Ligações perigosas : uma análise discursiva sobre o humor na reprodução da violência contra a mulher
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2023 |
Outros Autores: | |
Tipo de documento: | Artigo |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Institucional da UFRGS |
Texto Completo: | http://hdl.handle.net/10183/273499 |
Resumo: | Na formação social atual, dominada pelo capitalismo em sua versão neoliberal, notícias referentes a práticas de reprodução da violência contra a mulher têm se tornado frequentes. Essas práticas ganham diferentes formas, sendo possível, inclusive, observar a reprodução dessa violência através do dis-curso humorístico, naturalizado socialmente como espaço onde tudo pode ser dito. Tomamos como centro da nossa discussão sobre a relação entre violência contra a mulher e discurso um vídeo produzido por um humorista brasileiro, no qual, através do modo riso, coloca em circulação discursos que mantém a relação de dominação calcada na diferença entre homem e mulher. O presente estudo apresenta como objetivo principal refletir sobre a relação entre humor, violência contra a mulher e funcionamento discursivo, tendo como objeto o vídeo produzido por Danilo Gentili em resposta à deputada Maria do Rosário. Para a discussão, mobilizamos autores de diferentes campos do conhecimento, os quais trabalham teoricamente com a questão da violência, para, em diálo-go com o material de análise, desenvolver uma concepção discursiva sobre a opressão de gênero, em relação com as modalidades de subjetivação propostas por Michel Pêcheux. Tal proposta se alinha à questão mais ampla colocada em jogo no estudo, a saber, a forma naturalizada como discursos discriminatórios (e, portanto, violentos) são colocados em circulação na formação social brasileira. Apesar das diferentes opressões a que as mulheres são submetidas, entendemos que a resistência ainda é possível de ocorrer, através de diferentes práticas que permitem a reivindicação pelo fim das diferentes violências que circundam o ser mulher nesta sociedade. |
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Tejada, Bruna VitóriaVinhas, Luciana Iost2024-03-14T04:57:14Z20230101-3335http://hdl.handle.net/10183/273499001197078Na formação social atual, dominada pelo capitalismo em sua versão neoliberal, notícias referentes a práticas de reprodução da violência contra a mulher têm se tornado frequentes. Essas práticas ganham diferentes formas, sendo possível, inclusive, observar a reprodução dessa violência através do dis-curso humorístico, naturalizado socialmente como espaço onde tudo pode ser dito. Tomamos como centro da nossa discussão sobre a relação entre violência contra a mulher e discurso um vídeo produzido por um humorista brasileiro, no qual, através do modo riso, coloca em circulação discursos que mantém a relação de dominação calcada na diferença entre homem e mulher. O presente estudo apresenta como objetivo principal refletir sobre a relação entre humor, violência contra a mulher e funcionamento discursivo, tendo como objeto o vídeo produzido por Danilo Gentili em resposta à deputada Maria do Rosário. Para a discussão, mobilizamos autores de diferentes campos do conhecimento, os quais trabalham teoricamente com a questão da violência, para, em diálo-go com o material de análise, desenvolver uma concepção discursiva sobre a opressão de gênero, em relação com as modalidades de subjetivação propostas por Michel Pêcheux. Tal proposta se alinha à questão mais ampla colocada em jogo no estudo, a saber, a forma naturalizada como discursos discriminatórios (e, portanto, violentos) são colocados em circulação na formação social brasileira. Apesar das diferentes opressões a que as mulheres são submetidas, entendemos que a resistência ainda é possível de ocorrer, através de diferentes práticas que permitem a reivindicação pelo fim das diferentes violências que circundam o ser mulher nesta sociedade.In the current social formation, dominated by capitalism in its neo-liberal version, news referring to practices of reproduction of violence against women have become frequent. These practices take different forms, and it is even possible to observe the reproduction of this violence through humorous discourse, socially naturalized as a space where everything can be said. We take as the center of our discussion on the relationship between violence against women and discourse a video produced by a Brazilian comedian, in which, through the laughter mode, he puts into circulation discourses that maintain the relationship of domination based on the difference between men and women. The main objective of this study is to reflect on the relationship between humor, violence against women, and discursive functioning, having as object the video produced by Danilo Gentili in response to the congresswoman Maria do Rosário. For the discussion, we mobilized authors from different fields of knowledge, who theoretically work with the issue of violence, to, in dialogue with the material of analysis, develop a discursive conception of gender oppression, in relation to the modalities of subjectivation created by Michel Pêcheux. This proposal is in line with the broader issue at stake in the study, namely, the naturalized way in which discriminatory (and therefore