Mandacaru e outros devaneios terrenos

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Petersen, Caroline
Data de Publicação: 2021
Tipo de documento: Trabalho de conclusão de curso
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UFRGS
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10183/230668
Resumo: O objetivo do presente ensaio é versar e fazer verter significantes, sensações, imagens, texturas, que visem contribuir para fecundar reflexões sensíveis acerca do cuidado em saúde mental coletiva a partir da minha experiência como residente em dois Centros de Atenção Psicossocial InfantoJuvenil (CAPSij). Através da partilha deste rastro falante, pretendo promover escutas sobre o fazer cotidiano presente nesses espaços em meio ao atual contexto político, do qual emerge severa aridez e desamparo. Para isso, ao longo do trabalho serão apresentados três devaneios: no primeiro, chamado território terreno terra, busco situar o leitor sobre o solo que macro socialmente compartilhamos e sobre ele lanço a inquietação que se desdobra e atravessa todo este ensaio: o que brota da terra seca? Nos dois devaneios seguintes percorro duas das corporeidades experimentadas ao longo desta travessia na tentativa de rastrear os efeitos da aridez sobre os corpos que habitam cotidianamente as terras arrasadas das esferas públicas de saúde pelas quais passei. A partir do segundo devaneio, corpo espinhoso, adentramos a vivência do trabalho em saúde mental coletiva em seu devir defensivo, solitário e exaurido produzindo a imagem-miragem do espinho como saber da experiência que nasce pela condição de estar aberto à precariedade do mundo e ser atravessado por ela. Já no último devaneio, encontramos a imagem-miragem do corpo caravana que, ao transformar sofrimento e silêncio em experiência e linguagem, torce o vivido individualizado em partilha e força coletiva. Esse movimento produzido pelo corpo caravana faz brotar da pele ressecada, algo além do cansaço e do espinho. Os dois escritos que encerram o ensaio, exercícios de fertilização e a t r a v e r s a r, procuram lançar palavras sementes de amparo ao apontar para a potência de nossa força imaginativa-inventiva. Através da ficção como estratégia de rexistência e brotamento de outros mundos (im)possíveis, o corpo desabrocha. E na carne espinhosa do mandacaru faz nascer a flor da chuva.
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