A escrita como cicatriz

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Moschen, Simone Zanon
Data de Publicação: 2002
Tipo de documento: Artigo
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UFRGS
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10183/129353
Resumo: O presente trabalho se propõe a pensar o movimento de inscrição de um lugar de leitura para o texto, que o sujeito, em sua função autor, empreende, como uma operação denegatória da alteridade que o constitui e que lhe escapa, não sendo, a função autor, por isso, passível de instrumentação. Para tanto, recorremos aos conceitos de heterogeneidade mostrada e de heterogeneidade constitutiva, tal como propostos por Authier-Revuz, tecendo-os aos fios da noção de denegação – verneinung – em Freud. Dessa tessitura emerge a escrita como operação que faz trabalhar a falta que é constitutiva do sujeito. Esse trabalho se vê atravessado por um movimento paradoxal pois, ao procurar apagar a referida falta, não faz outra coisa senão revelá-la. Sua elaboração problematiza a educação instrumentadora de um sujeito que, em uma condição de domínio, usaria a escrita para se expressar. A escrita é proposta, não unicamente como produto, mas, antes de tudo, como produtora de um lugar de sujeito / autor.
id UFRGS-2_7b6c76e32c6ddb9ffda5d85878dfb3af
oai_identifier_str oai:www.lume.ufrgs.br:10183/129353
network_acronym_str UFRGS-2
network_name_str Repositório Institucional da UFRGS
repository_id_str
spelling Moschen, Simone Zanon2015-11-09T16:36:03Z20020100-3143http://hdl.handle.net/10183/129353000341354O presente trabalho se propõe a pensar o movimento de inscrição de um lugar de leitura para o texto, que o sujeito, em sua função autor, empreende, como uma operação denegatória da alteridade que o constitui e que lhe escapa, não sendo, a função autor, por isso, passível de instrumentação. Para tanto, recorremos aos conceitos de heterogeneidade mostrada e de heterogeneidade constitutiva, tal como propostos por Authier-Revuz, tecendo-os aos fios da noção de denegação – verneinung – em Freud. Dessa tessitura emerge a escrita como operação que faz trabalhar a falta que é constitutiva do sujeito. Esse trabalho se vê atravessado por um movimento paradoxal pois, ao procurar apagar a referida falta, não faz outra coisa senão revelá-la. Sua elaboração problematiza a educação instrumentadora de um sujeito que, em uma condição de domínio, usaria a escrita para se expressar. A escrita é proposta, não unicamente como produto, mas, antes de tudo, como produtora de um lugar de sujeito / autor.This paper aims to reflect on the movement of inscription of a reading place for the text, undertaken by the subject, in his function as author, as an operation of denial – verneiung - of the alterity that constitutes and escapes him, with the author function being, therefore, unsusceptible to be instrumentalised. To discuss this question, we use the concepts of shown heterogeneity and constitutive heterogeneity, as proposed by Authier-Revuz, relating them to the notion of denial – verneinung – in Freud. From this relation, writing emerges as an operation that puts at work the lack that is constitutive of the subject. This work is crossed by a paradoxical movement because, when it seeks to remove this lack, it only reveals it more. Its elaboration discusses an education that is able to provide tools to a subject who, in a domain condition, would use writing to express him/herself. Writing is proposed not solely as a product, but, above all, as producer of a subject’s / author’s place.application/pdfporEducação & realidade. Porto Alegre. Vol. 27, n. 1 (jan./jun. 2002), p. 51-71Produção de textosPsicologia clínicaEscritaWritingAuthorAlterityDenialA escrita como cicatrizWriting as scar info:eu-repo/semantics/articleinfo:eu-repo/semantics/otherinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Institucional da UFRGSinstname:Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)instacron:UFRGSTEXT000341354.pdf.txt000341354.pdf.txtExtracted Texttext/plain2297http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/129353/2/000341354.pdf.txt399832bf06d00db39b7470136b7013caMD52ORIGINAL000341354.pdf000341354.pdfTexto completoapplication/pdf47425http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/129353/1/000341354.pdf1bbabbad1439b346152e52a16ad0ad54MD51THUMBNAIL000341354.pdf.jpg000341354.pdf.jpgGenerated Thumbnailimage/jpeg1226http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/129353/3/000341354.pdf.jpgc3f4c45f4c60cf036310452274fcd903MD5310183/1293532018-10-24 09:13:36.101oai:www.lume.ufrgs.br:10183/129353Repositório de PublicaçõesPUBhttps://lume.ufrgs.br/oai/requestopendoar:2018-10-24T12:13:36Repositório Institucional da UFRGS - Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)false
