Volume de gordura epicárdica está associada com disfunção endotelial, mas não com calcificação coronariana : do ELSA-Brasil

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Martins, Karina Paula Medeiros Prado
Data de Publicação: 2022
Outros Autores: Barreto, Sandhi Maria, Bos, Daniel, Pedrosa, Jesiana, Azevedo, Douglas R. M., Araújo, Larissa Fortunato, Foppa, Murilo, Duncan, Bruce Bartholow, Ribeiro, Antônio Luiz Pinho, Brant, Luisa Campos Caldeira
Tipo de documento: Artigo
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UFRGS
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10183/267027
Resumo: Fundamento O aumento no volume de gordura epicárdica (VGE) está relacionado com doença arterial coronariana (DAC), independentemente de gordura visceral ou subcutânea. O mecanismo dessa associação não é claro. O escore de cálcio coronariano (CC) e a disfunção endotelial estão relacionados com eventos coronarianos, mas não está bem esclarecido se o VGE está relacionado com esses marcadores. Objetivos Avaliar a associação entre VGE medido por método automatizado, fatores de risco cardiovasculares, escore de CC, e função endotelial. Métodos: Em 470 participantes do Estudo Longitudinal de Saúde do Adulto LSA-Brasil com medidas de VGE, escore de CC e função endotelial, realizamos modelos multivariados para avaliar a relação entre fatore de risco cardiovascular e VGE (variável resposta), e entre VGE (variável explicativa), e função endotelial ou escore de CC. Valor de p<0,05 bilateral foi considerado estatisticamente significativo. Resultados A idade média foi 55 ± 8 anos, e 52,3% dos pacientes eram homens. O VGE médio foi 111mL (86-144), e a prevalência de escore de CC igual a zero foi 55%. Nas análises multivariadas, um VGE mais alto relacionou-se com sexo feminino, idade mais avançada, circunferência da cintura, e triglicerídeos (p<0,001 para todos). Um VGE mais alto foi associado com pior função endotelial: em comparação ao primeiro quartil, os valores de odds ratio para a amplitude de pulso basal foram (q2=1,22; IC95% 1,07-1,40; q3=1,50, IC95% 1,30-1,74; q4=1,50, IC95% 1,28-1,79) e para a razão de tonometria arterial periférica foram (q2=0,87; IC95% 0,81-0,95; q3=0,86, IC95% 0,79-0,94; q4=0,80, IC95% 0,73-0,89), mas não com escore de CC maior que zero. Conclusão Um VGE mais alto associou-se com comprometimento da função endotelial, mas não com escore de CC. Os resultados sugerem que o VGE esteja relacionado ao desenvolvimento de DAC por uma via diferente da via do CC, possivelmente pela piora da disfunção endotelial e doença microvascular.
id UFRGS-2_56936094af1eecf566133cf4eafed9c2
oai_identifier_str oai:www.lume.ufrgs.br:10183/267027
network_acronym_str UFRGS-2
network_name_str Repositório Institucional da UFRGS
repository_id_str
spelling Martins, Karina Paula Medeiros PradoBarreto, Sandhi MariaBos, DanielPedrosa, JesianaAzevedo, Douglas R. M.Araújo, Larissa FortunatoFoppa, MuriloDuncan, Bruce BartholowRibeiro, Antônio Luiz PinhoBrant, Luisa Campos Caldeira2023-11-11T03:25:21Z20220066-782Xhttp://hdl.handle.net/10183/267027001185865Fundamento O aumento no volume de gordura epicárdica (VGE) está relacionado com doença arterial coronariana (DAC), independentemente de gordura visceral ou subcutânea. O mecanismo dessa associação não é claro. O escore de cálcio coronariano (CC) e a disfunção endotelial estão relacionados com eventos coronarianos, mas não está bem esclarecido se o VGE está relacionado com esses marcadores. Objetivos Avaliar a associação entre VGE medido por método automatizado, fatores de risco cardiovasculares, escore de CC, e função