O filme Kids e a política de demonização da juventude

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Giroux, Henry André
Data de Publicação: 1996
Outros Autores: Louro, Guacira Lopes, Silva, Tomaz Tadeu da
Tipo de documento: Artigo
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UFRGS
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10183/232043
Resumo: Um dos filmes mais controvertidos sobre a sexualidade adolescente a aparecer em 1995 foi Kids. Flutuando na superficie de um cinismo sem saída, o filme de Clark deixa de investigar onde está localizada a identidade para os/as jovens urbanos/as que ele representa. O realismo de Clark atua muito facilmente para definir as turbulentas experiências dos/as adolescentes que ele representa, não a partir de sensíveis considerações históricas e sociais, mas a partir de evocações estilizadadas de choque e transgressão. A confiança de Clark na verossimilhança de uma narrativa tipo "documentário", ao jogar com os medos e ansiedades da platéia e colocar a sexualidade e o hedonismo como forças impulsionadoras da agência entre jovens urbanos, revela o conservadorismo ideológico que sustenta Kids. Vistos como não possuindo qualquer capacidade critica, os/as jovens são definidos primariamente por uma sexualidade que é vista como fora de controle, exigindo vigilância, restrição legal e outras formas de poder disciplinar.
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