“Chile, la alegría ya viene”: propaganda para mudar opiniões e votos, uma análise de oito cenas do filme “No”

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Noschang, Fernanda Andricópulo
Data de Publicação: 2023
Tipo de documento: Trabalho de conclusão de curso
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UFRGS
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10183/261832
Resumo: Em 11 de setembro de 1973, e por dezessete anos, o Chile esteve sob um governo ditatorial e comando do General Augusto Pinochet. Comum nesse período as restrições aos direitos civis e políticos, o estado de sítio com toques de recolher, a cassação dos partidos políticos, a censura à mídia, a prisão, tortura, assassinato e o exílio dos líderes políticos de oposição. Tantas arbitrariedades causam o desgaste do regime e provocam pressão internacional. O militar se vê obrigado a convocar um plebiscito para o dia 5 de outubro de 1988. A polarização foi entre o “Si”, que significaria a extensão do governo militar e a sua legitimação internacional, e o “No”, que traria de volta a democracia ao país. O “No” saiu vitorioso com 55,99% dos votos. Esta monografia estuda como a propaganda e a campanha política do plebiscito chileno de 1988 estão representadas no filme “No”, do cineasta Pablo Larraín. O problema identificado são os sentidos produzidos pela campanha pelo “No”. A pesquisa tem como objetivo geral compreender os sentidos acionados pelo filme “No” a respeito da propaganda política no contexto do plebiscito chileno de 1988. Os objetivos específicos são: a) identificar as estratégias e os recursos da propaganda política utilizados na campanha pelo “No”; b) entender o contexto sociopolítico do plebiscito chileno em 1988; c) revisar a trajetória do cinema latino-americano, em especial, a do Chile e do diretor Pablo Larraín; d) discutir as relações entre cinema, propaganda política e a memória para os regimes democráticos. A metodologia deste estudo é qualitativa (PRODANOV; FREITAS, 2013) e descritiva (GIL, 2008), utiliza os métodos da pesquisa bibliográfica (STUMPF, 2015), documental (GIL, 2008) e como técnica a análise de conteúdo (BARDIN, 1977). Do documento analisado (o filme “No”) são destacados três sentidos produzidos: o bordão capaz de persuadir e motivar os chilenos em relação ao seu futuro (“Hoje, o Chile pensa no futuro”), visto no conteúdo de três cenas; a incredulidade dos dois pólos no que tange à possibilidade de vitória do “No”, vista no conteúdo de três cenas; e o uso do binômio democracia-alegria como conceito da campanha pelo "No", visto desde o debate da equipe até a sua aplicação nas peças da campanha, e evidenciados no conteúdo de duas cenas do filme. Constata-se que as principais estratégias da campanha pelo “No” focaram o público jovem, que até então não havia exercido o direito do voto, e o binômio democracia-alegria como conceito criativo, representado no slogan, no jingle e nas inserções para televisão, na participação de artistas chilenos e norte-americanos, no logo com o símbolo do arco-íris, que transformou a negativa (NO) em NO+, e em outros elementos associados à alegria do jovem, música, dança, humor, esporte e cores.