endotelial. Métodos: Em 470 participantes do Estudo Longitudinal de Saúde do Adulto LSA-Brasil com medidas de VGE, escore de CC e função endotelial, realizamos modelos multivariados para avaliar a relação entre fatore de risco cardiovascular e VGE (variável resposta), e entre VGE (variável explicativa), e função endotelial ou escore de CC. Valor de p<0,05 bilateral foi considerado estatisticamente significativo. Resultados A idade média foi 55 ± 8 anos, e 52,3% dos pacientes eram homens. O VGE médio foi 111mL (86-144), e a prevalência de escore de CC igual a zero foi 55%. Nas análises multivariadas, um VGE mais alto relacionou-se com sexo feminino, idade mais avançada, circunferência da cintura, e triglicerídeos (p<0,001 para todos). Um VGE mais alto foi associado com pior função endotelial: em comparação ao primeiro quartil, os valores de odds ratio para a amplitude de pulso basal foram (q2=1,22; IC95% 1,07-1,40; q3=1,50, IC95% 1,30-1,74; q4=1,50, IC95% 1,28-1,79) e para a razão de tonometria arterial periférica foram (q2=0,87; IC95% 0,81-0,95; q3=0,86, IC95% 0,79-0,94; q4=0,80, IC95% 0,73-0,89), mas não com escore de CC maior que zero. Conclusão Um VGE mais alto associou-se com comprometimento da função endotelial, mas não com escore de CC. Os resultados sugerem que o VGE esteja relacionado ao desenvolvimento de DAC por uma via diferente da via do CC, possivelmente pela piora da disfunção endotelial e doença microvascular.Background: The increase in epicardial fat volume (EFV) is related to coronary artery disease (CAD), independent of visceral or subcutaneous fat. The mechanism underlying this association is unclear. Coronary artery calcium (CAC) score and endothelial dysfunction are related to coronary events, but whether EFV is related to these markers needs further clarification. Objectives: To evaluate the association between automatically measured EFV, cardiovascular risk factors, CAC, and endothelial function. Methods: In 470 participants from the Brazilian Longitudinal Study of Adult Health (ELSA-Brasil) with measures of EFV, CAC score and endothelial function, we performed multivariable models to evaluate the relation between cardiovascular risk factors and EFV (response variable), and between EFV (explanatory variable) and endothelial function variables or CAC score. Two-sided p <0.05 was considered statistically significant. Results: Mean age was 55 ± 8 years, 52.3% of patients were men. Mean EFV was 111mL (IQ 86-144), and the prevalence of CAC score=0 was 55%. In the multivariable analyses, increased EFV was related to female sex, older age, waist circumference, and triglycerides (p<0.001 for all). Higher EFV was associated with worse endothelial function: as compared with the first quartile, the odds ratio for basal pulse amplitude were (q2=1.22, 95%CI 1.07-1.40; q3=1.50, 95%CI 1.30-1.74; q4=1.50, 95%CI 1.28-1.79) and for peripheral arterial tonometry ratio were (q2=0.87, 95%CI 0.81-0.95; q3=0.86, 95%CI 0.79-0.94; q4=0.80, 95%CI 0.73-0.89), but not with CAC score>0. Conclusion: Higher EFV was associated with impaired endothelial function, but not with CAC. The results suggest that EFV is related to the development of CAD through a pathway different from the CAC pathway, possibly through aggravation of endothelial dysfunction and microvascular disease.application/pdfporArquivos brasileiros de cardiologia. São Paulo. Vol. 119, no. 6 (2022), p. 912-920AteroscleroseGordura intra-abdominalObesidade abdominalEstudos longitudinaisAtherosclerosisIntra-abdominal fatObesidade abdominalVolume de gordura epicárdica está associada com disfunção endotelial, mas não com