Bacteriologia da fibrose cística
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Data de Publicação: | 2011 |
Outros Autores: | , , , |
Tipo de documento: | Artigo |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Institucional da UFRGS |
Texto Completo: | http://hdl.handle.net/10183/157730 |
Resumo: | O exame bacteriológico é um dos principais parâmetros que auxiliam o diagnóstico e manuseio da infecção respiratória dos pacientes com Fibrose Cística (FC). Os microrganismos que colonizam e infectam o paciente fibrocístico determinam o tratamento, a qualidade de vida, as perspectivas para o transplante e a sua sobrevida global. A identificação precisa de patógenos respiratórios é essencial para o tratamento da infecção, seja como guia para o uso adequado de antibióticos por longos períodos para os pacientes com infecção bacteriana crônica ou para a aplicação adequada de medidas de controle de infecção. Embora exista um espectro limitado de patógenos respiratórios classicamente associados à doença respiratória na FC, um número crescente de microrganismos vem sendo reconhecido como potenciais agentes patogênicos. O espectro de patógenos em FC varia com a idade do paciente, mas, de uma forma geral, é bem estabelecido na literatura que existem quatro bactérias “clássicas”: Staphylococcus aureus, Haemophilus influenzae, Pseudomonas aeruginosa e o complexo B. cepacia (CBC). A maior sobrevida dos pacientes fibrocísticos, os quais são submetidos a ciclos repetidos de antibióticos, bem como o uso de novas metodologias de diagnóstico microbiológico contribuíram para o reconhecimento de patógenos emergentes ou “não-clássicos”, como Stenotrophomonas maltophilia, Achromobacter xylosoxidans e micobactérias nãotuberculosas (NMT) além de outros (Ralstonia sp, Cupriavidus sp, Pandoraea sp, Inqulinus limosus, Aspergillus sp , etc.). A principal bactéria envolvida com a doença respiratória em FC é a P.aeruginosa a qual durante o curso da infecção crônica pode apresentar variações fenotípicas peculiares aos pacientes fibrocísticos (crescimento em forma mucóide e em biofilme, hipermutabilidade, perda de flagelo, etc.) Portanto é necessário monitorar o surgimento de cepas de patógenos clássicos e não-clássicos principalmente aqueles mais resistentes aos antibióticos, como S. aureus resistentes a meticilina (MRSA) e P. aeruginosa resistente aos carbapenêmicos. Além disso é importante avaliar, através do exame bacteriológico, possíveis reduções de carga microbiana pulmonar, especialmente de P. aeruginosa e CBC, visto que a erradicação total destes patógenos é, invariavelmente, impossível em FC. |
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Lutz, LarissaParis, Fernanda deVieira, Maria IzoleteMarques, Elizabeth de AndradeBarth, Afonso Luis2017-05-11T02:25:26Z20110101-5575http://hdl.handle.net/10183/157730000820867O exame bacteriológico é um dos principais parâmetros que auxiliam o diagnóstico e manuseio da infecção respiratória dos pacientes com Fibrose Cística (FC). Os microrganismos que colonizam e infectam o paciente fibrocístico determinam o tratamento, a qualidade de vida, as perspectivas para o transplante e a sua sobrevida global. A identificação precisa de patógenos respiratórios é essencial para o tratamento da infecção, seja como guia para o uso adequado de antibióticos por longos períodos para os pacientes com infecção bacteriana crônica ou para a aplicação adequada de medidas de controle de infecção. Embora exista um espectro limitado de patógenos respiratórios classicamente associados à doença respiratória na FC, um número crescente de microrganismos vem sendo reconhecido como potenciais agentes patogênicos. O espectro de patógenos em FC varia com a idade do paciente, mas, de uma forma geral, é bem estabelecido na literatura que existem quatro bactérias “clássicas”: Staphylococcus aureus, Haemophilus influenzae, Pseudomonas aeruginosa e o complexo B. cepacia (CBC). A maior sobrevida dos pacientes fibrocísticos, os quais são submetidos a ciclos repetidos de antibióticos, bem como o uso de novas metodologias de diagnóstico microbiológico contribuíram para o reconhecimento de patógenos emergentes ou “não-clássicos”, como Stenotrophomonas maltophilia, Achromobacter xylosoxidans e micobactérias nãotuberculosas (NMT) além de outros (Ralstonia sp, Cupriavidus