Percurso escolar, pluralismo democrático e marcadores sociais da diferença : necessárias negociações

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Seffner, Fernando
Data de Publicação: 2019
Outros Autores: Moura, Fernanda Pereira de
Tipo de documento: Artigo
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UFRGS
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10183/232306
Resumo: O artigo se ocupa das conexões entre educação e democracia. Privilegia a escola como território de análise e, nela, professores e professoras, alunos e alunas. Mais do que um regime, a democracia é entendida como forma social e política envolvida na criação e conservação de direitos, e na qual se considera o conflito como algo legítimo e necessário, cabendo ao coletivo construir formas não autoritárias de gestão desse conflito. O pluralismo e a diversidade de ideias e opiniões são elementos produtivos e positivos na educação escolar. Elege-se, então, o terreno dos marcadores sociais da diferença (cor da pele, classe, geração, gênero, sexualidade, religião) como elementos de negociação simultaneamente pedagógica e democrática. Um marcador específico é eleito como fio para análise de situações escolares, marcador esse responsável por grande número de enfrentamentos educacionais contemporâneos – o gênero. Detalham-se os movimentos sociais que hoje, no país, buscam coibir a abordagem dos temas de gênero na educação escolar, a saber, o movimento Escola sem Partido e os ataques produzidos por grupos que se alojam na designação genérica de ideologia de gênero. Pela etnografia de cenas escolares do período da ocupação das escolas públicas no Rio Grande do Sul em 2016, mostramos a produtividade dos debates envolvendo gênero para criação de um ambiente de discussão democrática nas escolas. Compreender que pessoas pensam diferente de nós, que a diversidade é a marca do mundo muito mais do que a homogeneidade, e buscar entender por que elas pensam do modo como pensam, colocando-se na posição do outro, é atitude ligada à busca do conhecimento.
id UFRGS-2_4c4884054945ed10a5301f3bfeccfdc5
oai_identifier_str oai:www.lume.ufrgs.br:10183/232306
network_acronym_str UFRGS-2
network_name_str Repositório Institucional da UFRGS
repository_id_str
spelling Seffner, FernandoMoura, Fernanda Pereira de2021-11-29T04:28:41Z20191518-0743http://hdl.handle.net/10183/232306001133440O artigo se ocupa das conexões entre educação e democracia. Privilegia a escola como território de análise e, nela, professores e professoras, alunos e alunas. Mais do que um regime, a democracia é entendida como forma social e política envolvida na criação e conservação de direitos, e na qual se considera o conflito como algo legítimo e necessário, cabendo ao coletivo construir formas não autoritárias de gestão desse conflito. O pluralismo e a diversidade de ideias e opiniões são elementos produtivos e positivos na educação escolar. Elege-se, então, o terreno dos marcadores sociais da diferença (cor da pele, classe, geração, gênero, sexualidade, religião) como elementos de negociação simultaneamente pedagógica e democrática. Um marcador específico é eleito como fio para análise de situações escolares, marcador esse responsável por grande número de enfrentamentos educacionais contemporâneos – o gênero. Detalham-se os movimentos sociais que hoje, no país, buscam coibir a abordagem dos temas de gênero na educação escolar, a saber, o movimento Escola sem Partido e os ataques produzidos por grupos que se alojam na designação genérica de ideologia de gênero. Pela etnografia de cenas escolares do período da ocupação das escolas públicas no Rio Grande do Sul em 2016, mostramos a produtividade dos debates envolvendo gênero para criação de um ambiente de discussão democrática nas escolas. Compreender que pessoas pensam diferente de nós, que a diversidade é a marca do mundo muito mais do que a homogeneidade, e buscar entender por que elas pensam do modo como pensam, colocando-se na posição do outro, é atitude ligada à busca do conhecimento.This paper discusses the connections between education and democracy. It privileges the school as a territory of analysis and, in it, teachers and students. Democracy is understood as a social and political form involved in the creation and conservation of rights. In the democratic regime conflict is considered as something legitimate and necessary, and it is up to the collective to construct nonauthoritarian forms of its management. Pluralism and the diversity of ideas and opinions are productive and positive elements in school education. The social standards of difference (skin color, class, generation, gender, sexuality, religion) are