Níveis séricos de pró-hepcidina e ferritina em indivíduos com apnéia do sono e doença aterosclerótica

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Medeiros, Tássia Machado
Data de Publicação: 2010
Tipo de documento: Trabalho de conclusão de curso
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UFRGS
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10183/31106
Resumo: A Síndrome da Apnéia do Sono (SAOS) é caracterizada por eventos de hipóxia e reoxigenação, os quais ativam a resposta inflamatória e levam à formação de espécies reativas de oxigênio (ERO). Estudos têm evidenciado que distúrbios respiratórios do sono, entre eles, o mais grave, a SAOS, são fatores independentes para o desenvolvimento e progressão de Doença Arterial Coronariana (DAC). O processo aterosclerótico envolvido na DAC é caracterizado por inflamação e estresse oxidativo. Ambos estão relacionados com a regulação de proteínas envolvidas com o metabolismo do ferro, dentre as quais se destacam neste trabalho a hepcidina e a ferritina. A hepcidina é um hormônio regulador do nível de ferro extracelular sintetizado pelo fígado, cuja produção é regulada por fatores como anemia, inflamação, infecções e hipóxia, possuindo como pró-hormônio a pró-hepcidina. A ferritina está envolvida no estoque de ferro e mostra ter a expressão regulada por hipóxia e inflamação. Além disso, seus níveis estão relacionados à DAC e ao infarto do miocárdio. Este trabalho teve por objetivo estudar e esclarecer a possível relação entre SAOS, DAC, pró-hepcidina e ferritina. Foi realizado um estudo transversal no qual foram incluídos 56 pacientes (519 triados), os quais haviam sido encaminhados para a realização de angiografia por suspeita de DAC. Além dos níveis de próhepcidina e dos níveis hematimétricos, os pacientes foram submetidos à polissonografia para a determinação do Índice de Apnéia e Hipopnéia (IAH), e como marcador inflamatório dosou-se a proteína-C-reativa ultra sensível. Em um modelo de regressão (Poisson), foi verificado que o aumento de uma unidade da IAH aumenta o risco de DAC em 29,3%. Em um modelo de regressão multivariada, controlando para idade, sexo e IMC, verificou-se que a ferritina e o IAH predizem 30,4% da variância da pró-hepcidina. Portanto, demonstrou-se que esses eventos encontram-se relacionados, e se sugere que estes fatores possuem forças diferentes na regulação da síntese da ferritina e pró-hepcidina, agindo hierarquicamente para a regulação dos níveis dessas proteínas para a manutenção da homeostase do ferro.
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