Análise do conteúdo de oxigênio hidrogênio (δ18O, δD) na precipitação sobre a Bacia Amazônica de 2013 a 2017

• Autor(a) principal: Camargo, Caroline Holstein de
• Data de Publicação: 2019
• Tipo de documento: Trabalho de conclusão de curso
• Idioma: por
• Título da fonte: Repositório Institucional da UFRGS
• Texto Completo: http://hdl.handle.net/10183/220632
• topic: Climatologia; Precipitação; Isótopos estáveis; Amazônia; Amazon; δ18O; Stable isotopes; Climatology

A Floresta Amazônica é o maior bioma tropical do mundo e o clima de sua região afeta não só as áreas vizinhas, mas o mundo todo. Alterações nesta climatologia tem sido investigadas por diversos pesquisadores em diferentes períodos utilizando parâmetros climáticos como temperatura e precipitação. Além destes parâmetros um fator de importância no entendimento desta região é o comportamento dos isótopos estáveis (δ18O e δD) na precipitação. A precipitação na Amazônia é, em grande parte, formada por evapotranspiração da própria floresta. O avanço do desmatamento nos limites da floresta tem substituído a floresta nativa tropical por campos de pastagem ou áreas de plantio. Devido à importância desta reciclagem de água pela evapotranspiração no balanço hídrico da região, muitos pesquisadores tem estudado a influencia destas mudanças da biota no clima e, em particular, na precipitação em vastas áreas da bacia. Este trabalho pretende comparar os resultados das analises de δ18O, δD e excesso de deutério (d) das amostras de seis cidades da região amazônica (Belém, Coari, Manaus, Itacoatiara, Porto Velho e Tefé) durante o período de 2013 a 2017, com os valores dos parâmetros climáticos de temperatura e precipitação. As amostras foram analisadas por Espectroscopia Por Tempo de Decaimento em Cavidade no espectrômetro de massa PICARRO L2130i localizado no laboratório de glacioquímica do CPC (Centro Polar e Climático) no IGEO da UFRGS. Os resultados encontrados mostraram uma forte correlação entre os parâmetros climáticos e o δ18O e δD, reforçando a ideia de que o clima amazônico é fortemente dependente das suas fontes de umidade (oceano e floresta). Nas cidades de Itacoatiara, Manaus e Tefé a precipitação resultou em uma correlação inversa forte (ρ entre -0,75 e -0,85), enquanto Belém e Porto Velho tiveram uma correlação inversa fraca (ρ entre -0,18 e -0,39). A temperatura máxima resultou em uma correlação positiva forte a muito forte para a região central e oeste nas cidades de Coari, Manaus, Tefé, Porto Velho e Itacoatiara (ρ entre -0,68 e -0,93), e fraca para a cidade de Belém, região leste da bacia amazônica (ρ = 0,28). A anomalia na cidade de Coari foi interpretada como o resultado de uma fonte diferente de umidade originada no Lago Coari.