Sujeitas com narrativas próprias ou sujeitas a estereótipos? : a comunicação do @faxinaboa no Instagram e as representações socioculturais das trabalhadoras domésticas no Brasil

• Autor(a) principal: Machado, Laura Raupp Raulino
• Data de Publicação: 2021
• Tipo de documento: Trabalho de conclusão de curso
• Idioma: por
• Título da fonte: Repositório Institucional da UFRGS
• Texto Completo: http://hdl.handle.net/10183/234797
• topic: Estereótipos; Instagram (Site); Trabalho doméstico; Stereotypes; Representations; Domestic workers

Esta pesquisa versa sobre trabalho doméstico e representações socioculturais e midiáticas, tendo como objeto empírico o @faxinaboa. Sendo assim, o objetivo geral é analisar as representações das trabalhadoras domésticas a partir do Faxina Boa, no Instagram, e o seu papel na desconstrução de estereótipos social, histórica e midiaticamente construídos acerca dessas trabalhadoras no Brasil. Delineamos como objetivos específicos a) Mapear o contexto legislativo brasileiro acerca das trabalhadoras domésticas, até o advento da PEC das Domésticas; b) Identificar estereótipos construídos socialmente sobre as trabalhadoras domésticas através de representações midiáticas da ficção televisiva; c) Definir as representações socioculturais das trabalhadoras domésticas geradas pelo Faxina Boa no Instagram, considerando atravessamentos de raça, gênero e classe e d) Estabelecer relações entre as representações midiáticas estereotipadas na ficção televisiva e as representações geradas pelo Faxina Boa acerca das trabalhadoras domésticas. Visando alcançar os objetivos e responder ao problema de pesquisa “Como a comunicação do Faxina Boa no Instagram contribui no processo de desconstrução de estereótipos a respeito da representação sociocultural das trabalhadoras domésticas no Brasil?”, estruturamos nossa base teórica. Discutimos sobre o trabalho doméstico, sua história, imbricamentos de gênero, classe e raça, a interseccionalidade, as representações socioculturais e midiáticas, além de lugar de fala e empoderamento. Em termos metodológicos, para realizar a pesquisa apropriamo-nos do circuito cultural de Richard Johnson (2007), utilizando os estudos da produção e do texto, que estão presentes nos procedimentos de pesquisa bibliográfica e documental, bem como orientam a análise do objeto empírico. Nossos resultados demonstram cinco representações dominantes das trabalhadoras domésticas: mãe preta; incompetente e preguiçosa; sexualizada; coadjuvante e êxodo do trabalho doméstico como sinônimo de ascensão. À medida que analisamos o @faxinaboa, descobrimos que o perfil gera quatro representações dissonantes das hegemônicas acerca das trabalhadoras domésticas, a saber: protagonista; ascensão a partir do trabalho doméstico; valorização da ocupação e narrativas pessoais múltiplas.