Efeitos da natação durante o período gestacional sobre a prole de ratos com hipóxia-isquemia cerebral neonatal em parâmetros comportamentais e histológicos

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Pereira, Suelen Willborn
Data de Publicação: 2014
Tipo de documento: Trabalho de conclusão de curso
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UFRGS
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10183/158111
Resumo: A encefalopatia hipóxico-isquêmica neonatal (HI) é uma importante causa de dano encefálico durante o período gestacional. A HI decorre da diminuição da oferta de sangue (isquemia) e de oxigênio (hipóxia) para o tecido encefálico devido a disfunções circulatórias e/ou complicações obstétricas e contribui para a etiologia de patologias como a paralisia cerebral e epilepsia. Seus mecanismos envolvem as consequências diretas do déficit energético sobre o metabolismo celular destacando-se a excitotoxicidade glutamatérgica e o estresse oxidativo. O modelo animal de HI utilizando ratos no 7º dia de vida pós-natal (HIP7) mimetiza a lesão ocorrida em humanos nascidos entre 38-40 semanas de gestação (nascimento a termo). Estudos têm demonstrado que intervenções realizadas para o tratamento da HI sofrem forte influência do dimorfismo sexual, sendo eficazes ora em um sexo, ora em outro, dependendo dos mecanismos em que atuam. O exercício físico é associado como forma de prevenção a muitas doenças, em particular as que envolvem o sistema nervoso central (SNC). A natação pode ser considerada uma excelente forma de exercício para gestantes, uma vez que o ambiente aquático reduz a dificuldade em realizar atividades física em função do peso extra adquirido na gravidez e por agir de forma benéfica sobre o desenvolvimento embrionário. Além disso, mudanças estruturais e funcionais tais como maior proliferação celular em diversas regiões do encéfalo e melhor desempenho em tarefas espaciais, são induzidas pelo exercício. O objetivo deste estudo é demonstrar o potencial efeito da natação durante a gestação como estratégia de proteção ao evento hipóxico-isquêmico neonatal na prole de ratos Wistar. Nossa hipótese de trabalho é de que o exercício físico possua caráter preventivo e seja um agente para a recuperação da função cognitiva após a lesão HI. Ainda, esperamos observar influência do dimorfismo sexual sobre os parâmetros analisados. Ratas prenhas foram submetidas a um protocolo de natação no período gestacional, enquanto um grupo que somente foi submetido ao tanque onde era realizado o nado, serviu de controle. No sétimo dia de vida, os filhotes de ambos os sexos foram anestesiados com halotano, submetidos à oclusão da artéria carótida direita e após um período de recuperação de 2 horas, submetidos à hipóxia (8% de O2) durante 90 minutos. Os animais foram divididos nos grupos controle (SHAM nado e sedentário) e HI (nado e sedentário). A análise comportamental realizada (através do labirinto aquático de Morris e da esquiva inibitória) evidenciaram uma melhora dos grupos HI em que a mãe tinha realizado o nado (principalmente nos machos). A análise histológica demonstrou maior preservação tecidual nas fêmeas, aparentemente sem correlação com a melhora cognitiva, indicando que talvez o volume das estruturas analisadas (hemisfério e hipocampo) pode não ter sido suficiente para explicar a recuperação dos déficits cognitivos. Estruturas como amígdala e córtex pré-frontal também possuem fundamental papel nas tarefas realizadas e devem ser analisadas em estudos futuros. Embora a lesão tecidual não tenha sido revertida, o nado gestacional pode ter causado alterações na plasticidade do tecido remanescente que podem ter sido a causa da melhora cognitiva.
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