sp, Pandoraea sp, Inqulinus limosus, Aspergillus sp , etc.). A principal bactéria envolvida com a doença respiratória em FC é a P.aeruginosa a qual durante o curso da infecção crônica pode apresentar variações fenotípicas peculiares aos pacientes fibrocísticos (crescimento em forma mucóide e em biofilme, hipermutabilidade, perda de flagelo, etc.) Portanto é necessário monitorar o surgimento de cepas de patógenos clássicos e não-clássicos principalmente aqueles mais resistentes aos antibióticos, como S. aureus resistentes a meticilina (MRSA) e P. aeruginosa resistente aos carbapenêmicos. Além disso é importante avaliar, através do exame bacteriológico, possíveis reduções de carga microbiana pulmonar, especialmente de P. aeruginosa e CBC, visto que a erradicação total destes patógenos é, invariavelmente, impossível em FC.The bacteriological culture is one of the main parameters that support the diagnosis and management of the respiratory infection in patients with cystic fibrosis (CF). The microorganisms that colonize and infect CF patients determine the treatment, quality of life, the lung transplant possibility and their overall survival. The accurate identification of respiratory pathogens is essential for the treatment of infection, either to guide the appropriate use of antibiotics for long periods to patients with chronic bacterial infection or to the proper implementation of infection control measures. Although there is a limited spectrum of respiratory pathogens classically associated with the respiratory disease in CF, an increasing number of microorganisms has been recognized as potential pathogens. The spectrum of pathogens in CF varies with the patients age but, in general, it is well established in the literature that there are four "classic" pathogens: Staphylococcus aureus, Haemophilus influenzae, Pseudomonas aeruginosa and the B. cepacia complex (Bcc). The longer survival of CF patients who undergo repeated cycles of antibiotics and the use of new methods of microbiological diagnosis contributed to the recognition of emerging or "non-classical" pathogens, such as Stenotrophomonas maltophilia, Achromobacter xylosoxidans, and nontuberculous mycobacteria (NMT) and other (Ralstonia sp, Cupriavidus sp, Pandoreae sp, Inqulinus limosus, Aspergillus sp, etc.) The main bacteria involved in respiratory disease in CF is P. aeruginosa which during the course of the chronic infection may present phenotypic variations peculiar to patients with cystic fibrosis (growth in the mucoid form and in biofilm, hipermutation, loss of flagella, etc.). Therefore it is necessary to monitor the emergence of classic and non-classical classics pathogens especially those resistant to antibiotics, such as S. aureus resistant to methicillin (MRSA) and P. aeruginosa resistant to carbapenems. Furthermore it is important to evaluate through the bacteriological examination, possible reductions in the pulmonary microbial load, especially P. aeruginosa and the Bcc, since the total eradication of these pathogens is invariably impossible in CF.application/pdfporRevista HCPA. Porto Alegre. Vol. 31, n. 2 (2011), p. 168-184Fibrose císticaBacteriologiaBacteriological cultureCystic fibrosisBacteriologia da fibrose císticainfo:eu-repo/semantics/articleinfo:eu-repo/semantics/otherinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Institucional da UFRGSinstname:Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)instacron:UFRGSORIGINAL000820867.pdf000820867.pdfTexto completoapplication/pdf364745http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/157730/1/000820867.pdffcb5b5fbdd686a1b0b064c4f00943930MD51TEXT000820867.pdf.txt000820867.pdf.txtExtracted Texttext/plain80592http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/157730/2/000820867.pdf.txtc5ae549491f6dd8ff024b88d8846b73dMD52THUMBNAIL000820867.pdf.jpg000820867.pdf.jpgGenerated Thumbnailimage/jpeg2090http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/157730/3/000820867.pdf.jpgfeeea580b102588e12bed73e433266c3MD5310183/1577302018-10-29 09:16:29.58oai:www.lume.ufrgs.br:10183/157730Repositório de PublicaçõesPUBhttps://lume.ufrgs.br/oai/requestopendoar:2018-10-29T12:16:29Repositório Institucional da UFRGS - Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)false |
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