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Esta monografia estuda como a propaganda e a campanha política do plebiscito chileno de 1988 estão representadas no filme “No”, do cineasta Pablo Larraín. O problema identificado são os sentidos produzidos pela campanha pelo “No”. A pesquisa tem como objetivo geral compreender os sentidos acionados pelo filme “No” a respeito da propaganda política no contexto do plebiscito chileno de 1988. Os objetivos específicos são: a) identificar as estratégias e os recursos da propaganda política utilizados na campanha pelo “No”; b) entender o contexto sociopolítico do plebiscito chileno em 1988; c) revisar a trajetória do cinema latino-americano, em especial, a do Chile e do diretor Pablo Larraín; d) discutir as relações entre cinema, propaganda política e a memória para os regimes democráticos. A metodologia deste estudo é qualitativa (PRODANOV; FREITAS, 2013) e descritiva (GIL, 2008), utiliza os métodos da pesquisa bibliográfica (STUMPF, 2015), documental (GIL, 2008) e como técnica a análise de conteúdo (BARDIN, 1977). Do documento analisado (o filme “No”) são destacados três sentidos produzidos: o bordão capaz de persuadir e motivar os chilenos em relação ao seu futuro (“Hoje, o Chile pensa no futuro”), visto no conteúdo de três cenas; a incredulidade dos dois pólos no que tange à possibilidade de vitória do “No”, vista no conteúdo de três cenas; e o uso do binômio democracia-alegria como conceito da campanha pelo "No", visto desde o debate da equipe até a sua aplicação nas peças da campanha, e evidenciados no conteúdo de duas cenas do filme. Constata-se que as principais estratégias da campanha pelo “No” focaram o público jovem, que até então não havia exercido o direito do voto, e o binômio democracia-alegria como conceito criativo, representado no slogan, no jingle e nas inserções para televisão, na participação de artistas chilenos e norte-americanos, no logo com o símbolo do arco-íris, que transformou a negativa (NO) em NO+, e em outros elementos associados à alegria do jovem, música, dança, humor, esporte e cores.On September 11, 1973, and for the next seventeen years, Chile was under a dictatorial government commanded by General Augusto Pinochet. During this period, there were restrictions on civil and political rights, a state of siege with curfews, the dissolution of political parties, media censorship, imprisonment, torture, murder and exile of political opposition leaders. So much arbitrariness wears down the regime and provokes international pressure. The military were forced to call a plebiscite for October 5, 1988. The polarization was between the “Si”, which would mean the extension of the military government and its international legitimacy, and the “No”, which would bring back democracy to the country. “No” won with 55.99% of the votes. This monograph studies how propaganda and political campaign of the Chilean plebiscite of 1988 are represented in the film “No”, by filmmaker Pablo Larraín. The identified problem lies in the persuasive arguments of the “No” campaign. The research has the general goal of understanding the meanings triggered by the film “No” regarding political propaganda in the context of the Chilean plebiscite of 1988. The specific goals are: a) to identify the strategies and resources of political propaganda used in the campaign for “No”; b) to understand the sociopolitical context of the Chilean plebiscite in 1988; c) to review the trajectory of Latin American cinema, in particular that of Chile and the director Pablo Larraín; d) to discuss the relationship between cinema, political propaganda and memory for democratic regimes. The methodology of this study is qualitative (PRODANOV; FREITAS, 2013) and descriptive (GIL, 2008), using the methods of bibliographic research (STUMPF, 2015), documentary research (GIL, 2008), and the content analysis technique (BARDIN, 1977). From the analyzed document (the film “No”), three persuasive arguments are highlighted: the catchphrase capable of persuading and motivating Chileans in relation to their future (“Today, Chile thinks about the future”), seen in the content of three scenes; the incredulity of the two poles regarding the possibility of a “No” victory, seen in the content of three scenes; and the use of the democracy-joy binomial as a campaign concept for "No", seen from the team's debate to its application in the campaign pieces, and evidenced in the content of two scenes of the film. It is verified that the main strategies of the campaign for “No” focused on the young public, which until then had not exercised the right to vote, and the binomial democracy-joy as a creative concept, represented in the slogan, in the jingle and in the inserts for television, in the participation of Chilean and North American artists, in the logo with the rainbow symbol, which transformed the negative (NO) into NO+, and in other elements associated with the joy of young people, music, dance, humor, sport and colors.application/pdfporPropaganda políticaPolitical propagandaPlebiscite“Chile, la alegría ya viene”: propaganda para mudar opiniões e votos, uma análise de oito cenas do filme “No”info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/bachelorThesisUniversidade Federal do Rio Grande do SulFaculdade de Biblioteconomia e ComunicaçãoPorto Alegre, BR-RS2023Comunicação Social: Habilitação em Relações Públicasgraduaçãoinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Institucional da UFRGSinstname:Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)instacron:UFRGSTEXT001171037.pdf.txt001171037.pdf.txtExtracted Texttext/plain157483http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/261832/2/001171037.pdf.txtdebdccb6fdfbbaea232d1c41de369cd4MD52ORIGINAL001171037.pdfTexto completoapplication/pdf14161694http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/261832/1/001171037.pdf7987cdeb38127b49cc2a46e542b97f27MD5110183/2618322023-07-24 03:25:17.977217oai:www.lume.ufrgs.br:10183/261832Repositório de PublicaçõesPUBhttps://lume.ufrgs.br/oai/requestopendoar:2023-07-24T06:25:17Repositório Institucional da UFRGS - Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)false
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