Aspectos epidemiológicos e clínicos dos acidentes com organofosforados e carbamatos em cães e gatos registrados pelo Centro de Informação Toxicológica (CIT-RS) entre 2016-2020

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Oliveira, Natasha Rossoni de
Data de Publicação: 2020
Tipo de documento: Trabalho de conclusão de curso
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UFRGS
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10183/271349
Resumo: As intoxicações por organofosforados e carbamatos têm sido causas de atendimentos crescentes na rotina clínica de cães e gatos. Há poucos estudos sobre este tema em pequenos animais e os sinais clínicos e a severidade dos casos são variáveis. Devido à importância do tema e à frequência com que ocorrem, esse estudo teve como objetivo abordar os aspectos epidemiológicos e clínicos desses acidentes em cães e gatos, além de estabelecer a frequência. Foram revisados os protocolos de atendimento clínico realizados pelo Centro de Informação Toxicológica do Rio Grande do Sul (CIT-RS) entre os anos de 2016 a 2020 de cães e gatos, com diagnóstico de intoxicação por organofosforados e carbamatos. Foram obtidos dados referentes à frequência, epidemiologia e clínica de cada caso. Durante o período do estudo foram registrados 115 acidentes, dos quais 66 casos (57,4%) foram por organofosforados e 49 casos (42,6%) por carbamatos. Cães foram os mais acometidos e representaram 81,82% dos atendimentos por organofosforados (n=54), enquanto que os felinos totalizaram 18,18% (n=12). Nos registros com carbamatos observou-se dados semelhantes, com 81,63% (n=40) dos casos em cães e 18,37% (n=9) em felinos. Foi possível identificar o tipo de organofosforados em 55 registros e os mais frequentes foram: clorpirifós (47,27%), diclorvós (10,91%), azametifós (10,91%), diazinon (9,09%), triclorfom (7,27%), fention (5,45%). Em relação aos carbamatos, a informação constava em 42 registros: propoxur (35,72%), carbaril (33,33%) aldicarb (19,05%), carbofurano (4,76%), metomil (4,76%) e dicarzol (2,38%). A idade dos cães e gatos acometidos por organofosforados (n=50) e carbamatos (n=40) se concentrou, principalmente, entre 0-2 anos (58,81%) para ambos os compostos. Observou-se distribuição igualitária entre o sexo dos cães e gatos e a principal rota de exposição foi a via oral, ocorrendo em 60,32% dos acidentes com organofosforados e 56,25% dos acidentes com carbamatos. A maioria dos casos ocorreram na região urbana, totalizando 98,46% dos acidentes com organofosforados e 91,49% dos carbamatos, com predomínio de acidentes individuais para ambos os compostos (60,85%). O tempo de exposição até o atendimento nos acidentes com organofosforados (n=54) e carbamatos (n=45) ocorreu, principalmente, uma hora após a exposição em aproximadamente 30% dos casos em ambos os agentes. Os animais apresentaram-se assintomáticos em 27,43% dos acidentes com organofosforados e carbamatos. Quando presentes (77,87%), os principais sinais clínicos incluíram náusea e sialorreia (32,95%), vômito (30,68%), tremores musculares (19,31%), convulsão (14,37%), dispneia (9,09%) e diarreia (7,95%). Espera-se, a partir dos dados obtidos, auxiliar clínicos veterinários na suspeita e no diagnóstico de intoxicações por organofosforados e carbamatos em cães e gatos.
