A escuta em psicanálise : abstinência e neutralidade em questão

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Arrosi, Kellen Evaldt
Data de Publicação: 2022
Outros Autores: Silva, Milena da Rosa
Tipo de documento: Artigo
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UFRGS
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10183/274332
Resumo: A escuta em psicanálise baseia-se em alguns conceitos fundamentais de operação clínica, a partir do manejo da transferência. Dois desses conceitos são os de abstinência e de neutralidade, os quais ainda protagonizam, por vezes, equívocos e confusões. Neste trabalho é realizado um percurso teórico com o objetivo de retomar as origens de tais conceitualizações, discutindo as formas como elas têm sido utilizadas e a importância de uma psicanálise implicada, tanto pela via da clínica quanto pela via da cultura. Sustentam-se as ideias de que a abstinência não corresponde a uma postura de passividade e de que a neutralidade não está relacionada a uma atitude de isenção ou desimplicação por parte do psicanalista. Assim, a repercussão de tais conceitos na prática analítica pode, sim, pautar-se em uma clínica sensível e em uma escuta atenta às vicissitudes do campo político e social nos sofrimentos e manifestações sintomáticas contemporâneas. Isso porque, além de subsídios para pensar a prática clínica, a abstinência e a neutralidade configuram-se também como conceitos políticos, marcando a importância de o psicanalista atentar nos movimentos contratransferenciais que, porventura, possam reverberar nas intervenções realizadas.
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Assim, a repercussão de tais conceitos na prática analítica pode, sim, pautar-se em uma clínica sensível e em uma escuta atenta às vicissitudes do campo político e social nos sofrimentos e manifestações sintomáticas contemporâneas. Isso porque, além de subsídios para pensar a prática clínica, a abstinência e a neutralidade configuram-se também como conceitos políticos, marcando a importância de o psicanalista atentar nos movimentos contratransferenciais que, porventura, possam reverberar nas intervenções realizadas.Listening in psychoanalysis is supported by some fundamental concepts of clinical operation stemming from the handling of transference. Two of these concepts are abstinence and neutrality, which still sometimes lead to misunderstandings and confusions. In this work, a theoretical course is followed with the aim of resuming the origins of such conceptualizations, discussing the ways they have been used and the importance of an involved psychoanalysis, both through the clinic and through the culture. Two ideas are upheld: that abstinence does not correspond to a passive posture, and that neutrality does not correlate to a stance of exemption or not implication on the part of the psychoanalyst. Thus, the repercussion of such concepts in analytical practice can be guided by a sensitive clinic and by listening attentively to the vicissitudes of the political and social aspects in contemporary sufferings and symptomatic manifestations. This is because, in addition to subsidies for thinking about clinical practice, abstinence and neutrality are also configured as political concepts, stressing how important it is for the psychoanalyst to mind countertransference movements that may, perhaps, reverberate in the interventions performed.La escucha en psicoanálisis se basa en algunos conceptos fundamentales de la operación clínica, a partir del trabajo de la transferencia. Dos de estos conceptos son la abstinencia y la neutralidad, que a veces conducen a malentendidos y confusiones. En este trabajo se realiza un recorrido teórico con el objetivo de retornar a los orígenes de tales conceptualizaciones, para discutir cómo están siendo utilizadas y la importancia del psicoanálisis implicado, clínica y culturalmente. Se sostienen las ideas de que la abstinencia no corresponde a una postura de pasividad y de que la neutralidad no está relacionada a una actitud de exención o desimplicación por parte del psicoanalista. Así, la repercusión de tales conceptos en la práctica analítica puede guiar una clínica sensible y una escucha atenta a las vicisitudes del campo político y social en los sufrimientos y manifestaciones sintomáticas contemporáneas. Esto se debe a que, además de los subsidios para pensar en la práctica clínica, la abstinencia y la neutralidad también se configuran como conceptos políticos y marcan la importancia del psicoanalista tener en cuenta a los movimientos contratransferenciales que, quizás, puedan repercutir en las intervenciones realizadas.application/pdfporPsicologia clínica. Rio de Janeiro, RJ. Vol. 34, n. 1 (jan./abr. 2022), p. 121-143Escuta psicanalíticaPrática clínicaAbstinênciaPsicanálisePsychoanalysisAbstinenceNeutralityPsicoanálisisAbstinenciaNeutralidadA escuta em psicanálise : abstinência e neutralidade em questãoListening in psychoanalysis : abstinence and neutrality in questionEscuchar en psicoanálisis : abstinencia y neutralidad en cuestióninfo:eu-repo/semantics/articleinfo:eu-repo/semantics/otherinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Institucional da UFRGSinstname:Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)instacron:UFRGSTEXT001168449.pdf.txt001168449.pdf.txtExtracted Texttext/plain62717http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/274332/2/001168449.pdf.txte8c493f8ea739857b855a3b0af006ef4MD52ORIGINAL001168449.pdfTexto completoapplication/pdf210878http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/274332/1/001168449.pdf8c67f207370d32fad62619a2d771f693MD5110183/2743322024-03-29 06:17:17.740813oai:www.lume.ufrgs.br:10183/274332Repositório de PublicaçõesPUBhttps://lume.ufrgs.br/oai/requestopendoar:2024-03-29T09:17:17Repositório Institucional da UFRGS - Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)false
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