calcificação coronariana : do ELSA-BrasilEpicardial fat volume is associated with endothelial dysfunction, but not with coronary calcification : from the Brazilian Longitudinal Study of Adult Health (ELSA-Brasil)info:eu-repo/semantics/articleinfo:eu-repo/semantics/otherinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Institucional da UFRGSinstname:Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)instacron:UFRGSTEXT001185865.pdf.txt001185865.pdf.txtExtracted Texttext/plain46308http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/267027/3/001185865.pdf.txtdfd68d8eb35c507aac2c78d8e1bd44a8MD53001185865-02.pdf.txt001185865-02.pdf.txtExtracted Texttext/plain41954http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/267027/4/001185865-02.pdf.txt476e3bb36619f9421d94eb29c3a240c3MD54ORIGINAL001185865.pdfTexto completoapplication/pdf685026http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/267027/1/001185865.pdfd97c68ac207997d42090e7e79b37eae5MD51001185865-02.pdfTexto completo (inglês)application/pdf643353http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/267027/2/001185865-02.pdf661c69c6e8752358ef33be16a57cdda1MD5210183/2670272023-11-12 04:24:17.722533oai:www.lume.ufrgs.br:10183/267027Repositório de PublicaçõesPUBhttps://lume.ufrgs.br/oai/requestopendoar:2023-11-12T06:24:17Repositório Institucional da UFRGS - Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)false
dc.title.pt_BR.fl_str_mv Volume de gordura epicárdica está associada com disfunção endotelial, mas não com calcificação coronariana : do ELSA-Brasil
dc.title.alternative.pt.fl_str_mv Epicardial fat volume is associated with endothelial dysfunction, but not with coronary calcification : from the Brazilian Longitudinal Study of Adult Health (ELSA-Brasil)
title Volume de gordura epicárdica está associada com disfunção endotelial, mas não com calcificação coronariana : do ELSA-Brasil
spellingShingle Volume de gordura epicárdica está associada com disfunção endotelial, mas não com calcificação coronariana : do ELSA-Brasil
Martins, Karina Paula Medeiros Prado
Aterosclerose
Gordura intra-abdominal
Obesidade abdominal
Estudos longitudinais
Atherosclerosis
Intra-abdominal fat
Obesidade abdominal
title_short Volume de gordura epicárdica está associada com disfunção endotelial, mas não com calcificação coronariana : do ELSA-Brasil
title_full Volume de gordura epicárdica está associada com disfunção endotelial, mas não com calcificação coronariana : do ELSA-Brasil
title_fullStr Volume de gordura epicárdica está associada com disfunção endotelial, mas não com calcificação coronariana : do ELSA-Brasil
title_full_unstemmed Volume de gordura epicárdica está associada com disfunção endotelial, mas não com calcificação coronariana : do ELSA-Brasil
title_sort Volume de gordura epicárdica está associada com disfunção endotelial, mas não com calcificação coronariana : do ELSA-Brasil
author Martins, Karina Paula Medeiros Prado
author_facet Martins, Karina Paula Medeiros Prado
Barreto, Sandhi Maria
Bos, Daniel
Pedrosa, Jesiana
Azevedo, Douglas R. M.
Araújo, Larissa Fortunato
Foppa, Murilo
Duncan, Bruce Bartholow
Ribeiro, Antônio Luiz Pinho
Brant, Luisa Campos Caldeira
author_role author
author2 Barreto, Sandhi Maria
Bos, Daniel
Pedrosa, Jesiana
Azevedo, Douglas R. M.
Araújo, Larissa Fortunato
Foppa, Murilo
Duncan, Bruce Bartholow
Ribeiro, Antônio Luiz Pinho
Brant, Luisa Campos Caldeira
author2_role author
author
author
author
author
author
author
author
author
dc.contributor.author.fl_str_mv Martins, Karina Paula Medeiros Prado
Barreto, Sandhi Maria
Bos, Daniel
Pedrosa, Jesiana
Azevedo, Douglas R. M.
