Análise morfométrica do espessamento arterial em amostra de tecido hepático de atresia biliar : correlações com expressão dos angiopoietinas 1 e 2 e do receptor TIE2

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Reus, Najara Maurício
Data de Publicação: 2012
Tipo de documento: Trabalho de conclusão de curso
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UFRGS
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10183/72418
Resumo: Introdução- A Atresia biliar (AB) caracteriza-se por obstrução das vias biliares extra-hepáticas e por colangiopatia progressiva, que a despeito de tentativas cirúrgicas de restabelecimento do fluxo biliar, evolui com comprometimento intra-hepático, o qual culmina com o desenvolvimento de insuficiência crônica do fígado e cirrose. A etiopatogenia da AB permanece obscura. Nosso grupo investiga o papel de uma arteriopatia na doença. Em estudos anteriores observamos, por morfometria, a presença de espessamento de túnica média (ETM) arterial associado à rarefação biliar, e a expressão de VEGF A, marcador de hipóxia, em estruturas portais, incluindo túnica média arterial e ductos biliares. Este estudo teve por objetivo avaliar a expressão das angiopoietinas 1 e 2 (ANG1 e ANG2) e de seu receptor TIE2, envolvidos na maturação da parede arterial, em fígados de pacientes com AB, correlacionando-a com variáveis histológicas de gravidade, incluindo espessamento de parede dos ramos arteriais intra-hepáticos e comparando-os com uma amostra de fígados de pacientes com colestase intra-hepática.. Métodos- A expressão das angiopoietinas e seu receptor foi avaliada por RT-PCRq em amostras de fígado sob ultracongelação, obtidas no momento da laparotomia exploradora realizada durante a portoenterostomia (22 pacientes com AB) ou biópsia hepática em cunha (9 pacientes com colestase intra-hepática). O gene normalizador foi o S18. O valor da ETM foi obtido pela razão “espessura de túnica média/diâmetro luminal”, calculada por análise morfométrica em 10 imagens/caso obtidas de lâminas coradas com HE, a partir de amostras hepáticas parafinizadas coletadas durante o mesmo procedimento. Outras variáveis morfométricas relacionadas à gravidade histológica (porcentagem de positividade de citoqueratina7 e extensão de fibrose) e clínica (idade por ocasião da laparotomia) foram também avaliadas. A morfometria foi realizada com os softwares Image-Pro Plus 4.1 (Media Cybernetics Inc. Rockville, MD/USA), e Adobe® Photoshop® CS3 Extended 10.0 (Adobe Systems Inc. San Jose, CA/USA). Resultados- Não houve diferenças nas expressões das moléculas em estudo entre pacientes com AB e CIH. Porém, exclusivamente na AB, houve correlação positiva moderada entre a expressão das angiopoietinas com o ETM (ANG1 r- 0,58; P- 0,013. ANG2 r- 0,52; P- 0,032). A expressão das angiopoietinas correlacionou-se negativamente com a de TIE2 (ANG1 r- 0,73; P< 0,001. ANG2 r- 0,54; P- 0,007). Não houve correlação das expressões dos marcadores angiogênicos com as demais variáveis de gravidade da doença. Conclusões- As angiopoietinas 1 e 2 relacionam-se ao ETM que ocorre na AB, de maneira independente da gravidade histológica e clínica da doença, e há correlação inversa entre suas expressões e a de seu receptor.
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