Briófitas Aplicadas à Fitorremediação: avaliação na remoção de metais

• Autor(a) principal: Torres, Therrése Tesser
• Data de Publicação: 2018
• Tipo de documento: Trabalho de conclusão de curso
• Idioma: por
• Título da fonte: Repositório Institucional da UFRGS
• Texto Completo: http://hdl.handle.net/10183/189029
• topic: Briófitas; Botânica aplicada; Metais : Remoção; Heavy metals; Liverworts; Moss; Adsorption; Water quality

A contaminação ambiental por metais é fator preocupante, principalmente quando consideradas suas características de bioacumulação e biomagnificação. Quando presentes na água, são facilmente acumulados pelos organismos e podem atingir os níveis tróficos superiores da teia trófica, incluindo o ser humano. Neste contexto, o objetivo do trabalho foi testar o potencial de três espécies de briófitas aquáticas e de áreas úmidas, Bryum muehlembeckii Bruch & Schimp., Ricciocarpos natans (L.) Corda e Sphagnum perichaetiale Hampe, na remoção dos metais ferro (Fe) e cromo (Cr) em amostras aquosas sintéticas, visando a aplicabilidade da técnica em águas residuais e naturais, possibilitando, assim, o tratamento de água e o enquadramento dos efluentes à legislação vigente, antes do lançamento em corpos hídricos naturais. A escolha pela utilização de espécies de briófitas se deve ao fato de serem plantas cosmopolitas, poiquilohídricas e com potencial para utilização em laboratório pela simplicidade estrutural e rápida taxa de multiplicação. As espécies foram coletadas e cultivadas em aquários, isoladamente, mantidas em temperatura ambiente e regime de luz natural. Quanto aos experimentos, foram realizadas duas baterias, utilizando biomassas seca e úmida. Em ambas as baterias, as briófitas foram expostas a soluções enriquecidas com concentrações de metais, e após os experimentos, as concentrações residuais dos mesmos foram mensuradas pela técnica de espectrometria de absorção atômica (EAA). Observou-se a capacidade das espécies de remover significativamente os metais presentes na água, ainda que com eficiências diferentes. A partir do emprego da biomassa úmida, obteve-se percentuais médios de remoção de 22 % para ferro e 31 % para cromo, enquanto para biomassa seca, os percentuais médios foram de 89 % para ferro e 87 % para cromo. Quanto as diferenças de biossorção para as espécies testadas, S. perichaetiale se destaca, com os maiores percentuais de remoção, atingindo valores de 99 % de remoção para ambos os metais com a aplicação da biomassa seca, e 51 % nas mesmas condições para biomassa úmida. Sendo assim, concluímos que é viável a utilização das espécies testadas como agentes fitorremediadores e absorventes naturais de metais para ambientes lênticos de água doce e efluentes.