso
• Idioma: por
• Título da fonte: Repositório Institucional da UFRGS
• Texto Completo: http://hdl.handle.net/10183/257320
• topic: Síndrome metabólica; Síndrome de Cushing; Reprodução animal; Equinos; Equine reproduction; Equine metabolic syndrome; Pituitary pars intermedia dysfunction; SME; PPID; Mare

A Síndrome Metabólica Equina (SME) e a Disfunção da Pars Intermedia da Pituitária (PPID) são as endocrinopatias de maior ocorrência em equinos. A SME está associada principalmente com a obesidade, adiposidade localizada, resistência à insulina, hiperinsulinemia e laminite. Outros fatores como a dislipidemia, inflamação sistêmica, concentrações alteradas de adipocinas, leptina e adiponectina também compõem a síndrome. A PPID é uma degeneração dos neurônios dopaminérgicos das células melanotróficas da hipófise, ocasionando a hiperplasia da pars intermedia, com presença de um único macroadenoma ou múltiplos microadenomas. Esta neurodegeneração é comum em cavalos idosos, levando a alterações na pelagem, perda de massa muscular, deposição de gordura localizada e laminite, podendo a resistência à insulina também estar presente. Além disso, ambas alterações endócrinas causam distúrbios reprodutivos em éguas. Éguas obesas e insulino-resistentes apresentam maior intervalo interovulatório e demonstram menores períodos de anestro. A composição do fluido folicular é afetada pela SME, com maiores concentrações de insulina, leptina, TNFα, IL-1 e IL-6, assim como a expressão gênica de folículos e embriões sofre também alterações. Além disso, o endométrio e o histotrofo de éguas obesas apresentam maior expressão de proteínas e citocinas inflamatórias. A SME durante a gestação pode levar o nascimento de potros com maior predisposição a obesidade, resistência à insulina e problemas locomotores, comprometendo sua futura vida atlética. Na PPID, acredita-se que os problemas reprodutivos sejam oriundos da compressão da adeno-hipófise pela pars intermedia, alterando a produção dos hormônios gonadotróficos, ou ainda pela excessiva estimulação adrenal causada pelos altos níveis de ACTH, afetando negativamente a secreção de gonadotrofinas. Entre os problemas relatados, estão ciclos estrais irregulares, aciclicidade, fertilidade reduzida e lactação persistente. Em conclusão, diversos estudos recentes vêm demonstrando alterações reprodutivas em éguas com SME e PPID.