then chosen as elements of pedagogical and democratic negotiation. The social gender standard is chosen as the category of analysis of school situations. We detail the social movements that in the country today seek to curb the approach of gender issues in school education, namely, the movement No Indoctrination and the attacks produced by groups that are based on the designation of gender ideology. By ethnography of school scenes from the period of the occupation of public schools in Rio Grande do Sul in 2016, we show the productivity of debates involving gender to create an environment of democratic discussion in schools. Understanding that people think differently from us, that diversity is the mark of the world much more than homogeneity, and seeking to understand why they think the way they think, putting themselves in the position of the other, is an attitude linked to the pursuit of knowledge.El artículo discute las conexiones entre educación y democracia. Privilegia la escuela como territorio de análisis y, en ella, profesores y alumnos. La democracia es entendida como forma social y política involucrada en la creación y conservación de derecho. En el régimen democrático el conflicto es considerado como algo legítimo y necesario, cabiendo al colectivo construir formas no autoritarias de su gestión. El pluralismo y la diversidad de ideas y opiniones son elementos productivos y positivos en la educación escolar. Se eligen entonces los marcadores sociales de la diferencia (color de la piel, clase, generación, género, sexualidad, religión) como elementos de negociación simultáneamente pedagógica y democrática. El marcador social género es elegido como categoría de análisis de situaciones escolares. Se detallan los movimientos sociales que hoy en el país buscan cohibir el abordaje de los temas de género en la educación escolar, a saber, el movimiento Escuela sin Partido y los ataques producidos por grupos que se alojan en la designación de ideología de género. Por la etnografía de escenas escolares del período de la ocupación de las escuelas públicas en Rio Grande do Sul en 2016, mostramos la productividad de los debates involucrando género para la creación de un ambiente de discusión democrática en las escuelas. Comprender que las personas piensan diferente de nosotros, que la diversidad es la marca del mundo mucho más que la homogeneidad, y buscar entender por qué ellas piensan de la manera en que piensan, poniéndose en la posición del otro, es actitud ligada a la búsqueda del conocimiento.application/pdfporLinguagens, educação e sociedade. Teresina, PE. Vol. 29, n. 41 (jan./abr. 2019), p. 191-219DemocraciaGêneroEscolaEducationDemocracySocial markers of differenceGenderSchoolEducaciónDemocraciaMarcadores sociales de la diferenciaGéneroEscuelaPercurso escolar, pluralismo democrático e marcadores sociais da diferença : necessárias negociaçõesSchool trail, democratic pluralism and social markers of the difference : needs negotiationsPercurso escolar, pluralismo democrático y marcadores sociales de la diferencia : necesarias negociacionesinfo:eu-repo/semantics/articleinfo:eu-repo/semantics/otherinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Institucional da UFRGSinstname:Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)instacron:UFRGSTEXT001133440.pdf.txt001133440.pdf.txtExtracted Texttext/plain85789http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/232306/2/001133440.pdf.txtd783bde83c45ebf2cf549341b554cba9MD52ORIGINAL001133440.pdfTexto completoapplication/pdf447187http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/232306/1/001133440.pdfea072f9adf827832635c3d17f920cfc4MD5110183/2323062021-12-06 05:36:11.39104oai:www.lume.ufrgs.br:10183/232306Repositório de PublicaçõesPUBhttps://lume.ufrgs.br/oai/requestopendoar:2021-12-06T07:36:11Repositório Institucional da UFRGS - Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)false
dc.title.pt_BR.fl_str_mv Percurso escolar, pluralismo democrático e marcadores sociais da diferença : necessárias negociações
dc.title.alternative.en.fl_str_mv School trail, democratic pluralism and social markers of the difference : needs negotiations
dc.title.alternative.es.fl_str_mv Percurso escolar, pluralismo democrático y marcadores sociales de la diferencia : necesarias negociaciones
title Percurso escolar, pluralismo democrático e marcadores sociais da diferença : necessárias negociações
spellingShingle Percurso escolar, pluralismo democrático e marcadores sociais da diferença : necessárias negociações
Seffner, Fernando
Democracia
Gênero
Escola
Education
Democracy
Social markers of difference
Gender
School
Educación