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Durante o período do estudo foram registrados 115 acidentes, dos quais 66 casos (57,4%) foram por organofosforados e 49 casos (42,6%) por carbamatos. Cães foram os mais acometidos e representaram 81,82% dos atendimentos por organofosforados (n=54), enquanto que os felinos totalizaram 18,18% (n=12). Nos registros com carbamatos observou-se dados semelhantes, com 81,63% (n=40) dos casos em cães e 18,37% (n=9) em felinos. Foi possível identificar o tipo de organofosforados em 55 registros e os mais frequentes foram: clorpirifós (47,27%), diclorvós (10,91%), azametifós (10,91%), diazinon (9,09%), triclorfom (7,27%), fention (5,45%). Em relação aos carbamatos, a informação constava em 42 registros: propoxur (35,72%), carbaril (33,33%) aldicarb (19,05%), carbofurano (4,76%), metomil (4,76%) e dicarzol (2,38%). A idade dos cães e gatos acometidos por organofosforados (n=50) e carbamatos (n=40) se concentrou, principalmente, entre 0-2 anos (58,81%) para ambos os compostos. Observou-se distribuição igualitária entre o sexo dos cães e gatos e a principal rota de exposição foi a via oral, ocorrendo em 60,32% dos acidentes com organofosforados e 56,25% dos acidentes com carbamatos. A maioria dos casos ocorreram na região urbana, totalizando 98,46% dos acidentes com organofosforados e 91,49% dos carbamatos, com predomínio de acidentes individuais para ambos os compostos (60,85%). O tempo de exposição até o atendimento nos acidentes com organofosforados (n=54) e carbamatos (n=45) ocorreu, principalmente, uma hora após a exposição em aproximadamente 30% dos casos em ambos os agentes. Os animais apresentaram-se assintomáticos em 27,43% dos acidentes com organofosforados e carbamatos. Quando presentes (77,87%), os principais sinais clínicos incluíram náusea e sialorreia (32,95%), vômito (30,68%), tremores musculares (19,31%), convulsão (14,37%), dispneia (9,09%) e diarreia (7,95%). Espera-se, a partir dos dados obtidos, auxiliar clínicos veterinários na suspeita e no diagnóstico de intoxicações por organofosforados e carbamatos em cães e gatos.Poisoning by organophosphates and carbamates has been an increasing cause of care in the clinical routine of dogs and cats. There are few studies about this topic in small animals and the clinical signs and the severity of the cases are variable. Due to the importance of the theme and the frequency which they occur, this study aimed to approach the epidemiological and clinical aspects of these accidents in dogs and cats, in addition to establish the frequency. The protocols of clinical care performed by the Centro de Informação Toxicológica do Rio Grande do Sul (CIT-RS) between the years 2016 to 2020 of dogs and cats were reviewed, with a diagnosis of intoxication by organophosphates and carbamates. Data related to the fre-quency, epidemiology and clinic of each case were obtained. During the study period, 115 accidents were recorded, of which 66 cases (57.4%) were by organophosphates and 49 cases (42.6%) by carbamates. Dogs were the most affected and accounted for 81.82% of attendanc-es by organophosphates (n = 54), while cats accounted for 18.18% (n = 12). In the carba-mates records, similar data were observed, with 81.63% (n = 40) of the cases in dogs and 18.37% (n = 9) in cats. It was possible to identify the type of organophosphate in 55 records and the most frequent were: chlorpyrifos (47.27%), dichlorvos (10.91%), azametiphos (10.91%), diazinon (9.09%), trichlorfom (7.27%), fenthion (5.45%). In relation to carba-mates, the information was contained in 42 records: propoxur (35.72%), carbaryl (33.33%) aldicarb (19.05%), carbofuran (4.76%), methomyl (4.76%) and dicarzole (2.38%). The age of dogs and cats affected by organophosphates (n = 50) and carbamates (n = 40) was mainly concentrated between 0-2 years (58.81%) for both compounds. An equal distribution was observed between the sex of dogs and cats and the main route of exposure was orally, occur-ring in 60.32% of accidents with organophosphates and 56.25% of accidents with carba-mates. Most cases occurred in the urban region, totaling 98.46% of accidents with organo-phosphates and 91.49% of carbamates, with a predominance of individual accidents for both compounds (60.85%). The exposure time to attendance in accidents with organophosphates (n = 54) and carbamates (n = 45) occurred, mainly, one hour after exposure in approximate-ly 30% of cases in both agents. The animals were asymptomatic in 27.43% of accidents with organophosphates and carbamates. When present (77.87%), the main clinical signs included nausea and sialorrhea (32.95%), vomiting (30.68%), muscle tremors (19.31%), convulsion (14.37%), dyspnea (9.09%) and diarrhea (7.95%). It is expected, from the data obtained, to assist veterinary clinicians in the suspicion and diagnosis of poisonings by organophosphates and carbamates in dogs and cats.application/pdfporEpidemiologia animalToxicologia veterináriaCompostos organofosforadosCarbamatoInibidores da colinesteraseVeterinary toxicologyDiseases of dogs and catsAcetylcholi-nesteraseAnticholinesteraseAspectos epidemiológicos e clínicos dos acidentes com organofosforados e carbamatos em cães e gatos registrados pelo Centro de Informação Toxicológica (CIT-RS) entre 2016-2020info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/bachelorThesisUniversidade Federal do Rio Grande do SulFaculdade de VeterináriaPorto Alegre, BR-RS2020Medicina Veterináriagraduaçãoinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Institucional da UFRGSinstname:Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)instacron:UFRGSTEXT001195019.pdf.txt001195019.pdf.txtExtracted Texttext/plain61890http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/271349/2/001195019.pdf.txt37295b13d1d5190acd67aceac8a3cf6aMD52ORIGINAL001195019.pdfTexto completoapplication/pdf852507http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/271349/1/001195019.pdfe5b1c80a933dae645c8987fcdf851657MD5110183/2713492024-02-03 06:06:43.615484oai:www.lume.ufrgs.br:10183/271349Repositório de PublicaçõesPUBhttps://lume.ufrgs.br/oai/requestopendoar:2024-02-03T08:06:43Repositório Institucional da UFRGS - Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)false
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