Desafios na atuação no contexto do parto e nascimento : percepções de enfermeiras obstetras

• Autor(a) principal: Schlemmer, Jéssica Teles
• Data de Publicação: 2024
• Tipo de documento: Trabalho de conclusão de curso
• Idioma: por
• Título da fonte: Repositório Institucional da UFRGS
• Texto Completo: http://hdl.handle.net/10183/280529
• topic: Autonomia profissional; Enfermagem obstétrica; Parto; Professional autonomy; Obstetric nursing; Childbirth; Delivery rooms

Esse trabalho objetivou conhecer a percepção de enfermeiras obstetras sobre os desafios que encontram na atuação assistencial em centros obstétricos hospitalares. Foi realizado através do método de estudo exploratório-descritivo, com abordagem qualitativa com 12 enfermeiras obstetras que atuam em oito centros obstétricos do município de Porto Alegre/RS. O recrutamento foi realizado pela técnica de snowball, e a coleta dos dados ocorreu com aplicação de instrumento semi-estruturado por via eletrônica, durante o período de setembro a novembro de 2023. A técnica de análise dos dados foi do tipo temática. A análise e interpretação do conteúdo obtido a partir da percepção das enfermeiras obstetras sobre sua atuação profissional propiciou duas categorias temáticas: 1) desafios da enfermeira obstetra para o protagonismo na assistência ao parto; e 2) alternativas para atuação da enfermeira obstetra na cena do parto. Há precariedade de incentivo à formação de enfermeiras obstetras na atualidade. Este fato parece estar atrelado à forma como os nascimentos são conduzidos e nas intervenções realizadas no processo de parturição no modelo atual. Evidenciou-se que a prática das enfermeiras obstetras nos espaços intrahospitalares é marcada por atividades gerenciais, rotineiras da assistência de enfermagem e foi possível compreender que há sobrecarga das equipes de enfermagem nesses espaços. Tal cenário afasta profissionais qualificadas para o atendimento de partos em detrimento de atividades gerenciais que poderiam ser conduzidas por enfermeiras generalistas. Observa-se dificuldade de comunicação entre equipes médicas e de enfermagem referente às decisões de conduta obstétrica. Há um modelo com marcada hierarquia, que foge do colaborativo. Últimas considerações: A realidade atual dos centros obstétricos afasta enfermeiras com formação para o parto do cenário assistencial, gerando ausência de autonomia a estas profissionais quando se trata das condutas obstétricas. É necessário que haja maior envolvimento dos gestores públicos e institucionais para mudança do modelo de atenção ao parto atual.