dc.title.pt_BR.fl_str_mv A escrita como cicatriz
dc.title.alternative.en.fl_str_mv Writing as scar
title A escrita como cicatriz
spellingShingle A escrita como cicatriz
Moschen, Simone Zanon
Produção de textos
Psicologia clínica
Escrita
Writing
Author
Alterity
Denial
title_short A escrita como cicatriz
title_full A escrita como cicatriz
title_fullStr A escrita como cicatriz
title_full_unstemmed A escrita como cicatriz
title_sort A escrita como cicatriz
author Moschen, Simone Zanon
author_facet Moschen, Simone Zanon
author_role author
dc.contributor.author.fl_str_mv Moschen, Simone Zanon
dc.subject.por.fl_str_mv Produção de textos
Psicologia clínica
Escrita
topic Produção de textos
Psicologia clínica
Escrita
Writing
Author
Alterity
Denial
dc.subject.eng.fl_str_mv Writing
Author
Alterity
Denial
description O presente trabalho se propõe a pensar o movimento de inscrição de um lugar de leitura para o texto, que o sujeito, em sua função autor, empreende, como uma operação denegatória da alteridade que o constitui e que lhe escapa, não sendo, a função autor, por isso, passível de instrumentação. Para tanto, recorremos aos conceitos de heterogeneidade mostrada e de heterogeneidade constitutiva, tal como propostos por Authier-Revuz, tecendo-os aos fios da noção de denegação – verneinung – em Freud. Dessa tessitura emerge a escrita como operação que faz trabalhar a falta que é constitutiva do sujeito. Esse trabalho se vê atravessado por um movimento paradoxal pois, ao procurar apagar a referida falta, não faz outra coisa senão revelá-la. Sua elaboração problematiza a educação instrumentadora de um sujeito que, em uma condição de domínio, usaria a escrita para se expressar. A escrita é proposta, não unicamente como produto, mas, antes de tudo, como produtora de um lugar de sujeito / autor.
publishDate 2002
dc.date.issued.fl_str_mv 2002
dc.date.accessioned.fl_str_mv 2015-11-09T16:36:03Z
dc.type.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/article
info:eu-repo/semantics/other
dc.type.status.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/publishedVersion
format article
status_str publishedVersion
dc.identifier.uri.fl_str_mv http://hdl.handle.net/10183/129353
dc.identifier.issn.pt_BR.fl_str_mv 0100-3143
dc.identifier.nrb.pt_BR.fl_str_mv 000341354
identifier_str_mv 0100-3143
000341354
url http://hdl.handle.net/10183/129353
dc.language.iso.fl_str_mv por
language por
dc.relation.ispartof.pt_BR.fl_str_mv Educação & realidade. Porto Alegre. Vol. 27, n. 1 (jan./jun. 2002), p. 51-71
dc.rights.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/openAccess
eu_rights_str_mv openAccess
dc.format.none.fl_str_mv application/pdf
dc.source.none.fl_str_mv reponame:Repositório Institucional da UFRGS
instname:Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)
instacron:UFRGS
instname_str Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)
instacron_str UFRGS
institution UFRGS
reponame_str Repositório Institucional da UFRGS
collection Repositório Institucional da UFRGS
bitstream.url.fl_str_mv http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/129353/2/000341354.pdf.txt
http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/129353/1/000341354.pdf
http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/129353/3/000341354.pdf.jpg
bitstream.checksum.fl_str_mv 399832bf06d00db39b7470136b7013ca
1bbabbad1439b346152e52a16ad0ad54
c3f4c45f4c60cf036310452274fcd903
bitstream.checksumAlgorithm.fl_str_mv MD5
MD5
MD5
repository.name.fl_str_mv Repositório Institucional da UFRGS - Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)
repository.mail.fl_str_mv
_version_ 1801224890086326272