Araújo, Larissa Fortunato
Foppa, Murilo
Duncan, Bruce Bartholow
Ribeiro, Antônio Luiz Pinho
Brant, Luisa Campos Caldeira
dc.subject.por.fl_str_mv Aterosclerose
Gordura intra-abdominal
Obesidade abdominal
Estudos longitudinais
topic Aterosclerose
Gordura intra-abdominal
Obesidade abdominal
Estudos longitudinais
Atherosclerosis
Intra-abdominal fat
Obesidade abdominal
dc.subject.eng.fl_str_mv Atherosclerosis
Intra-abdominal fat
Obesidade abdominal
description Fundamento O aumento no volume de gordura epicárdica (VGE) está relacionado com doença arterial coronariana (DAC), independentemente de gordura visceral ou subcutânea. O mecanismo dessa associação não é claro. O escore de cálcio coronariano (CC) e a disfunção endotelial estão relacionados com eventos coronarianos, mas não está bem esclarecido se o VGE está relacionado com esses marcadores. Objetivos Avaliar a associação entre VGE medido por método automatizado, fatores de risco cardiovasculares, escore de CC, e função endotelial. Métodos: Em 470 participantes do Estudo Longitudinal de Saúde do Adulto LSA-Brasil com medidas de VGE, escore de CC e função endotelial, realizamos modelos multivariados para avaliar a relação entre fatore de risco cardiovascular e VGE (variável resposta), e entre VGE (variável explicativa), e função endotelial ou escore de CC. Valor de p<0,05 bilateral foi considerado estatisticamente significativo. Resultados A idade média foi 55 ± 8 anos, e 52,3% dos pacientes eram homens. O VGE médio foi 111mL (86-144), e a prevalência de escore de CC igual a zero foi 55%. Nas análises multivariadas, um VGE mais alto relacionou-se com sexo feminino, idade mais avançada, circunferência da cintura, e triglicerídeos (p<0,001 para todos). Um VGE mais alto foi associado com pior função endotelial: em comparação ao primeiro quartil, os valores de odds ratio para a amplitude de pulso basal foram (q2=1,22; IC95% 1,07-1,40; q3=1,50, IC95% 1,30-1,74; q4=1,50, IC95% 1,28-1,79) e para a razão de tonometria arterial periférica foram (q2=0,87; IC95% 0,81-0,95; q3=0,86, IC95% 0,79-0,94; q4=0,80, IC95% 0,73-0,89), mas não com escore de CC maior que zero. Conclusão Um VGE mais alto associou-se com comprometimento da função endotelial, mas não com escore de CC. Os resultados sugerem que o VGE esteja relacionado ao desenvolvimento de DAC por uma via diferente da via do CC, possivelmente pela piora da disfunção endotelial e doença microvascular.
publishDate 2022
dc.date.issued.fl_str_mv 2022
dc.date.accessioned.fl_str_mv 2023-11-11T03:25:21Z
dc.type.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/article
info:eu-repo/semantics/other
dc.type.status.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/publishedVersion
format article
status_str publishedVersion
dc.identifier.uri.fl_str_mv http://hdl.handle.net/10183/267027
dc.identifier.issn.pt_BR.fl_str_mv 0066-782X
dc.identifier.nrb.pt_BR.fl_str_mv 001185865
identifier_str_mv 0066-782X
001185865
url http://hdl.handle.net/10183/267027
dc.language.iso.fl_str_mv por
language por
dc.relation.ispartof.pt_BR.fl_str_mv Arquivos brasileiros de cardiologia. São Paulo. Vol. 119, no. 6 (2022), p. 912-920
dc.rights.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/openAccess
eu_rights_str_mv openAccess
dc.format.none.fl_str_mv application/pdf
dc.source.none.fl_str_mv reponame:Repositório Institucional da UFRGS
instname:Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)
instacron:UFRGS
instname_str Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)
instacron_str UFRGS
institution UFRGS
reponame_str Repositório Institucional da UFRGS
collection Repositório Institucional da UFRGS
bitstream.url.fl_str_mv http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/267027/3/001185865.pdf.txt
http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/267027/4/001185865-02.pdf.txt
http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/267027/1/001185865.pdf
http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/267027/2/001185865-02.pdf
bitstream.checksum.fl_str_mv dfd68d8eb35c507aac2c78d8e1bd44a8
476e3bb36619f9421d94eb29c3a240c3
d97c68ac207997d42090e7e79b37eae5
661c69c6e8752358ef33be16a57cdda1
bitstream.checksumAlgorithm.fl_str_mv MD5
MD5
MD5
MD5
repository.name.fl_str_mv Repositório Institucional da UFRGS - Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)
repository.mail.fl_str_mv
_version_ 1801225103467347968