A reciclagem avançada de resíduos plásticos via pirólise como modelo de economia circular

• Autor(a) principal: Costa, Giorgio Rama da
• Data de Publicação: 2022
• Tipo de documento: Trabalho de conclusão de curso
• Idioma: por
• Título da fonte: Repositório Institucional da UFRGS
• Texto Completo: http://hdl.handle.net/10183/255818
• topic: Resíduos plásticos; Reciclagem; Pirólise; Mixed plastic waste; Pyrolysis; Advanced recycling; Circular economy

suas propriedades excepcionais. No entanto, os impactos desse material no ambiente são objeto de preocupação em diversas partes do planeta. Cerca de 10-20% do lixo gerado no Brasil corresponde aos resíduos plásticos e a sua gestão não dá conta da demanda por produtos feitos desse material. Toda resina reciclada no país é produzida por reciclagem mecânica. Apesar disso, essa rota apresenta certas restrições que são particulares a composição de cada material a ser reciclado. Nesse contexto, a reciclagem avançada via pirólise apresenta-se como alternativa de economia circular. Ela consiste na degradação térmica em atmosfera inerte, convertendo os resíduos plásticos em hidrocarbonetos líquidos, sólidos e gasosos, que podem ser aproveitados como matéria-prima em processos petroquímicos. O presente estudo avaliou um cenário onde o produto líquido desse processo pode ser utilizado como substituto da nafta petroquímica nas unidades produtoras de olefinas existentes no país. Para lidar com o alto teor de contaminantes, a premissa central utilizada foi analisar diferentes casos de diluição na matéria-prima convencional. Com base na literatura, também foram avaliados diferentes rendimentos de resíduos plásticos em óleo de pirólise. Os cenários de maior processamento de produto circular (20% na carga do cracker) apresentaram maior contribuição na reciclagem, entretanto, para baixas conversões em óleo (6%) necessitaria uma carga de resíduos plásticos superior ao que é gerado no país, necessitando uma conversão mínima em óleo para ser sustentável. O maior valor para substituição de matérias-primas, 8%, foi obtido com a maior conversão em cera, 93%. Para rendimento em óleo de 42%, estimou-se que, mesmo para um cenário de alta diluição carga no cracker (1%), teriam que ser instaladas pelo menos 10 plantas de pirólise - cada uma com capacidade para processar todos os resíduos plásticos gerados em Florianópolis. Para um fator de diluição de 20, seria possível chegar muito próximo do que é produzido hoje pela reciclagem mecânica. Entretanto, percebe-se que para atingir esse patamar, apenas diluir a corrente de óleo em nafta não basta e uma unidade de pré-tratamento é fundamental.