Os bancos comerciais privados e a política econômica do governo João Goulart (1961-1964)
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2016 |
Tipo de documento: | Trabalho de conclusão de curso |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Institucional da UFRGS |
Texto Completo: | http://hdl.handle.net/10183/166143 |
Resumo: | O início da década de 1960 foi marcado, no Brasil, pela coexistência de uma crise econômica e política, agravada pela renúncia de Jânio Quadros e a inesperada adoção do Parlamentarismo para João Goulart (PTB-RS). O objetivo deste trabalho é avaliar se os bancos comerciais privados constituíam um grupo de interesse, com uma pauta de política econômica comum. Para tanto, os principais temas do debate da política econômica de interesse dos banqueiros e quais suas propostas para estes temas foram investigados. Foi buscado esclarecer, com a literatura, aspectos teóricos e históricos para responder o problema de pesquisa. Da Ciência Política, foram mobilizados o conceito de grupo de interesse e as diferentes visões de como estes afetam a decisão estatal. O papel dos bancos na economia e no contexto brasileiro da década de 1960 foram levantados. Um mapeamento dos principais bancos privados e banqueiros do país foi realizado, o que serviu de base para uma pesquisa em fontes primárias, a nível coletivo e individual, da posição dos banqueiros Coletivamente, destaca-se a institucionalização dos banqueiros como grupo de interesse através da organização dos Congressos Nacionais de Bancos. Os quatro maiores banqueiros privados do país foram selecionados para a análise individual de manifestações: Gilberto Andrade Faria, José Magalhães Pinto, Walther Moreira Salles e Gastão Vidigal. As posições defendidas publicamente pelos banqueiros permitiram concluir que as principais pautas dos bancos privados eram a Reforma Bancária e a estabilização da economia. Em síntese, estas significavam, respectivamente, a criação do Banco Central e solução dos contínuos déficits do governo. Ambas propostas dos banqueiros só seriam atendidas após o golpe militar de 1964, uma vez que a perda de legitimidade e a instabilidade política não permitiram ao governo Goulart realizar as reformas, nem estabilizar a economia. |
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Müller, Marcelo ScalabrinFonseca, Pedro Cezar Dutra2017-09-05T02:32:38Z2016http://hdl.handle.net/10183/166143001026470O início da década de 1960 foi marcado, no Brasil, pela coexistência de uma crise econômica e política, agravada pela renúncia de Jânio Quadros e a inesperada adoção do Parlamentarismo para João Goulart (PTB-RS). O objetivo deste trabalho é avaliar se os bancos comerciais privados constituíam um grupo de interesse, com uma pauta de política econômica comum. Para tanto, os principais temas do debate da política econômica de interesse dos banqueiros e quais suas propostas para estes temas foram investigados. Foi buscado esclarecer, com a literatura, aspectos teóricos e históricos para responder o problema de pesquisa. Da Ciência Política, foram mobilizados o conceito de grupo de interesse e as diferentes visões de como estes afetam a decisão estatal. O papel dos bancos na economia e no contexto brasileiro da década de 1960 foram levantados. Um mapeamento dos principais bancos privados e banqueiros do país foi realizado, o que serviu de base para uma pesquisa em fontes primárias, a nível coletivo e individual, da posição dos banqueiros Coletivamente, destaca-se a institucionalização dos banqueiros como grupo de interesse através da organização dos Congressos Nacionais de Bancos. Os quatro maiores banqueiros privados do país foram selecionados para a análise individual de manifestações: Gilberto Andrade Faria, José Magalhães Pinto, Walther Moreira Salles e Gastão Vidigal. As posições defendidas publicamente pelos banqueiros permitiram concluir que as principais pautas dos bancos privados eram a Reforma Bancária e a estabilização da economia. Em síntese, estas significavam, respectivamente, a criação do Banco Central e solução dos contínuos déficits do governo. Ambas propostas dos banqueiros só seriam atendidas após o golpe militar de 1964, uma vez que a perda de legitimidade e a instabilidade política não permitiram ao governo Goulart realizar as reformas, nem estabilizar a economia.The early 1960s was marked, in Brazil, by simultaneous economic and political crisis, aggravated by Jânio Quadros resign and the unexpected adoption of parliamentary system under João Goulart (PTB-RS). This paper’s objective is to evaluate if the private commercial banks constituted an interest group, with a common agenda for economic policy. For such, the most important themes of the economic policy debate for the bankers’ interests and what were their proposals about these themes were investigated. With the literature, it theoretic and historical aspects were assessed to answer the research problem. From Political Sciences, the concept of interest groups and the different vision on how they affect policy decisions were mobilized. The role of banks in the Economy and in the Brazilian context of the 1960s was evaluated. A mapping of the most important private banks and bankers was made, from which it was possible to do a research on primary sources, in the collective and individual level, on the bankers’ positions. Collectively, the bankers organized themselves as an interest group around the organization of the National Banks Congresses. The four most important bankers were selected for an individual analysis of their manifestations: Gilberto Andrade Faria, José Magalhães Pinto, Walther Moreira Salles e Gastão Vidigal. The bankers’ publicly defended positions made it possible to conclude that the most important elements of their agenda were the Banking Reform and the stabilization of the economy. In synthesis, these meant, respectively, the creation of the Central Bank and the solution of the continuous governmental deficits. Both these proposals would be only served after the 1964 military coup d’état, since the loss of legitimacy and political force didn’t allow the Goulart administration to achieve the reforms, nor stabilize the economy.application/pdfporBanco comercialPolítica econômicaGoverno João Goulart : 1961-1964BrasilCommercial private banksEconomic policyInterest groupsBrazilian economic historyOs bancos comerciais privados e a política econômica do governo João Goulart (1961-1964)info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/bachelorThesisUniversidade Federal do Rio Grande do SulFaculdade de Ciências EconômicasPorto Alegre, BR-RS2016Relações Internacionaisgraduaçãoinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Institucional da UFRGSinstname:Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)instacron:UFRGSORIGINAL001026470.pdf001026470.pdfTexto completoapplication/pdf1932706http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/166143/1/001026470.pdf484a1d0bea82c96621284d8c366aa4c7MD51TEXT001026470.pdf.txt001026470.pdf.txtExtracted Texttext/plain147536http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/166143/2/001026470.pdf.txtf974b14ab683a1eca7cdace4c494a30aMD52THUMBNAIL001026470.pdf.jpg001026470.pdf.jpgGenerated Thumbnailimage/jpeg1055http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/166143/3/001026470.pdf.jpga50417b7cd59ffdf511cb7570665d0e8MD5310183/1661432023-03-26 03:23:09.968988oai:www.lume.ufrgs.br:10183/166143Repositório de PublicaçõesPUBhttps://lume.ufrgs.br/oai/requestopendoar:2023-03-26T06:23:09Repositório Institucional da UFRGS - Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)false |
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