Guardados da infância : memórias que contamos, memórias que nos narram
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2014 |
Tipo de documento: | Trabalho de conclusão de curso |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Institucional da UFRGS |
Texto Completo: | http://hdl.handle.net/10183/115446 |
Resumo: | A pesquisa intitulada Guardados da Infância: memórias que contamos, memórias que nos narram propõe compreender, a partir de uma abordagem foucaultiana, como as professoras de educação infantil produzem suas memórias de infância e como, hoje, a partir de um olhar adulto, elas percebem suas rememorações infantis. Assim, este estudo tem como objetivo promover discussões sobre os conceitos de memória, infância e narrativa. A possibilidade de se realizar uma pesquisa que levante questões relacionadas com as memórias de infância das professoras nos leva a problematizar sobre a maneira como o indivíduo produz, não somente sua subjetividade docente, mas também as singularidades que constituem as diferentes esferas que o compõem como sujeito. Para dar conta destas questões, cinco professoras foram convidadas a compor narrativas a respeito de suas infâncias, com o intuito de acessar os guardados de suas memórias e com o objetivo de falarem e refletirem a respeito de si. Para tanto, o corpus de análise desta pesquisa é composto por dois conjuntos de materiais: o primeiro deles foi produzido a partir de entrevistas gravadas e, posteriormente, transcritas. O segundo constitui-se por um tipo particular de escrita, produzida pelos próprios sujeitos da pesquisa. Trata-se de cartas que as professoras escreveram a partir de uma solicitação singular: “o que você escreveria para a criança que [você] foi?”, seguida por outra: “o que a criança que você foi escreveria para o adulto que você é?”. Para a realização da análise dos dados, além dos estudos de Foucault sobre narrativa de si e sobre a produção da subjetividade (sobretudo quando relacionada às tecnologias do eu) foram utilizadas as discussões sobre o conceito de memória de Walter Benjamin. Trata-se, portanto, das ferramentas teóricas que serviram de apoio para que fosse possível pensar de que forma as professoras de educação infantil narram suas memórias de infância e como se relacionam com elas. Sendo assim, a partir da fala das professoras, foi possível constatar que, primeiramente, ao serem convidadas a falarem a respeito de si, demonstraram em suas falas (orais e escritas) elementos que torna possível afirmar que, ao fazerem uso desta tecnologia do eu, foram compondo a e compondo-se na linguagem. De modo semelhante, os processos de autonarração permitiram que enunciassem seus modos de ser, fazendo-nos pensar que o ato de narra-se viabilizou outras formas de existência. E, a fim de tentar compreender como as professoras constroem suas narrativas infantis, foi possível pensar que, ao produzir narrativas a respeito de si, o sujeito pode, constantemente, (re) criá-las e (re) criar-se a partir delas, ou seja, criar uma ficção de si mesmo, ou, como diria Foucault, transformar sua vida, fazendo dela uma obra de arte. |
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