Democracia
Marcadores sociales de la diferencia
Género
Escuela
title_short Percurso escolar, pluralismo democrático e marcadores sociais da diferença : necessárias negociações
title_full Percurso escolar, pluralismo democrático e marcadores sociais da diferença : necessárias negociações
title_fullStr Percurso escolar, pluralismo democrático e marcadores sociais da diferença : necessárias negociações
title_full_unstemmed Percurso escolar, pluralismo democrático e marcadores sociais da diferença : necessárias negociações
title_sort Percurso escolar, pluralismo democrático e marcadores sociais da diferença : necessárias negociações
author Seffner, Fernando
author_facet Seffner, Fernando
Moura, Fernanda Pereira de
author_role author
author2 Moura, Fernanda Pereira de
author2_role author
dc.contributor.author.fl_str_mv Seffner, Fernando
Moura, Fernanda Pereira de
dc.subject.por.fl_str_mv Democracia
Gênero
Escola
topic Democracia
Gênero
Escola
Education
Democracy
Social markers of difference
Gender
School
Educación
Democracia
Marcadores sociales de la diferencia
Género
Escuela
dc.subject.eng.fl_str_mv Education
Democracy
Social markers of difference
Gender
School
dc.subject.spa.fl_str_mv Educación
Democracia
Marcadores sociales de la diferencia
Género
Escuela
description O artigo se ocupa das conexões entre educação e democracia. Privilegia a escola como território de análise e, nela, professores e professoras, alunos e alunas. Mais do que um regime, a democracia é entendida como forma social e política envolvida na criação e conservação de direitos, e na qual se considera o conflito como algo legítimo e necessário, cabendo ao coletivo construir formas não autoritárias de gestão desse conflito. O pluralismo e a diversidade de ideias e opiniões são elementos produtivos e positivos na educação escolar. Elege-se, então, o terreno dos marcadores sociais da diferença (cor da pele, classe, geração, gênero, sexualidade, religião) como elementos de negociação simultaneamente pedagógica e democrática. Um marcador específico é eleito como fio para análise de situações escolares, marcador esse responsável por grande número de enfrentamentos educacionais contemporâneos – o gênero. Detalham-se os movimentos sociais que hoje, no país, buscam coibir a abordagem dos temas de gênero na educação escolar, a saber, o movimento Escola sem Partido e os ataques produzidos por grupos que se alojam na designação genérica de ideologia de gênero. Pela etnografia de cenas escolares do período da ocupação das escolas públicas no Rio Grande do Sul em 2016, mostramos a produtividade dos debates envolvendo gênero para criação de um ambiente de discussão democrática nas escolas. Compreender que pessoas pensam diferente de nós, que a diversidade é a marca do mundo muito mais do que a homogeneidade, e buscar entender por que elas pensam do modo como pensam, colocando-se na posição do outro, é atitude ligada à busca do conhecimento.
publishDate 2019
dc.date.issued.fl_str_mv 2019
dc.date.accessioned.fl_str_mv 2021-11-29T04:28:41Z
dc.type.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/article
info:eu-repo/semantics/other
dc.type.status.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/publishedVersion
format article
status_str publishedVersion
dc.identifier.uri.fl_str_mv http://hdl.handle.net/10183/232306
dc.identifier.issn.pt_BR.fl_str_mv 1518-0743
dc.identifier.nrb.pt_BR.fl_str_mv 001133440
identifier_str_mv 1518-0743
001133440
url http://hdl.handle.net/10183/232306
dc.language.iso.fl_str_mv por
language por
dc.relation.ispartof.pt_BR.fl_str_mv Linguagens, educação e sociedade. Teresina, PE. Vol. 29, n. 41 (jan./abr. 2019), p. 191-219
dc.rights.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/openAccess
eu_rights_str_mv openAccess
dc.format.none.fl_str_mv application/pdf
dc.source.none.fl_str_mv reponame:Repositório Institucional da UFRGS
instname:Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)
instacron:UFRGS
instname_str Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)
instacron_str UFRGS
institution UFRGS
reponame_str Repositório Institucional da UFRGS
collection Repositório Institucional da UFRGS
bitstream.url.fl_str_mv http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/232306/2/001133440.pdf.txt
http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/232306/1/001133440.pdf
bitstream.checksum.fl_str_mv d783bde83c45ebf2cf549341b554cba9
ea072f9adf827832635c3d17f920cfc4
bitstream.checksumAlgorithm.fl_str_mv MD5
MD5
repository.name.fl_str_mv Repositório Institucional da UFRGS - Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)
repository.mail.fl_str_mv
_version_ 1801225043915571200