Efeito da espasticidade sobre a qualidade muscular dos flexores plantares do tornozelo em indivíduos pós-acidente vascular cerebral

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Onzi, Eduardo dos Santos
Data de Publicação: 2012
Tipo de documento: Trabalho de conclusão de curso
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UFRGS
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10183/108403
Resumo: INTRODUÇÃO. A espasticidade é caracterizada por um distúrbio incapacitante decorrente de lesões do sistema nervoso central (congênitas ou adquiridas), que afetam o sistema muscular esquelético e impossibilitam o desenvolvimento das funções motoras normais. A espasticidade provoca alterações na postura e na locomoção em seu estágio inicial, e contraturas, rigidez, luxações, dor e deformidades em estágios mais avançados. Devido à dificuldade para análise direta de dados estruturais e funcionais de músculos espásticos, estudos nesta área ainda são escassos. Conhecer de que forma a estrutura muscular é alterada pela espasticidade é fundamental para uma ação eficaz no tratamento dessa desordem do sistema nervoso central. OBJETIVO. Avaliar os efeitos da espasticidade na relação entre o volume muscular e a capacidade de produção de força voluntária - qualidade muscular - de indivíduos espásticos pós-acidente vascular cerebral. MATERIAIS E MÉTODOS. Participaram desse estudo doze indivíduos com hemiparesia espástica decorrente de acidente vascular cerebral (idade = 61,8 ± 11,4 anos; massa corporal = 79,3 ± 13,66 kg; estatura = 170,0 ± 0,03 cm) com níveis de espasticidade entre 1 e 3 de acordo com a escala de Ashworth Modificada, e doze indivíduos saudáveis (idade = 59,8 ± 5,0 anos; massa corporal = 75,3 ± 12,6 kg; estatura = 166,0 ± 0,1 cm). A capacidade de produção de força isométrica voluntária máxima e o volume muscular em repouso dos músculos flexores plantares do membro espástico (ME) e do membro saudável contralateral (MS) nos indivíduos espásticos, e o membro direito (MC) dos indivíduos saudáveis foram avaliados sob a perspectiva da qualidade muscular. Uma ANOVA de um fator com post-hoc de Bonferroni foi utilizada para comparação dos parâmetros avaliados (α=0,05). RESULTADOS E DISCUSSÃO. O volume muscular foi menor (p<0,001) nos indivíduos espásticos em comparação com os indivíduos saudáveis, sem diferenças entre o lado afetado e não-afetado no grupo espástico. Já a capacidade de produção de força foi menor (p<0,001) no membro-afetado em relação ao membro não-afetado no grupo espástico, e ambos apresentaram valores reduzidos em comparação aos indivíduos saudáveis. Por último, a qualidade muscular foi menor (p<0,002) no membro afetado em relação ao não-afetado do grupo espástico, que não apresentou diferenças quando comparada a qualidade muscular dos indivíduos saudáveis. Estes resultados apontam que: (1) indivíduos espásticos apresentam menor volume muscular e capacidade de produção de força; (2) outros fatores, além das propriedades morfológicas musculares contribuem para a desordem motora da espasticidade, como possíveis alterações no padrão de ativação muscular. CONCLUSÃO. Na hemiparesia espástica decorrente de AVC, a menor capacidade de produção de força no membro afetado não pode ser explicada por diferenças no volume muscular.
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