Um "chefe de salteadores" na pauta da imprensa periódica : a repercussão das guerras de Artigas nas páginas do Correio Braziliense de Hipólito da Costa (1812-1820)

• Autor(a) principal: Hahl, Carlos Everton de Lima
• Data de Publicação: 2021
• Tipo de documento: Trabalho de conclusão de curso
• Idioma: por
• Título da fonte: Repositório Institucional da UFRGS
• Texto Completo: http://hdl.handle.net/10183/234149
• topic: Artigas, José Gervásio, 1764-1850; Costa, Hipólito José da, 1774-1823 : Biografia; Correio Braziliense (Jornal); Artiguismo; Imprensa; Artigas (Uruguai); Artiguism; Periodical press

Trabalho de Conclusão de Curso que analisa a representação do artiguismo (ideologia política do líder uruguaio José Gervasio Artigas) no período em que esteve atuante através da interpretação de Hipólito da Costa nas páginas do jornal Correio Braziliense. Demonstrou-se como o periódico apresentou a revolução oriental aos leitores durante os anos de 1812-1820. Descreveram-se os eventos que originaram os movimentos independentistas no Rio da Prata como consequência da crise das monarquias ibéricas de 1808, bem como os eventos revolucionários de maio de 1810 em Buenos Aires e a ascensão do artiguismo como alternativa ao modelo político centralista portenho. Contextualizaram-se as intervenções militares portuguesas na região até a concretização da derrota militar de Artigas em 1820. Foi realizada a descrição da imprensa escrita do princípio do século XIX desde o surgimento das publicações regulares, justificando o papel que estes veículos de difusão da informação cumpriram na remodelagem do pensamento político dos sujeitos ibero-americanos do período. Apresentou-se uma pequena biografia de Hipólito da Costa em que está inserida a criação do periódico que redigiu. Realizou-se uma análise sobre a cobertura jornalística do Correio Braziliense acerca das guerras luso-artiguistas até a derrota militar de Artigas em Taquarembó, cidade do Uruguai. Foram oferecidas reflexões sobre a cobertura do Correio Braziliense e sua possível incidência na construção dos sujeitos políticos. Considerou-se que Artigas e o artiguismo foram associados pelos inimigos do sistema dos “pueblos libres” a elementos de destruição das posições sociais e da propriedade particular, o que contribuiu para o surgimento da lenda que depreciou o caudilho durante os anos seguintes ao seu exílio. Por fim, conclui-se que Hipólito da Costa foi propagador do pensamento que associou Artigas ao banditismo e à anarquia.