Impacto das variações no ambiente perinatal sobre a atividade de neurônios espelho em lactentes : padronização de protocolo e estudo preliminar

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Alves, Márcio Bonesso
Data de Publicação: 2011
Tipo de documento: Trabalho de conclusão de curso
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UFRGS
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10183/49234
Resumo: O período perinatal é uma fase crítica para o desenvolvimento do sistema nervoso, sendo que eventos estressantes durante este período são capazes de promover alterações duradouras em múltiplos sistemas de neurotransmissores e estruturas do cérebro. Neurônios localizados na área F5 do cérebro de macacos disparam durante movimentos ativos das mãos e da boca, mas surpreendentemente, parte destes neurônios dispara também quando o macaco simplesmente observa outro indivíduo (macaco ou humano) realizando a mesma ação ou alguma ação similar. Estes neurônios receberam o nome de Neurônios espelho. Estes neurônios estão presentes também em humanos e estão relacionados com processos como empatia, teoria da mente, linguagem e imitação. Na imitação neonatal, acredita-se que e esses neurônios desempenhem um importante papel. Um importante estudo mostrou que macacos mais imitadores tiveram um melhor desempenho quando testados em ações do tipo alcançar-agarrar quando comparados com animais pouco imitadores. Este experimento demonstrou que a capacidade de imitar pode ser preditiva de um posterior desenvolvimento das habilidades motoras voluntárias. Com base nestes achados, este trabalho visa desenvolver e padronizar dois protocolos de imitação em lactentes humanos (protocolo de extensão do dedo indicador e protocolo de protrusão da língua) e realizar um estudo preliminar correlacionando a atividade dos neurônios espelho com alguns aspectos do ambiente perinatal. Foram selecionadas díades mãe-bebê que buscaram consulta pediátrica ou vacinação na Unidade de Saúde Básica (UBS) Santa Cecília no Município de Porto Alegre. Enquanto a mãe respondia os questionários, um experimentador realizava os protocolos de imitação com o bebê. Foram recrutadas para o teste vinte e duas mães, onde em oito ocasiões os protocolos de imitação foram realizados em sua totalidade. Os protocolos desenvolvidos foram capazes de induzir uma resposta imitativa em parte dos lactentes, que por sua vez, puderam ser classificados em imitadores e não imitadores. Houve também uma associação entre bebês imitadores e não imitadores com os escores obtidos nos questionários que tratam sobre depressão materna e a capacidade da mãe em ler os comportamentos do seu filho. Estes resultados mostram que a imitação neonatal pode ser utilizada como uma ferramenta para avaliar o efeito de diversos fatores ambientais sobre o desenvolvimento do sistema nervoso de lactentes.
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