Casa de David Canabarro em Santana do Livramento: diferentes apropriações do patrimônio histórico-cultural

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Neves, Márcia Pereira das
Data de Publicação: 2009
Tipo de documento: Trabalho de conclusão de curso
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UFRGS
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10183/21252
Resumo: O presente trabalho tem o objetivo de problematizar as questões que envolveram o traslado dos restos mortais de David Canabarro da cidade de Porto Alegre para Santana do Livramento, ocorrido em 2008, e sua instalação no Mausoléu construído no terreno da Casa de David Canabarro, tombada pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, sem autorização do mesmo. Desta forma, foram pesquisados e analisados diversos documentos que a Superintendência Regional do IPHAN no Rio Grande do Sul (IPHAN/RS) possui sobre estes fatos como processos, ofícios e pareceres, além do Projeto Canabarro, feito pelo Movimento Tradicionalista Gaúcho, constante em processo do IPHAN/RS. A documentação foi interpretada e questionada, visando identificar quem escreveu o documento; sob quais circunstâncias; para quem se destinava o mesmo; e quais os possíveis futuros leitores desta documentação. Também foram pesquisadas diversas reportagens constantes no Projeto, e nos sites e/ou jornais Zero Hora e Correio do Povo, procurando definir, como e quando foram produzidas; concluir a quem se dirigem; definir os objetivos e os recursos utilizados na batalha pela conquista dos corações e mentes; determinar os interesses econômicos e políticos dos mesmos; e diferenciar a imprensa da opinião pública. Analisaram-se os personagens que atuaram nestas disputas, as divergências de opiniões e de visões sobre o patrimônio, assim como as relações da Instituição (IPHAN) e de parte da população, representada pelo MTG, com o bem tombado, no período entre 2003 e 2008, além da forma de apropriação deste patrimônio pela “população” e pelo IPHAN no planejamento e na prática. O MTG pretendia desde 2005 fazer o traslado, e instalar os despojos do General Farroupilha em um mausoléu a ser construído na Praça central da cidade, mas a prefeitura de Livramento sugeriu oficialmente que o mesmo fosse instalado no pátio da Casa de David Canabarro. Pelo que se pode verificar, com a construção do Mausoléu, ambos pretendiam exaltar a memória de Canabarro e da Revolução Farroupilha. O IPHAN/RS, por sua vez, desde 2003, planejava a implantação do Museu do Pampa na mesma Casa, onde o IPHAN já havia investido muitos recursos em restaurações. Tal Museu seria dedicado à cultura e aos hábitos campeiros, valorizando o artesanato em lã e em couro, a literatura a respeito da cultura gauchesca, etc.. Entre os documentos analisados, pode-se observar diversas contradições com relação ao local de implantação do Mausoléu de Canabarro, além do empenho do IPHAN/RS em conseguir recursos para iniciar a instalação do Museu na Casa de Canabarro, antes que o Mausoléu fosse construído no local, dando ao imóvel um sentido oposto ao desejado pela Instituição. Em que pese a intenção do IPHAN/RS, e suas notificações à prefeitura da cidade pelas irregularidades da obra, a construção do Mausoléu e o traslado ocorreram, e o Instituto abdicou do plano de instalar o Museu, pelo fato de a prefeitura ter dado outro fim ao imóvel.
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