violent) discourses are put into circulation in the Brazilian social formation. Despite the different oppressions to which women are subjected, we understand that resistance is still possi-ble, through different practices that allow the claim for the end of the different violences that surround being a woman in this society.En la formación social actual, dominada por el capitalismo en su versión neoliberal, se han vuelto frecuentes las noticias referidas a prácticas de reproducción de la violencia contra las mujeres. Estas prácticas toman diferentes formas, e incluso es posible observar la reproducción de esta violencia a través del discurso humorístico, naturalizado socialmente como un espacio donde todo se puede decir. Tomamos como centro de nuestra discusión sobre la relación entre la violencia contra la mujer y el discurso un video producido por un comediante brasileño, en el que, a través de la risa, pone en circulación discursos que mantienen la relación de dominación a partir de la di-ferencia entre el hombre y la mujer. El objetivo principal de este estudio es reflexionar sobre la relación entre el humor, la violencia contra la mujer y el funcionamiento discursivo, teniendo como objeto el video producido por Danilo Gentili en respuesta a la diputada Maria do Rosário. Para la discusión, movilizamos autores de diferentes campos del saber, que teóricamente trabajan con el tema de la violencia, para, en diálogo con el material de análisis, desarrollar una concepción discursiva de la opresión de género, en relación con las modalidades de subjetivación propuestas por Michel Pêcheux. Esta propuesta está en línea con la cuestión más amplia en juego en el estudio, a saber, la forma naturalizada en que los discursos discriminatorios (y, por lo tanto, violentos) se ponen en circulación en la formación social brasileña. A pesar de las diferentes opresiones a las que son sometidas las mujeres, en-tendemos que la resistencia aún es posible, a través de diferentes prácticas que permitan reivindicar el fin de las diferentes violencias que envuelven el ser mujer en esta sociedad.application/pdfporLetras de hoje. Porto Alegre, RS. Vol. 58, n. 1 (jan./dez. 2023), e-43527, p. [1]-14ViolênciaMulherHumorAnálise do discursoViolenceWomenMaterialist discourse analysisHumorResistanceMujeresAnálisis materialista del discursoResistenciaLigações perigosas : uma análise discursiva sobre o humor na reprodução da violência contra a mulherDangerous liaisons : a discursive analysis of humor in the reproduction of violence against womenLas amistades peligrosas : un análisis discursivo del humor en la reproducción de la violencia contra la mujerinfo:eu-repo/semantics/articleinfo:eu-repo/semantics/otherinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Institucional da UFRGSinstname:Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)instacron:UFRGSTEXT001197078.pdf.txt001197078.pdf.txtExtracted Texttext/plain61720http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/273499/2/001197078.pdf.txt04e4532e0ebaf23f93a395bbfcd56a86MD52ORIGINAL001197078.pdfTexto completoapplication/pdf308308http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/273499/1/001197078.pdfb79f81e4b44ea59f92666c2b6f6de8e1MD5110183/2734992024-03-15 05:01:03.51313oai:www.lume.ufrgs.br:10183/273499Repositório de PublicaçõesPUBhttps://lume.ufrgs.br/oai/requestopendoar:2024-03-15T08:01:03Repositório Institucional da UFRGS - Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)false |
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Na formação social atual, dominada pelo capitalismo em sua versão neoliberal, notícias referentes a práticas de reprodução da violência contra a mulher têm se tornado frequentes. Essas práticas ganham diferentes formas, sendo possível, inclusive, observar a reprodução dessa violência através do dis-curso humorístico, naturalizado socialmente como espaço onde tudo pode ser dito. Tomamos como centro da nossa discussão sobre a relação entre violência contra a mulher e discurso um vídeo produzido por um humorista brasileiro, no qual, através do modo riso, coloca em circulação discursos que mantém a relação de dominação calcada na diferença entre homem e mulher. O presente estudo apresenta como objetivo principal refletir sobre a relação entre humor, violência contra a mulher e funcionamento discursivo, tendo como objeto o vídeo produzido por Danilo Gentili em resposta à deputada Maria do Rosário. Para a discussão, mobilizamos autores de diferentes campos do conhecimento, os quais trabalham teoricamente com a questão da violência, para, em diálo-go com o material de análise, desenvolver uma concepção discursiva sobre a opressão de gênero, em relação com as modalidades de subjetivação propostas por Michel Pêcheux. Tal proposta se alinha à questão mais ampla colocada em jogo no estudo, a saber, a forma naturalizada como discursos discriminatórios (e, portanto, violentos) são colocados em circulação na formação social brasileira. Apesar das diferentes opressões a que as mulheres são submetidas, entendemos que a resistência ainda é possível de ocorrer, através de diferentes práticas que permitem a reivindicação pelo fim das diferentes violências que circundam o ser mulher nesta sociedade. |
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